CAMPANHA DESIGUAL PARA VEREADORES EM GASPAR DIFICULTA COMPETITIVIDADE, RECONHECIMENTO DE NOVAS LIDERANÇAS E A RENOVAÇÃO DA CÂMARA EM OUTUBRO DESTE ANO

Texto corrigido e modificado às 11h46min. O MDB de Gaspar tem cinco vereadores e não quatro como afirmei no artigo original.Este erro formal não muda o conteúdo do artigo. Por quê é tão difícil haver renovação política, ou se políticos, na Câmara e na administração do município de Gaspar, com gente comprometida com a comunidade, disposta à transparência e à dialética, bem como de olho no futuro sustentável da cidade?  Um deles, pode ser os interesses particulares que pela pequenez, imposição e ganhos se sobrepõem ao coletivo; o outro pode estar na vaidade dos que conseguem colocar a cabeça de fora e o terceiro, está no feitiço e na valia de se estar no poder. Ele muda as pessoas.

Este, todavia, é assunto para outro artigo em dia de amenidades antropológicas. Prefiro, neste momento, expor outro. O que comanda ou anula as engrenagens de uma sociedade plural, impede a inclusão, o debate e criação de oportunidades para uma maioria sufocada num círculo vicioso por um pequeno grupo de “donos da cidade”? E olha que este espectro é amplo. Ele vai do sagrado ao profano, passando pelos ingênuos usados de pano de fundo para justificar o atraso perigoso onde estamos metidos.

Por causa do sistema – não só o político em si, ou o partidário, mas, principalmente, inclui, vejam só, quem teria o dever perante a sociedade de fiscalizar, questionar e se contrapor ao Executivo e o atraso. E nela está a imprensa, inclusive.

O sistema não só se auto-protege, mas vive nas sombras. E por quê? Exatamente para não ser percebido e em decorrência daquilo que cria para usufruir para si e os seus dessa condição privilegiada. E ai de quem ameaça este “status quo”, como este espaço, por exemplo. Há um enfrentamento desigual, sem qualquer ingenuidade. Tudo contra as mudanças, mesmo às mínimas necessárias ao gosto da razão, da realidade, da obrigatória transparência, do essencial debate para um futuro minimamente saudável.

Vamos por partes, como dizia Jack Estripador.

O DESEQUILÍBRIO ESSENCIAL DA DISPUTA POLÍTICA AOS DE FORA DO SISTEMA

Supondo que você tenha interesse simples, como cidadão ou cidadã inserido na sua comunidade, em ser candidato a vereador, ai vão algumas reflexões necessárias para não dizer depois que entrou numa roubada, ou então para saber, que é preciso ter pele grossa para suportar a rinha de regras marcadas para você não ter chances de ser você mesmo. 

Primeiro, é preciso se filiar a um partido. E aí, começa a sua possível derrota, ou enquadramento. Ou você é do sistema, ou tem dinheiro para exercer uma relativa independência na sua obstinação de ser um dos escolhidos pelos votos livres e diretos. Ajuda você possuir ideia diferencial, empatia, encontrar uma correnteza favorável, ou então possuir real influência sobre determinados grupos ou regiões da cidade, ou então ser reconhecido liderança, a qual,  com alguma “sorte” (capacidade com oportunidade), poderá ser considerada pelo partido. Mas, fica advertido, se avançar, em algum momento você vai enquadrado. E vai perceber, tardiamente, que isto é uma questão de sobrevivência.

Se não possuir esses predicados e habilidades, no máximo, você será um filiado e terá se adaptar e mais tarde, para apoiar o sistema. Ele é maior do que você. Ele o dominará – ou expurgará – num determinado momento se você ainda não for totalmente parte dele. Segundo a lenda – ou lei natural, sei lá -, só o sistema, supostamente, possuirá mais chances de eleger para representar os interesses do sistema. Estará fora ou enfraquecido quem insistir ser das ideias próprias e dos interesses da sua comunidade. Nem mais, nem menos.

Você poderá até, em algum momento, acreditará ser um “soldado da causa” (comunitária, religiosa, comportamento, clube, realizações, mudanças, ideológica). Entretanto, no fundo, não é nada disso.

Dentro dos partidos há os escolhidos para ganhar, para perder (principalmente os das cotas) e que sempre serão os burros de carga (os que batem palmas, os voluntários, os que defendem cegamento os errados “líderes”, os que votam apaixonadamente, os que se candidatam para puxar misérias de votos para engordar a legenda, os que até pagam contas e os que cabalam votos difíceis). 

E aí, um dia tudo você enxergará que está dentro do sistema e não tem como mais sair dele porque recebe benefícios ou porque terá vergonha de dizer que foi cooptado. Ou então, você, ainda, teimosamente, continuará com suas apostas. Por quê? Achará que um dia será a sua vez ou, ingenuamente, que um dia, alguma coisa ainda vai mudar.

OS PEQUENOS E OS GRANDES PARTIDOS QUASE IGUAIS NAS CHANCES

Mas, supondo que você tenha tido “sorte” (oportunidade e capacidade) e um partido pequeno – precisado de afirmação – torne você um candidato a vereador em Gaspar. O pequeno partido já é o seu primeiro problema, pois lhe faltará estrutura e chances para ser eleito. 

O segundo, é que mesmo ele tendo esquemas de poder, esses esquemas não são ambiciosos e são infinitamente inferiores aos que já estão estabelecidos nos que estão no poder de plantão. Isto sem falar na possibilidade de o maior comer o menor depois das eleições por interesses comuns, de sobrevivência e até de partilhar o que não deveria ser partilhado, você concordando, ou não. Você está numa barca. E quem a domina é a correnteza.

O terceiro, é a estrutura – a da grana, supondo que você ainda tenha tirado do seu bolso, ou tenha sido ajudado pelas migalhas das bilionárias verbas partidárias e eleitorais – que se precisa para ser candidato viável, com chances, sem passar vergonha entre o discurso e o reconhecimento dele pela própria sociedade. E é aí, que a sua “morte” como renovação política, está pré-anunciada.

Um político que é vereador – e até alguns sortudos ou escolhidos pelo sistema do poder de plantão – em Gaspar – e em outros lugares não é muito diferente, esclareceça-se, desde já – atualmente, de cara, possui visibilidade, mas isso é do jogo; afinal, ele é um vereador. Contudo, ressalte-se antes de prosseguir, que visibilidade, necessariamente, não é a alma do negócio, principalmente quando o produto é ruim, está maltratado ou manchado.

E sendo o candidato da Bancada do Amém (MDB, PP, PDT, PSD e PSDB) – apesar dele ter ficado várias vezes nestes anos na mão pelo próprio poder de plantão, e é só olhar a quantidade de óbvios requerimentos para a simplicidade do dia-a-dia administrativo -, supostamente, pelo menos em ano eleitoral, este vereador da situação, além da visibilidade, da remuneração, da estrutura do gabinete, da exposição na mídia por longo período, terá ainda acesso aos serviços da prefeitura como um “intermediário” para súplicas do povo na sua cabala dos votos. 

Perceberam a vantagem de um vereador no mandato e um que quer enfrentá-lo sem as mesmas “ferramentas” que só sendo instalado no poder, o político de carreira já possui?

E se isso fosse pouco e mesmo sendo um dos dois fracos oposicionistas (PL e PT, pois são tão culpados como o governo por este estado deplorável onde está a cidade tomada pelo capim, incoerências e dúvidas), de cara sai, os 13 vereadores de hoje, com dois assessores e um estagiário, carros de luxo para correr a cidade como se fiscais fossem, bem como equipe de comunicação oficial, diárias, salários, num real disfarçado comitê paralelo de campanha. E tudo pago por nós com os nossos pesados impostos. Você terá que montar na sua garagem, à noite, e olhe lá, o seu comitê. E só por três meses, se tiver fôlego para isso.

UMA DISPUTA DESIGUAL

Ruim mesmo nisso tudo é ir para a disputa e perder esta corrida com estas tantas léguas de vantagens dos que já são políticos diplomados. Nem mais. Nem menos.

A Câmara possui um Orçamento anual mais de R$60 milhões. Esdtá carimbado, faça chuva, faça sol. É uma repartição sem ameaças de corte mesmo diante de tanta coisa faltando na cidade. E neste ano, vai ser comandada pelo mais longevo dos vereadores (sete mandatos), José Hilário Melato, PP, um especialista em montar estrutura na Câmara para os políticos eleitos. “Um presidente da Câmara defende os vereadores e não o povo“, ensina com alguma frequência aos pares, Melato.

Quer mais? 

O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho e Marcelo de Souza Brick, estes, ambos do PP, tem Marcelo vestido de candidato a prefeito ungido por Kleber, pela Bancada do Amém e empresários. Os mesmos que ameaçam virar a casada para não perder o mando, mesmo quando os seus escolhidos, na cara dura e por longo período, conspiram contra a cidade, cidadãos e cidadãs. O que quer dizer isso? Que os que estão no poder de plantão estão preservando o sistema que jogou mais de sete anos contra a cidade.

Querem trocar apenas uma peça de comando na prefeitura sob disfarces. E aí é de se lembrar o grande líder comunista chinês nos anos de 1970, Deng Xiao Ping, “não importa a cor do gato, desde que ele cace o rato”. Neste caso são capazes até de colocar o gato que claramente não caçou o rato.

Como o sistema se auto-protege contra questionamentos, intrusos fora do esquema que queira ser candidato e aí propor a natural renovação? Veja este exemplo claro. Kleber, Luiz Carlos, Marcelo e seus “çábios” colocaram há quase quatro anos vários pré-candidatos e vereadores derrotados, hoje suplentes, em pontos chaves da prefeitura de Gaspar.

A lista é longa. E como no caso dos vereadores que estão inchando as suas estruturas de seus gabinetes da Câmara para que elas funcionem como comitês, não apenas nesta campanha, mas por quatro anos dos seus mandatos.

Vamos só ao primeiro escalão.  O PP é campeão. 

Ele possui três suplentes de vereadores e o presidente do partido empregado, para os três vereadores eleitos. Acerto de pré-campanha.

Faça a conta. Em tese, sete vagas já estão preenchidas na Câmara na eleição deste outubro. Se o PP for bem nas urnas neste ano, o que é uma ameaça clara, e se você inscrever no PP como um novo candidato a vereador, na teoria, você conseguiria ser, no máximo, um terceiro ou quarto suplente. Isso se você na primeira eleição arrebentar a boca do balão. Se você não for um burro de carga. E a reflexão das suas chances e do seu papel no sistema que está aí, começa a partir deste ponto. No PP está congestionado. E se o PP não repetir as três vagas, mesmo supondo que Marcelo seja candidato a prefeito e o puxador de votos? Tudo piora.

E por quê? Além dos vereadores que vão a reeleição, estarão concorrendo os secretários de Assistência Social, Salézio Antônio da Conceição; e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda, Pablo Fachini e o suplente André Pasqual Waltrick, ex-secretário da Agricultura e Aquicultura e que está como vereador no momento. Entenderam a dificuldade da renovação?

Estão na Câmara pelo PP os titulares Melato, Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos além de André. O titular da vaga de André, Cleverson Ferreira dos Santos está na polêmica secretaria da Agricultura e Aquicultura expandindo o seu card de votos. Enquanto isso, o ex-vice de Kleber, depois de não dar conta da secretaria de Obras e Serviços Urbanos, é o atual chefe de Gabinete. Ele é servidor público. É agente de trânsito.

E o MDB? Possui cinco vereadores titulares: Francisco Hostins Júnior, Ciro André Quintino, José de Carvalho Júnior, Zilma Mônica Sansão Benevenutti e Francisco Solano Anhaia. Os únicos que não ocuparam cargo no primeiro escalão dos mais de sete anos de Kleber, foi Ciro e Zilma, ela na falta de outro, o sistema a levou à presidência do partido, aquele que está imitando Blumenau. Lá j´pa foi referência nacional e hoje nem vereador possui. Por outro lado, Ciro foi o que mais usou as regalias da Câmara. A situação do MDB é a mesma descrita acima para o PP. E o MDB tinha Kleber para puxar votos. Não terá mais.

O MDB plantou estrategicamente três suplentes de vereadores – que estão em campanha – no primeiro escalão – não vou falar em escalões inferiores – com claras alavancagens nas candidaturas a vereador: Santiago Martin Navia, na doente secretaria da Saúde; Roni Jean Muller, na capenga secretaria de Obras e Serviços Urbanos, a que não dá conta do capim; bem como funcionário de carreira, Carlos Francisco Bornhausen, na polêmica secretaria de Planejamento Territorial. 

Se o MDB for bem e se ninguém dele sair candidato a prefeito ou vice, a sua chance de ser um vereador titular pelo MDB e fora desta panelinha é também muito pequena. Não se trata eleição com emoção. Estes são números e realidade, frias. Há o imponderável? Há! Mas ele continua sendo o imponderável.

ONDE ESTÃO AS PEQUENAS CHANCES DE VOCÊ QUEBRAR O ENCANTO E SER UM VEREADOR EM GASPAR?

Quem pode ceder vaga neste jogo de outubro deste ano? O PDT que perdeu a identidade e liderança com o atual vereador, Roberto Procópio de Souza. Tanto que na eleição de 2020 quem se elegeu no lugar dele foi o funcionário público, Amauri Bornhausen, já falecido. Ele era o burro de carga de Procópio. E ao final ficou com a cangalha para desespero do próprio Procópio que só ganhou a vaga com a sua morte.

Quem poderá perder a vaga? O PSDB de Franciele Daiane Back, a ainda campeã de votos (1.568) via o Distrito do Belchior e a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen. 

O clima para ela por lá é bem diferente de 2020. E para piorar, o presidente da legenda que ela arrumou por aqui, é o braço direito de Kleber, o irmão de templo, o ex-presidente da comissão de Intervenção do Hospital de Gaspar,  o interino da secretaria de Planejamento Territorial, o ex-titular da secretaria de Planejamento Fazenda e Gestão Administrativa, o centro de áudios polêmicos com conversas cabulosas e que foi dar numa CPI secreta, Jorge Luiz Prucino Pereira, providencialmente enterrada pelo governo de Kleber, Marcelo e sob o comando na Câmara de Ciro, por Melato e Procópio, os donos da CPI.

Quem poderá ganhar vagas e onde os novos entrantes poderão ter chances, dependendo dos seus interesses, ideologia e café no bule para enfrentar o que está marcado para continuar como está?

O PT – que não possui qualquer renovação para isso e se o candidato for o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi; o PL que ainda anda sobre uma perigosa areia movediça; o Republicanos que ainda não botou o bloco de vereadores na rua e está cada vez tarde para isso; e até o PSD, se ele for renovado no seu atual diretório e se puxar, ou se associar, a uma das candidaturas conservadoras e deixar Kleber e Marcelo pelo caminho onde tem apoio incondicional com Giovano Borges. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Aos candidatos novatos um aviso: o acompanhamento das prestações de contas é essencial se não quiserem ter dor de cabeça mais tarde. Foi o que descobriu um candidato a vereador pelos antigos PSL e Patriota, a coligação “Gaspar Acima de Tudo”, respectivamente, Sergio Luiz Batista de Almeida e Marciano Silva (chegaram em último com 675 votos), quando tentou ingressar num concurso público. Estava em débito com a Justiça Eleitoral.

Encalacrado, agora a banca do advogado João Pedro Sansão, tenta desencalacrá-lo junto com outros 19 da coligação em mesma situação. Um suador. O candidato deixou o assunto correr solto e os que fizeram as prestações de conta por ele, colocaram-no no mato sem cachorro nesta aventura dos sem votos ou burros de carga de políticos descomprometidos com a lei.

Na segunda-feira passada, em DEPOIS DAS FÉRIAS, PREFEITURA DE GASPAR VOLTA A “TRABALHAR” E COM NOVA ZOMBARIA MARQUETEIRA escrevi num trecho isto: “‘ser feliz é morar aqui’ onde um único produtor rural é capaz de mobilizar máquinas, equipamentos e operadores para dias de produção de toneladas de silagem para o ano inteiro, enquanto outros – de menor porte e mais precisados – chupam o dedo, e precisam meter a mão no bolso para fazer igual “comida” para os animais, numa concorrência comercial explicitamente desigual?

Pronto. Rebu. O secretário de Agricultura e Aquicultura, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, saiu correndo atrás de justificativas. O beneficiado se entregando e achando que o errado é quem divulga estes privilégios e barbaridades, todas documentadas e que podem dar problemas, incluindo complicações na tentativa de reeleição do político. Tudo sem controle dentro da secretaria e da prefeitura. E não é de hoje, ressalte-se também.

Aos que ainda possuem dúvidas, incluindo o secretário-vereador-candidato, e que não entende do riscado (da secretaria), e parece também das leis que regem a sua secretaria, peço para ler o que está escrito na lei Complementar 43/2009, na 50/2011 e no decreto 26, de 2006, ao invés de ficar apenas com a Bíblia que não vale de nada para este caso.

Vamos começar pelo artigo 1º da Lei 50/2011. O item I diz textualmente isto: “mecanização agrícola, previstos nesta Lei, limitados a 50(cinquenta) horas/ano por família, valor este que será devida pelos proprietários ou possuidores, a qualquer título, imóveis explorados para fins de agricultura familiar como única fonte ou complementar de renda, que efetivamente requererem e forem beneficiados por este serviços“. Há alguma dúvida?

Não está claro? A própria lei esclarece ainda mais no parágrafo 1º deste artigo 1º: “a utilização superior ao limite previsto a alínea “a” ( neste caso é o item I) deste artigo deverá ser analisada e autorizada pelo Secretário Municipal de Agricultura, após apresentação de solicitação feita pelo interessado que comprove esta necessidade”. Há alguma dúvida de que tudo isso precisa estar documentado, com anterioridade e equanimidade em relação à demanda de outros produtores do município, principalmente os menos estruturados?

Querem mais? O que diz mesmo, o parágrafo 2º do artigo 1º desta Lei 50/2011? “Quando a demanda de solicitações dos serviços rurais previstos nesta Lei Complementar excederem à capacidade de atendimento do Poder Público Municipal, deverá ser respeitada a ordem de atendimento definida pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural“.  Há explícita regulamentação de procedimentos, taxas, pagamentos, demandas e emergências.

Primeiro: se há demanda superior e a prefeitura não puder contratar terceiro por falta de Orçamento na secretaria, há uma fila. A Lei e a regulamentação são para exatamente evitar o uso político, o uso privilegiado, para amparar os menores e mais fracos, documentar e dar transparência para as fiscalizações e evitar injustiças.

Segundo: qual foi mesmo a última vez que o tal Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural se reuniu e resolveu este tipo de questão para o bem de todos os agricultores e pecuaristas de Gaspar?

Depois do berreiro dos concursados há duas semanas, depois do Ministério Público colocar o olho no problema e a Justiça mandar na semana passada a prefeitura e a realizadora do processo seletivo de ACTs (trabalhadores temporários da área de Educação) esclarecerem a confusão, a escolha de vagas de profissionais da educação admitidos em caráter temporário (ACTs) ocorrerá nesta terça e quarta-feira, na Escola Zenaide Schmitt Costa, no bairro Santa Terezinha. Ufa! E precisava disso?

Isso se não tiver mais uma pegadinha. É que o esclarecimento do que se mandou esclarecer só ocorrerá a partir das seis horas da tarde desta segunda-feira no site da Ieses, a que a que a prefeiteitura contratou para fazer este processo seletivo cheio de nós. Tratei disso na sexta-feira em O PATATI PATATÁ. KLEBER E MARCELO EM ANO ELEITORAL AO INVÉS DE ANUNCIAREM VAGAS INTEGRAIS EM CRECHE, TURNO INTEGRAL E CONTRATURNO, FORAM LEVAR UM PEDIDO QUASE IMPOSSÍVEL AO GOVERNADOR: ESCOLA CÍVICO-MILITAR PARA GASPAR

Primeira baixa. No leilão de sexta-feira um dos imóveis já caiu fora: o camelódromo. Há impedimentos documental. O Registro de Imóveis apontou isso. Como assim? O Conselho de Municipal de Desenvolvimento Urbano não viu isso? A secretaria de Planejamento Territorial não exergou isso, mais uma vez? Os avaliadores não analisaram a documentação para produzir laudos de avalação? Como se vê, é sempre o mais do mesmo, ou então tem gato na tuba.

Depois de mais de um mês rasgada e a meio pau, a prefeitura de Gaspar substituiu a bandeira que estava danificada no Marco Zero da cidade, denominada de prefeito Evaristo Francisco Spengler (1966/70). Antes tivesse deixado sem bandeira. Ela é desproporcionalmente menor ao que estava e ao mastro aque se tem lá. Além disso, material dela não é apropriado para a exposição as intempéries. Logo estará danificada.

Patati Patata. Começaram bem a campanha eleitoral. Sem resultado e discursos, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, PP, com anos de atraso, foram ao terceiro escalão do governador Jorginho Melo, PP, pedir a escola cívico-militar para Gaspar. Registrei em O PATATI PATATÁ. KLEBER E MARCELO EM ANO ELEITORAL AO INVÉS DE ANUNCIAREM VAGAS INTEGRAIS EM CRECHE, TURNO INTEGRAL E CONTRATURNO, FORAM LEVAR UM PEDIDO QUASE IMPOSSÍVEL AO GOVERNADOR: ESCOLA CÍVICO-MILITAR PARA GASPAR

Para completar a semana, um radialista se vestiu de amigo do prefeito de Gaspar e desandou a fazer memes de puxa-saquismo para melhorar a imagem do governo. Num deles, estava feliz porque o prefeito ligou para ele no dia primeiro de janeiro para lhe desejar “Feliz Ano Novo”. noutro fingiu se jogar em águas caudalentas para salvar seu heroi. Por outro lado, o vice, vestido de candidato, sem assunto local que o coloque na cena de atração, desandou a falar contra o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Está muito cedo para este desespero.

Mais um desastre anunciado. Este é o estado que se esconde dos pedestres e motoristas – e parece das autoridades – da ponte na estrada que dá acesso ao Arraial do Ouro, em Gaspar. Ela está esperando uma inspeção técnica, uma manutenção e se não vier a intervenção preventiva, um dia ela vai tombar com uma enxurrada forte nasquelas bandas e que não é novidade para ninguém.

Muita gente em Gaspar esperando a tal “Presságio”. dizem que este tipo de mal, chegará exatamente perto das eleições. Será? Acorda, Gaspar!

Fora da minha aldeia, mas sinalizando que tudo está relacionado. O caquético Luiz Inácio Lula da Silva, PT, sem assunto mais importante, num país sem problemas, num governo feitos só de acertos, resolveu implicar com a sombra dos prédios na areia da praia Central de Balneário Camboriú. Levou pau. Este será o pior cabo eleitoral de Pedro Celso Zuchi, PT, em Gaspar. Vai ter que escondê-lo, se quiser o quarto mandato.

A escolha de Balneário já está feita. Ela é desejada assim como ela é. Os que não a querem assim, há milhares de outras opçõesde praias urbanizadas e agrestes não só em Santa Catarina pelo imenso litoral do Brasil, inclusive no Guarujá, em São Paulo, onde o presidente tinha um apartamento. No fundo, o que Lula fez, foi um discurso de ódio. Ele e o PT não podem ver o sucesso e a felicidade dos outros. Só as deles ao modo deles. com todos pobres e dependentes do estado. Wake up, Brazil!

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11 comentários em “CAMPANHA DESIGUAL PARA VEREADORES EM GASPAR DIFICULTA COMPETITIVIDADE, RECONHECIMENTO DE NOVAS LIDERANÇAS E A RENOVAÇÃO DA CÂMARA EM OUTUBRO DESTE ANO”

  1. RISCO DA NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL É REPETIR A VELHA, editorial do jornal O Globo

    O governo abriu ontem mais um capítulo na longa história das políticas industriais brasileiras. Desta vez, o plano se chama Nova Indústria Brasil e prevê financiamentos da ordem de R$ 300 bilhões até 2026, a maior parte do BNDES. É verdade que o mundo tem sido palco de uma nova onda de ações governamentais para reavivar a indústria. Mas o pretexto da “onda global” não necessariamente justifica as medidas. O governo amontoou diversos objetivos num só plano: quer reduzir a pegada de carbono, obter autonomia em tecnologias de defesa, aumentar a participação da agroindústria, transformar digitalmente as empresas etc. Não disse, porém, como cada um desses objetivos se traduzirá em benefícios e incentivos.

    Fortalecer a indústria é sonho antigo dos governantes. No mundo emergente, a industrialização sempre foi vista como elevador para o desenvolvimento. No Brasil, a desindustrialização aconteceu antes de o país ficar rico. No começo dos anos 1990, o setor industrial ocupava 23% da mão de obra. Hoje ocupa 19%. A redução se deve a uma combinação de fatores internos e à conjuntura global. O Brasil não foi o único país a sofrer desindustrialização, nem o mais afetado. Na Coreia do Sul, a mão de obra industrial caiu de 36% do total em 1991 para 25%. Nos Estados Unidos também, de 23% para 19%.

    Entre as várias metas apresentadas, o plano do governo mira em alguns alvos certos. Abandonou a ideia de simplesmente “reindustrializar” o país para, ao menos na teoria, destinar incentivos a pesquisa, desenvolvimento e inovação. Fez bem em escolher como destino dos recursos a agroindústria, setor em que o Brasil tem evidente vantagem comparativa. Há ainda a promessa de diminuir a burocracia e melhorar o ambiente de negócios, medida que tem a vantagem de beneficiar todos os setores.

    Mas o histórico dos governos como investidor — não apenas, mas especialmente, os petistas — recomenda ceticismo. Quando postas em prática, políticas industriais têm se tornado meios recorrentes de favorecer setores politicamente interessantes (indústria automotiva ou petrolífera) e obsessões desenvolvimentistas (indústria naval ou a produção de semicondutores nacionais). O adjetivo “estratégico” costuma servir de biombo para esconder a ineficiência e a improdutividade, cujo preço é pago por todos os demais setores não favorecidos — e pelo consumidor.

    Outro senão tem sido a resistência crônica em criar sistemas de avaliação e correção de rumo. O provisório vira definitivo, como ilustram o caso da Zona Franca de Manaus e a profusão de regimes tributários especiais. Por pressão política ou decisões nos tribunais, mesmo quem não atinge metas continua recebendo ajuda “por direito adquirido”. A captura do Estado é prática corriqueira. As exceções da reforma tributária estão aí para demonstrar.

    O governo deveria ter mostrado disposição de corrigir erros históricos. Para proteger a indústria, as alíquotas de produtos importados foram colocadas nas alturas quando o sonho da substituição de importações parecia factível. Décadas depois, o regime persiste sem muita alteração, a despeito de boa parte das empresas não ter alcançado níveis mínimos de competitividade. Como resultado, o mercado é servido por produtos nacionais piores ou importados mais caros. O risco de falar em nova política industrial a esta altura é ela não passar de uma versão recauchutada, com os mesmos problemas da velha.

  2. LULA É UM PORTUNISTA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

    Lula é um oportunista, no que o termo encerra de positivo e de negativo. Quando viu que enfrentaria uma disputa difícil contra o então presidente Jair Bolsonaro, o petista veio com o discurso da frente ampla para salvar a democracia e convidou o ex-adversário Geraldo Alckmin para compor a chapa, na posição de vice.

    Com isso, conseguiu atrair o voto de eleitores que faziam restrições ao PT, mas tinham ainda mais medo de Bolsonaro. Deu certo. Lula venceu por estreita margem.

    O panorama agora é outro. O TSE tornou Bolsonaro inelegível. Isso é bom para Lula e o PT. O bolsonarismo sem Bolsonaro fica enfraquecido, mas ainda é forte o suficiente para inibir o surgimento de outras forças oposicionistas. Lula já não necessita do discurso da frente ampla. Isso lhe deu liberdade para tentar reescrever a história, em linhas que podem ajudar seu partido nos pleitos municipais deste ano. Os casos de corrupção no entorno da Petrobras, que o próprio Lula já reconhecera como reais (“Você não pode dizer que não há corrupção, se as pessoas confessaram”), acabam de se tornar uma orquestração dos Estados Unidos com juízes e procuradores brasileiros para prejudicar a empresa petrolífera.

    Não foi a única reviravolta conceitual de Lula, que fez questão de subir a rampa do Planalto acompanhado de minorias, mas não se esforçou tanto para encontrar mulheres para pôr no STF ou que agora empresta a Advocacia-Geral da União para fazer coro ao machismo dos militares, que insistem em vetar a incorporação de membros do sexo feminino em unidades de combate.

    Fazer política é negociar. Daí que o discurso de políticos é necessariamente menos definitivo do que o de líderes religiosos, por exemplo. O problema é que, quando as mudanças batem de frente contra os fatos ou soam muito oportunistas (agora só no sentido pejorativo), contribuem para o descrédito da própria política, o que é ruim para a democracia.

  3. Bom dia.
    Quando o senhor fala sobre a empresa contratada pra realizar a prova dos ACTs, e que os resultados poderão ser consultados no site da leses, LESES é o nome da empresa? Sugestivo…
    Será por isso que foi parar lá no MP? 👀😁😁

  4. OPRESSÕES IMAGINÁRIAS, por Lygia Maria, no jornal Folha de S. Paulo

    Ser uma vítima de opressão gera curtidas nas redes sociais. Não me refiro a opressões reais, que precisam ser denunciadas, mas às imaginárias. De modo consciente ou não, situações muitas vezes banais, que nada têm de racismo, machismo ou homofobia, adquirem magicamente alguma dessas pechas.

    Trata-se de um fenômeno pernicioso, que pode gerar não apenas injustiças, como cancelamentos e linchamentos virtuais, mas distorcer o debate público sobre o preconceito através de um moralismo tacanho.

    Entre os episódios mais recentes, um ator da Globo postou um vídeo reclamando de ter sido parado e obrigado a tirar os sapatos antes de embarcar em um voo. O motivo seria a cor da sua pele. Em outro caso, uma cantora apontou racismo na mesma situação, dizendo inclusive que agentes revistaram seu cabelo.

    A opressão fantasiosa se caracteriza pelo fato notório de que inspeções individuais aleatórias fazem parte do protocolo de segurança de aeroportos pelo mundo, e qualquer um que tenha andado de avião já viu pessoas brancas sendo revistadas. Ademais, a Infraero informou que as imagens das câmeras de segurança mostram que não houve revista nos cabelos da cantora.

    A consequência mais óbvia do fenômeno é o enfraquecimento da luta contra o preconceito, que passa a ser visto com ceticismo em situações nas quais ele de fato ocorre.

    A outra é a valorização do ressentimento nietzschiano, que fomenta e recria emoções negativas. Promove-se a fraqueza como se força fosse.

    A moral do ressentimento atua como vingança imaginária, que divide o social entre bons e maus. Tal mecanismo exclui nuances: o bom sou eu, eu e meu grupo, e tudo o mais que nos seja externo é mau. E passa-se a procurar o mau em qualquer lugar. Se a diferença é tachada como maldade, finda-se o debate público.

    A internet intensifica esse estímulo moralista à fragilidade, mas os movimentos sociais precisam amadurecer. Afinal, quem tem amigo ou inimigo imaginário é criança.

  5. CATASTROFISMO CLIMÁTICO, por Demétrio Magnoli, no jornal O Globo

    ‘Quero que a sabotagem aconteça em escala muito maior que a atual. Não posso garantir que isso não provoque acidentes.’ A resposta do ativista climático sueco Andreas Malm a uma pergunta do New York Times sobre o risco de mortes em atos de sabotagem de movimentos ambientais não deve surpreender. Malm é autor de “How to blow up a pipeline” (“Como explodir um oleoduto”) — livro que não ensina a destruir nada, mas defende a ideia de ataques contra a infraestrutura de empresas de petróleo e gás. É, quase, o manifesto do ecoterrorismo.

    Vandalizar patrimônio não é matar pessoas. Contudo o raciocínio que sustenta a sabotagem serviria, também, para legitimar o passo seguinte. A lógica de fundo reside na soma de duas ideias: 1) a sobrevivência das sociedades encontra-se sob risco iminente, derivado das emissões de gases de efeito estufa; 2) os mecanismos democráticos e a diplomacia fracassaram diante do poder econômico que sustenta os padrões vigentes de produção de energia. Afinal, de que valem patrimônios e vidas se o que está em jogo é o futuro da humanidade?

    Ano mais quente da História, 2023 ligou mais uma sirene de alarme. O aclamado climatologista James Hansen declara “mais morta que uma unha” a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 oC. Na comunidade científica, nem todos concordam. Friederike Otto, do Imperial College, retruca:

    — No momento, o 1,5 oC está ao alcance, e fingir o contrário apenas conduzirá a nada fazer por mais tempo ainda.

    Politicamente, porém, Hansen e Otto compartilham a crença de que nada tem sido feito. Anualmente, realizam-se cúpulas climáticas, mas seus resultados retóricos empalidecem diante dos gráficos de emissões. A mais recente aconteceu nos Emirados Árabes, e a próxima será no Azerbaijão, países cujas economias apoiam-se no petróleo e no gás. Os ativistas ambientais perderam as esperanças no ritual diplomático das COPs, adquirindo o hábito de denunciá-las como pura encenação. O radicalismo de Malm, um ponto fora da curva, começa a deitar raízes em solo fértil.

    Nada tem sido feito? A participação das fontes renováveis na geração global elétrica saltou de 3% em 2008 para 15% em 2022. A produção energética renovável cresceu à média anual de 14% entre 2012 e 2022. União Europeia, Estados Unidos e China investem pesadamente na geração eólica e solar. A participação dos carros elétricos nas vendas totais saltou de 4% em 2020 para 14% em 2022. Inegavelmente há uma transição energética em curso. Contudo é lenta demais. As fontes renováveis só representam 7,5% do consumo mundial de energia.

    Não só lenta. A transição verde é cara. Nos Estados Unidos e na Europa, parcela crescente dos eleitores volta-se contra as estratégias da transição, atendendo ao chamado de partidos da direita nacionalista. Forma-se, aos poucos, um abismo entre o senso de urgência da ciência climática e a disposição das sociedades em arcar com os custos da imensa tarefa de transformação.

    A responsabilidade pelo impasse é dos governos, que apontam um fim sem indicar meios compatíveis com ele. O fato, expresso nas projeções estatísticas, é que a expansão da geração eólica e solar será insuficiente para substituir os combustíveis fósseis no horizonte e na escala necessários. Mais: as oscilações naturais inerentes a tais fontes exigem reservas de geração firme.

    A resposta conhecida está em incorporar a fonte nuclear, que não emite gases de efeito estufa, ao mix da transição verde. Entretanto, apoiando-se na onda de medo deflagrada por Fukushima, os movimentos ambientais conseguiram interromper os investimentos em centrais nucleares nas democracias ocidentais. Desde 2012, a geração nuclear estagnou e, hoje, os investimentos em novas centrais concentram-se na China, na Rússia e na Índia.

    Um fim impossível — é essa a proposição que se faz às sociedades. Dela decorrem duas reações simétricas. Numa ponta, uma sensação geral de impotência que fertiliza a resistência aos custos da transição. Na outra, a difusão entre os movimentos ambientais de um catastrofismo que nutre ideologias extremadas. Muito calor, pouca luz.

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