O MDB DE GASPAR ESTÁ SEM RUMO E LIDERANÇA. CADA UM ESTÁ CRIANDO E DEFENDENDO SEU TERRITÓRIO

Bingo. Aproveitando que a imprensa daqui – por motivos financeiros óbvios – ainda não pode tocar neste tipo de assunto e que se conhece em qualquer roda de conversas da cidade, escrevi aqui e há muito tempo, que esse negócio e discurso vazio de se espelhar no MDB de Blumenau, iria afundar o pouco que existia de cor no que havia no MDB de Gaspar. 

E por quê? Em Blumenau, o MDB de lá é uma lenda, por tudo que fez e influiu no estado e se posicionou nacionalmente. Mas, por outro lado, não deixou nenhum legado, a tal ponto que nem vereador é capaz de eleger mais.

Então se espelhar no que em Blumenau, exatamente faria ou está fazendo o MDB de Gaspar? Na falência?  Aqui nem mais reuniões há. O presidente nem um pio dá e nem passa o bastão para que alguém assuma a barca e ao menos tente salvá-la da deriva em que está. Impressionante. E isso tem história.

Esse é o resultado da ação deliberada de um punhado de jovens ambiciosos, afoitos, arrogantes e sem capacidade de se estruturarem na proteção política partidária quando se lançaram em 2012 a uma aventura de poder sob a frívola bandeira da renovação. Eles juravam duraria no mínimo 20 anos e que mudariam o jeito velho de fazer política. Em seis anos de poder (a partir de 2016), há tantos buracos nesta barca que se não cuidarem vão se afogar dentro dela própria. E os vícios do velho jeito só pioraram, e muito, com os novos

Eles escolheram os assentos nesta barca do poder, mas esqueceram que toda essa ambição é movida a motor, combustível, habilidade e destreza de um capitão e um timoneiro. Está aí, o resultado.  Nem se posicionar no âmbito estadual conseguiram. Quando havia prévias, escolheram de forma escondida o senador Dário Berger como pré-candidato do partido a governador. Ele nem no MDB está mais. Quando não havia mais alternativa, embarcaram na escolha que nem mais havia de Antídio Aleixo Lunelli, que é apenas um candidato a deputado estadual. Só erros.

Quem na cidade sabe mesmo qual é o objetivo do MDB de Gaspar na eleição deste ano e qual o próximo passo do partido para se manter um partido se perder o poder como está perdendo? Parece ser praga do presidente de honra do MDB, o ex-prefeito Osvaldo Schneider, conhecido como Paca e falecido neste 2022 e que esta turma desdenhava na experiência política que ele tinha.

Sinais desta decadência, desorientação e liderança não faltam. 

Os riquinhos e um Conselho da Cidade fake até lavaram as mãos. Lançaram – numa obra mal feita – o prefeito reeleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, como candidato a deputado estadual. O próprio Kleber correu do pau. Descobriu que não tinha votos e ele não estava no plano do partido por culpa dele e de seus. 

Pesou também, a de que Kleber está amarrado ao esquema das igrejas evangélicas neopentecostais – este sim, bem estruturado e sabe o que quer – que também não o queria candidato. Tinha outro: Marcos da Rosa, do União Brasil, vereador em Blumenau.

A fraqueza deste plano de poder do MDB de Gaspar, incapaz de se regionalizar e até mesmo estadualizar, começou a ser revelado, na verdade, em 2020. Ali, Kleber e o MDB viram que tinham governado Gaspar, mas de fato, não tinham se estruturado e se protegidos, verdadeiramente, no poder e para permanecer nele.

Para não serem ameaçados na reeleição, fizeram um acordo com o adversário de 2016, Marcelo de Souza Brick, então no PSD, outro jovem de discurso vazio. Era para Marcelo não ser concorrente de Kleber em 2020. Marcelo caiu na cilada e se tornou vice com a promessa de assumir a prefeitura neste abril deste ano. Nem Kleber candidato, nem Marcelo na prefeitura, nenhum acordo pré-campanha comprido. Previsível conhecendo-se os envolvidos.

Qual é o retrato desta falta de liderança do MDB de Gaspar nesta eleição? Kleber está “apoiando” um grupo que deixou na mão há quatro anos na reeleição da deputada Dirce Heidercheidt, MDB, de Palhoça. Com 32.332 votos em 2018 ela ficou como a primeira suplente do partido. Hoje a régua subiu para ele se eleger. Kleber está na foto acima com seu chefe de gabinete, o vereador licenciado Francisco Solano Anhaia, MDB num evento político-eleitoral em Gaspar com Dirce.

O que pega também? É que, de verdade, Kleber está trabalhando para Marcos Rosa na dobradinha com o novo prefeito a de fato de Gaspar, o deputado estadual Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau. Ele é candidato a Federal pela representação das igrejas neopentecostais.

Se o MDB falhou em ter o seu próprio candidato, Kleber bem que poderia apoiar os candidatos de Gaspar e que em tese estão na base do seu governo e se humilham na Câmara na tal Bancada do Amém. Mas, nem isto sensibilizou Kleber e o MDB. Marcelo teve até que mudar de partido, foi para o Patriota, para inventar o discurso da chance. Este discurso não bate com simples contas aritméticas da falta de votos no colégio eleitoral daqui e que também já expliquei várias vezes. 

E para complicar, Marcelo está se desgastando porque está tendo que explicar e provar como mudou de partido dentro do tempo permitido pela legislação eleitoral. Marcelo, está sendo boicotado até no tal fogo amigo.

Retomando para encerrar. O MDB também deu as costas para a vereadora de primeiro mandato, Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP. Ela e Marcelo estão tão isolados, quanto naturalmente está o prefeito de três mandatos e suplente de deputado estadual, Pedro Celso Zuchi, PT, este sim, um adversário até aqui do MDB gasparense.

O MDB não quer ninguém daqui eleito que não esteja no grupo de poder que finge ser MDB e que está em decadência, o tal que se “espelha” no MDB de Blumenau. A igreja não quer saber de MDB, PSD, Patriota, PP ou coisa assim. Quer um alinhado incondicional nos seus interesses. E assim, fica claro que para vencer, o MDB escolheu mal Kleber em 2012 para ser o seu representante do então núcleo de poder que daria um reinado de 20 anos. Kleber sabe onde está. E cada vez mais, está longe do MDB que o criou como político. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

A equipe do candidato Marcelo de Souza Brick colocou as barbas de molho. Esperava para ontem um desfecho favorável à denúncia de que ele teria se inscrito no Patriota fora do tempo. O Tribunal Regional Eleitoral resolveu ouvir as testemunhas arroladas e promete ir mais fundo neste assunto.

A gula do MDB de Gaspar pelo poder não é de hoje. Ouvi recentemente num podcast daqui (GasparCast) onde o entrevistado era o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt (2005/09) que o MDB tinha 70 dos 100 cargos comissionados. E queria mais, para dar sustentação na Câmara, afrontando ao acordo de proporcionalidade que o partido tinha na época com o PP, PSDB, PDT, PL e PTB

Há um embate surdo e forte de bastidores entre empresários do ramo imobiliário, poder executivo, a legislação federal, vereadores e a nova lei que vai permitir construções ou regularização de edificações a beira de rios, ribeirões e nascentes em Gaspar. O relator do Projeto de Lei Complementar 05/2022, Dionísio Luiz Bertoldi, PDT, foi colocado entre a cruz e a espada, exatamente nos interesses que afloram neste período de campanha.

Pela primeira vez, o Ministério Público Estadual está atuando em tempo real. E isto tem incomodado tanto políticos como empresários. O certo é que este assunto não poderia estar na Câmara neste momento.

Dados mostram que Gaspar foi a oitava cidade que mais multou veículos e motos em Santa Catarina de janeiro a julho. E olha que aqui houve interrupção das lombadas eletrônicas, que mais uma vez vai voltar a funcionar por contrato emergencial.

Foram 27.177 multas plicadas no período. Blumenau, vizinha e quase seis vezes maior,  foi a sexta com 34.396 multas no mesmo período. As campeãs, foram Florianópolis e Balneário Camboriú, respectivamente com 169.680 e 160.390 multas.

Aliás, tem estudos técnicos apresentados pela Ditran – Diretoria de Trânsito de Gaspar – recomendando a instalação de lombadas eletrônicas sem que se tenha no documento, a assinatura expressa de responsável pelo estudo, bem como o responsável pelo trâmite de tal projeto na Ditran.

E não é rascunho não. O documento é público. É de 2020 e possui o carimbo de protocolo do gabinete do prefeito e vice-prefeito. Então…

Para combater o PT, que por enquanto não é adversário de Jorginho Mello na corrida ao governo do estado, o PL de Gaspar está desenterrando artigos na imprensa daqui e publicados em 2009. Eles dão conta entre outras do descaso do PT com a duplicação da BR-470. E é verdade.

Também é verdade, que a viabilização, ou aceleração do término da duplicação da BR-470 no acesso do porto e aeroporto até Blumenau, principalmente, e passando por aqui, foi possível, por uma ação do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, e aprovada pela maioria dos deputados. Injetou-se dinheiro estadual em obra federal que era obrigação de Jair Messias Bolsonaro.

Para complicar tudo isso, o PL e os bolsonaristas se movimentaram para impedir que houvesse esse aporte. E recuaram só depois da lambança feita bem como da grande e má repercussão. Talvez seja por isso, que Jorginho tenha tanta dificuldade para se sobressair e corre um sério risco de não chegar no segundo turno.

O PL teve que proibir o ex-prefeito de Florianópolis Gean Loureiro, União Brasil, de usar o nome bengala de Bolsonaro na sua candidatura e está engolindo esta mesma associação ao nome do senador Esperidião Amim Helou Filho, PP. Até para desenterrar notícias velhas não possuem qualquer habilidade, quando padecem do mesmo mau exemplo e defeito de origem.

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4 comentários em “O MDB DE GASPAR ESTÁ SEM RUMO E LIDERANÇA. CADA UM ESTÁ CRIANDO E DEFENDENDO SEU TERRITÓRIO”

  1. BOLSONARO QUER DISPUTAR 2022 COM AS ARMAS DE 2018, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    A frase é atribuída a Winston Churchill:

    – Os generais estão sempre preparados para combater a última guerra.

    Os sinais dados por Jair Bolsonaro indicam que ele quer disputar 2022 com as armas de 2018. É uma tarefa impossível, porque, no meio desse caminho, estão os mortos da pandemia, a carestia e seus três anos e oito meses de governo. Lula continua tangenciando o tema da corrupção ocorrida em seu governo, mas falta ao sentimento antipetista o vigor de 2018. A aura de santidade da Operação Lava-Jato virou fumaça. Personagens eleitos em 2018 na onda que levou Bolsonaro ao Planalto desapareceram do mapa, como o fulgurante juiz Wilson Witzel, no Rio, e João Doria, em São Paulo. Romeu Zema, eleito em Minas Gerais, disputa a reeleição descolado do capitão.

    No debate da Band, Bolsonaro gastou seus dois minutos de considerações finais (livres de qualquer provocação) para relacionar Lula aos presidentes de Chile, Venezuela, Colômbia, Nicarágua e Argentina. Arrumou uma encrenca diplomática inútil, pois a eleição é no Brasil. Ademais, enquanto Bolsonaro teve um chanceler que se orgulhava da condição de pária em que o país foi colocado, Lula teve boas relações com o republicano George W. Bush, e o democrata Barack Obama, ao encontrá-lo, disse que “esse é o cara”.

    Os dois minutos finais do debate foram usados por todos os outros candidatos para dizer o que querem fazer do Brasil nos próximos quatro anos. Bolsonaro preferiu dizer que não quer que suceda a Pindorama o que estaria acontecendo alhures. Esse assunto é de 2018.

    Enquanto Lula lançava pontes para um entendimento com os eleitores de Ciro Gomes, chamando-o de “amigo”, Bolsonaro agrediu-o. Má ideia.

    Bolsonaro previu que seria massacrado no debate da Band e, de fato, sofreu com as interpelações de candidatos com baixo desempenho nas pesquisas. Essa é a vida de quem vai melhor. De certa maneira, o debate fortaleceu Ciro Gomes e Simone Tebet. Ambos perseguem os votos de pessoas que estão indecisas, não querem votar no capitão ou em Lula e só votam num dos dois se não houver alternativa.

    A pesquisa do Ipec captou as preferências seguintes à sabatina do Jornal Nacional, mas não cobriu o debate de domingo. Nela, Ciro e Tebet continuaram comendo poeira. Falta uma nova rodada, que reflita o debate da Band. Se ela mostrar um crescimento dos dois, será quase certo o segundo turno.

    Bolsonaro tem à sua disposição o 7 de Setembro, que transformou num evento de marquetagem municipal e necrófila com o coração de Dom Pedro I.

    O Bolsonaro do debate da Band falou para uma plateia de 2018 que não existe mais. O candidato que prometia governar com “bancadas temáticas” sabia que isso era uma ficção. Tentou criar seu partido, o Aliança Brasil, fracassou e aninhou-se no velho Centrão. Até aí, nada de novo, pois foi esse o percurso de Sarney, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Em 2018, a tarefa lhe foi fácil. Lula estava preso, e o governo vulnerável para quem prometia um mundo novo.

    Passaram quatro anos, e o capitão é vidraça. O professor Delfim Netto ensina que os governos precisam abrir a quitanda às 6 da manhã, com berinjelas para vender e troco para a freguesia. A berinjela, como o chuchu e o tomate, está cara, e o rapaz que fazia as entregas da quitanda pegou Covid-19 porque não se vacinou.

  2. Nossa Câmara municipal está de parabéns!!
    Criaram o PL do laço comprido, o dia da vitória, discutiram nomes de ruas, praças e pontes, o abril azul.
    Também homenagearam até o mosquito da Dengue no PLENÁRIO da Casa.
    Tudo pra fazer de conta que estão “trabalhando” pela comunidade 🥺
    Agora tem assunto novo: Anita Garibaldi e a Semana Farroupilha 👀😱😱
    Discussão pra RESOLVER o problema da FALTA de vagas em período INTEGRAL nas CRECHES do município?
    Discussão pra determinar data do início das obras de drenagem nos bairros Sete e Santa Terezinha?
    CONSTRUÇÃO da estação de TRATAMENTO de ESGOTO de Gaspar?
    Empenho pra MELHORAR o IDEB nas escolas do município?
    Proteção das nascentes e mata ciliar dos muitos cursos d’água do nosso município?
    Como alavancar o Turismo Rural, de aventuras e de observação na nossa cidade?
    O que fazer com o título de capital nacional da moda infantil?
    Não, nadinha 👀
    Salvo algumas intervenções dos Vereadores Amauri Bornhausen, Luiz Bertoldi e Alexsandro Burnier, os demais, se o PREFEITO pedir pra uns caminhões de brita pra espalhar na Aristiliano Ramos, sem nenhum QUESTIONAMENTO, ELES APROVAM 👀😥😠

    1. Está escrevendo e observando melhor do que eu. Só os políticos governistas e a imprensa é que não conseguem enxergar o que a maioria dos eleitores e eleitoras já percebeu

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