“O DESPERTAR DE UMA NOVA ERA!” FOI ASSIM QUE OS EMPRESÁRIOS DE GASPAR ANUNCIARAM KLEBER PARA O SEGUNDO MANDATO NA UNIÃO QUE ARRUMARAM COM MARCELO. QUAL SERÁ A MEDIUNIDADE DE AGORA?

Atualizado às 8h07min deste 14.02.2024. Absolutamente todos, repito todos, os empresários e políticos que armaram o convescote no restaurante Questão de Gosto, na Associação da JBS, no Poço Grande, no dia 30 de janeiro para que o delegado Paulo Norberto Koerich, com ficha já assinada no PL desde setembro, dissesse que estava à disposição deles para ser um nome à prefeitura de Gaspar nas eleições de outubro deste ano, afirmaram que não leram MOVIMENTO DE EMPRESÁRIOS GASPARENSES NA TERÇA-FEIRA PASSADA FOI PARA SE VINGAR DE KLEBER E MARCELO; ISOLAR E DEFINHAR OBERDAN E ENCONTRAR UMA FORMA DE SE UNIR PARA ENFRENTAR ZUCHI. A CIDADE CONTINUOU DESPREZADA que publiquei aqui no dia cinco de fevereiro sob o anúncio de que faria isso depois de ver todo o noticioso, eventuais comentários e a repercussão da imprensa local e regional.

Estranhamente, todos, absolutamente todos, por outro lado, como não sou “domesticado” por esses “tutores”, também ficaram putíssimos com o que escrevi e revelei naquele artigo. Principalmente com o que afirmei, que, primeiro eles precisavam pedir desculpas à cidade, aos cidadãos e cidadãs pelo erro da escolha anterior, apontar as falhas do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP, patrocinados por eles até então, esclarecer as razões pelas quais estavam mudando de time e de timoneiro, sob pena de desqualificar uma pessoa boa, não ligada à política tradicional, e logo de saída. 

Afinal, reconhecer um erro é um ato nobre. Se estabelecer no segundo e mesmo erro, apenas por vingança e sem compromissos, é burrice. A cidade está cansada. Quer mudanças. E vou repetir o que já escrevi sobre este movimento e seus supostos líderes: é legítimo que um grupo – mesmo fora das agremiações partidárias e associações de classe, fatos que os deixa enfraquecido -, queira liderar mudanças nos rumos políticos-administrativos da cidade. Mas, antes, este mesmo grupo precisa ter legitimidade, transparência e objetividade para resultados comuns não apenas para eles, mas para todos. Resumindo pela primeira vez: não seja, mais uma vez, unicamente, com o fito de se exibir, demarcar territórios, perseguir, exercer poder e salvar interesses.

Para o grupo que jura que não me leu, apenas ouviu por convenientes terceiros, eu exagerei naquele, outros artigos e notas. Então, pela medida da régua que me tomou, eu estarei exagerando, novamente, neste artigo desta Quarta-Feira de Cinzas, dia em que se simboliza no catolicismo o fim das comemorações pagãs e o modo de reflexão da Quaresma à espera da traição contra o julgamento de cartas marcadas e à morte de Jesus, vejam só, considerado mestre pelo próprio traidor? 

BENÇÃOS SOBRE A NOSSA GASPAR!”

O que apareceu nos emails e aplicativos de mensagens em 2020 como se fosse Fênix, a que ressurge das cinzas, reproduziu-se a partir deste mesmo grupo que anulou Marcelo na sua candidatura própria no PSD e o uniu a Kleber no lugar de Luiz Carlos Spengler Filho, PP, com a promessa de dar a Marcelo, a titularidade no meio do novo mandato? 

Este escrito abaixo. Ele foi feito e espalhado por um dos líderes do grupo e que, estranha e providencialmente, não estava no dia 30 de janeiro deste ano no convescote para Koerich. É que este líder, está olhando a maré, não como eu, é claro, mas diferente de mim, para assim, surfar, mais uma vez, na melhor onda que lhe convir e que não apareceu ainda bem claramente no cenário eleitoral gasparense.

Leiam, reflitam e concluam onde está o erro mais uma vez? Neste blog que, só eu mesmo leio e cuja a ferramenta de contagem é falseada para eu me alegrar na minha própria bolha?

Retomo.

Apropriado!

Neste caso, o sincretismo de política, poder, religião, fé e espiritismo não deu muito certo por aqui. A política virou um caso de polícia. E foram chamar um delegado para dar esperanças aos eleitores e eleitoras, bem como à cidade como um todo. Será? 

Como escrevi várias vezes, este pessoal que errou nas escolhas e profetizou falsamente, como mostra o texto resgatado e publicado acima está enrolado nos próprios desenlaces. Portanto, este pessoal está devendo é desculpas e explicações para recuperar na sua própria credibilidade. Só então poderá apresentar e ser sócio de um nome limpo. Esse mesmo pessoal, finge não entender que é este o princípio que move à sede de mudanças do eleitorado gasparenses.

Em tempo: a precisão cirúrgica só aconteceu para as vinganças. A prosperidade foi particular e o espirito altruísta ficou dignificado no ralo de dinheiro público em que se tornou o Hospital de Gaspar. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Espetáculo I. Na primeira sessão da Câmara de Gaspar deste ano, dois vereadores gastaram tempo numa espécie de BBB todo particular deles. Foi quase quatro vezes mais o tempo que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, usou na mensagem de abertura dele no Legislativo e que reportei em KLEBER FOI NA ABERTURA DA CÂMARA PELA ÚLTIMA VEZ COMO PREFEITO DE DOIS MANDATOS. O POLÍTICO NÃO TINHA CONTAS A PRESTAR PARA ALIMENTAR COM REALIZAÇÕES O PALANQUE DO SUCESSOR E CALAR OS CRÍTICOS. RESTOU AGRADECER A GENEROSIDADE CÚMPLICE DOS VEREADORES DA BASE AMPLA

Espetáculo II. O experimentado vereador Giovano Borges, PSD, acusou e atacou o novato e, vejam só, seu ex cabo eleitoral, Alexsandro Burnier, PL, de estar nas redes sociais e aplicativos de mensagens lhe caluniando e desmerecendo-o no seu trabalho político pelo bairro e a cidade. Alexsandro que alegava estar com dor de garganta, curou-a, imediatamente, e enfrentou Giovano na mesma linha das baixarias do BBB. Afinal começou a disputa de votos perante a passiva distinta plateia.

Espetáculo III. Não vou entrar na pilha dos dois. Porém, isto é um sinal bem claro de como se dará as eleições deste ano. Finalmente os três vereadores do bairro Bela Vista – nenhum outro bairro possui tanta representação apesar de estar largado – acordaram. E tardiamente. O mais esperto deles e protegido do paço municipal, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, já correu de lá. Foi morar na Lagoa e faz seus shows agropecuários a partir da titularidade da secretaria de Agricultura e Aquicultura, além dos templos de onde é um fiel representante da claque.

Espetáculo IV. No Bela Vista sobraram, fisicamente, Giovano Borges, PSD, Alexsandro Burnier, PL, resquícios de Cleverson Ferreira dos Santos, PP, e principalmente, outros entrantes que estão preocupando tanto Giovano e Alexsandro. Giovano está lidando com o seu PSD e à alternativa de fuga pelo PSB onde já esteve de passagem. Alexsandro, por outro lado, esqueceu que papel dele era de oposição e deixou que isso nos primeiros tempos fosse ocupado por alguém da própria Bancada do Amém, o falecido Amauri Bornhausen, PDT. Neste momento, Alexsandro está se equilibrando perigosamente no arame do circo. 

Espetáculo V – Por isso, pode Alexsandro Burnier, PL, está perdendo o timming ao ter escolhido o deputado estadual Ivan Naatz, PL, de Blumenau, como seu padrinho preferencial, ao invés de um alinhamento maias pragmático com o diretório de Gaspar. E se Naatz conseguir estar na lista sêxtupla da OAB SC para a indicação como desembargador no Tribunal de Justiça, Alexsandro estará sem o padrinho político, sem interlocução e longe do diretório do PL.

Espetáculo VI – Provocado pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e obrigado por isso, como líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, como usuário diário daquele trecho no pasto do Jacaré entre as avenidas Francisco Mastella e Frei Godofredo não conseguiu enxergar nenhum defeito naquilo que com menos de um quilômetro de extensão custou aos gasparenses a estratosférica cifra de R$12 milhões. 

Espetáculo VII – Há um vídeo que circula pela cidade. Ele une o pronunciamento do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, mostra à realidade esculachada que os olhos do governo e principalmente do vereador, não conseguem enxergar. O que o vídeo não menciona, não esclarece e não cobra em nome dos gasparenses, é que esta obra está na garantia de quem a fez. E como tal, a empreiteira de Blumenau, deve ser cobrada pela prefeitura de Gaspar, inclusive judicialmente, a refazer a parte da obra que está comprometida, aquela que coloca a vida de motoristas, acompanhantes nos veículos e até os próprios pedestres em grave exposição.

Espetáculo VIII – Qual a jogada casada aí nesta inércia estatal? É a de esperar o fim destes cinco anos de garantia e assim, desobrigar à empreiteira amiga ao reparo? Só para lembrar: foi lá no meio dela, quando antes mesmo de aberta ao tráfego os defeitos já apareciam, em 2022, que durante a solenidade de inauguração dela, que Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi lançado, pelo grupo de empresários que o levou ao poder em Gaspar, como candidato a deputado estadual. O grupo, também não enxergou nada de anormal. Micos casados, portanto.

Negócios I – O prédio que serviu em Gaspar como agência do falecido BESC na central Aristiliano Ramos, adquirido pela prefeitura há mais de cinco anos em leilão privilegiado ao Banco do Brasil, foi o único arrematado no leilão da prefeitura de Gaspar de 26 de janeiro. A MGV Construtora e Incorporadora, de Meia Praia, em Itapema, como informei, levou. Os outros oito imóveis da mesma praça encalharam. Notícia velha. choros por todos os lados. O que é novo então? Este imóvel arrematado por R$4.960.497,50 está voltando às mãos gasparenses.

Negócios II – Está em curso uma permuta com um imóvel que a construtora deseja para construção de um prédio na Meia Praia, onde hoje funciona o Restaurante Bokas. Qual o destino do prédio da antiga agência do BESC de Gaspar pelos futuros novos donos gasparenses? O aluguel para uma instituição financeira.

Tontos I – Mais uma pesquisa foi feita na semana passada em Gaspar. Nela, duas coisas chamaram a atenção. Novamente o nome do pré-candidato Oberdan Barni, Republicanos, não constava da pesquisa, ou seja, tem gente, repetidamente, se auto enganando e criando universos de testes fictícios. Depois reclamará que foi, mais uma vez, surpreendida. 

Tontos II – Por outro lado, havia na pesquisa um teste com a seguinte dupla: Paulo Norberto Koerich na cabeça e Rodrigo Boeing Althoff, de vice, ambos pelo PL. Rodrigo, por sua vez, anuncia por aí que vai ser inverso: ele na cabeça e Paulo na vice. O que está mais certo a cada dia? Que Paulo esteja mais longe do PL, mais perto do “novo” PSD que se tenta montar em Gaspar e ao mesmo tempo, mais longe de uma cabeça de chapa. Aliás, Paulo tem demonstrado desconforto quando cobrado de que não aparece por aí. “Estou onde sempre estive” retruca. Ele está certo. Mas, onde ele sempre esteve não é ambiente de candidato, amizade restrita e votos cativos. É só olhar as redes sociais do governo e dos vestidos de candidatos como eles se movimentam.

A Dubai do Vale Europeu. O mercado imobiliário em Gaspar está em franca e súbita valorização. Casas e apartamentos avaliados em “milhões” estão à venda. O problema é a tal liquidez. Quem quer morar em casas e apartamentos tão caros, para ficar preso no trânsito caótico daqui?

Defeito congênito. Na primeira sessão da Câmara de Gaspar um longevo problema se apresentou de cara: o caro sistema eletrônico de votação, feito de três teclinhas nos caros computadores de cada um dos 13 vereadores, pifou. Foram 45 dias para arrumar e testar. Mas…

Percepção turvada I – “O nosso partido não tem picuinhas políticas. A comunidade não quer ver brigas. Quer ver resultados“. Quem afirmou isso com tom de autoridade na última sessão da Câmara de Gaspar? A vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, líder do PP. A novata e ingênua Mara já se agarrou à velha política? Perguntar não ofende: o PP de Gaspar já resolveu a briga interna gerada pela filiação inesperada e como única alternativa do PP e do vice-prefeito Marcelo de Souza Brick? Antes da sessão de terça-feira, quando ela falou isso, ao menos, este cachimbo da paz ainda não tinha sido aceso. E até agora pelo jeito, também não.

Percepção turvada II – Quanto ao que o “povo não quer brigas” de políticos, mas que os políticos produzam resultados para a comunidade, a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP, está absolutamente certa. Entretanto, sobre isto, há um longo caminho a percorrer e o PP de Mara é parte do problema, exatamente por ser governo há mais de sete anos com Kleber Edson Wan Dall, MDB. E os resultados? De quitanda! Ou seja, é de desmoralizar a tal carta que apresentei no artigo principal, “O Despertar de Uma Nova Era

Grama alta I – Foi assim e não é piada, pois está gravado, a outra parte do espetáculo que o líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP, Francisco Solano Anhaia, MDB, produziu na sessão de abertura da Câmara de Gaspar neste ano, para justificar à razão pela qual a cidade tomada pelo capim. Além de culpar o calor, comparar com problemas semelhantes em outros municípios e assim, automaticamente, desobrigando-se a ser exemplo melhor, o vereador alinhou ainda as propriedades do estado e da união. Depois de quatro meses sem este serviço entre nós, Anhaia aproveitou para anunciar a prefeitura colocaria no prego uma nova licitação para este tipo de serviço.

Grama alta II – O que o líder do governo de Gaspar na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, esqueceu e enrolou? Que a prefeitura de Gaspar rompeu o contrato com a curitibana Ecosystem era cara ou calculava de forma errada o serviço que o encarecia na cara dos que deviam controlar este assunto na prefeitura de Gaspar.

Grama alta III – Se foi, terá “descoberto” isto tarde demais e tem tudo para dar problemas já sob investigações. As 16 mil páginas de informações, na maior parte produzidas pela própria prefeitura, já estão na Polícia e no Ministério Público. O governo está torcendo que tanto o Ministério Público quanto a Polícia não tenham tempo para analisar essa quantidade de documentos, ao menos antes das eleições.

Grama alta IV – Outra e de verdade? A prefeitura não tinha mais dinheiro para honrar os compromissos com as faturas da Ecosystem. Então, preferiu romper aquilo que lhe poderá dar problemas e ao mesmo tempo ganhar um fôlego de caixa sem a limpeza e o corte do capim na cidade. Simples assim. No fundo, calculou mal os prós e contras. Perdeu muito mais nos desgastes. E pelo jeito, poderá perder exatamente quando chegar o tempo das inquirições.

Baderneiro. Autoritário. Mentiroso. Manipulador. Traidor. A direita e o conservadorismo brasileiros não mereciam um líder assim. Quando escrevi isso aqui, por várias vezes, principalmente olhando para o passado de indisciplinado, subversivo, misto de dublê de sindicalista e militar que Jair Messias Bolsonaro, PL, foi, os bolsonaristas caíram de pau e até me rotularam como um traíra da causa deles e de comunista, como se eu devesse continência a tudo isso. Estou de alma lavada, mais uma vez.

Agora, nova e ardilosamente, Jair Messias Bolsonaro, PL, está usando estas viúvas do bolsonarismo – um viés estranho da direita, do conservadorismo no Brasil -, que ele próprio as deixou nas frentes dos quarteis, nas prisões do fim do mundo e sem prazo para sair delas – um já saiu até morto e pouco se fez para apurar as responsabilidades do estado e do judiciário sobre ela – para se salvar em nova ameaça, mas via o movimento popular que o levou ao Planalto uma vez e o deixou na mão na reeleição, exatamente por ser o que ele é.

Jair Messias Bolsonaro, PL, convocou para o domingo, dia 25 de fevereiro, uma concentração na Avenida Paulista, em São Paulo, para finalmente, depois de longo silêncio e desemparo, falar aos supostos seus. E por que faz isso? Só porque a corda agora foi para o seu próprio pescoço e quer que outros a tirem dele. É de se ver e analisar o resultado disso. A escolha também foi feita a dedo, num hub que facilita o acesso das carpideiras de outras regiões do Brasil, principalmente as do Sul. E para a convocação usou, mais uma vez, a camisa amarela da seleção, a que sem comando na CBF e no campo, vem decepcionando os brasileiros seguidamente. A penúltima? Estamos fora das Olimpíadas de Paris. Tudo a ver.

Quem colocou Luiz Inácio Lula da Silva e o PT de volta ao mundo competitivo da política, com atestado de bons antecedentes, foi o radicalismo, os bolsonaristas e Jair Messias Bolsonaro. E tudo isso ficou claro, quando sacrificou o seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz da lava Jato, o senador paranaense em vias de ser cassado, Sérgio Fernando Moro, União Brasil. Tudo para salvar a pele de seus filhos no arrego mal calculado com o STF. Foi Bolsonaro quem tolheu, barbaramente, o liberalismo econômico de Paulo Guedes. Quase nada se privatizou. E o Estado ficou tão igual ao que era ou é no socialismo de Lula.

Se isto pode influenciar as eleições e diminuir a força do PL em Gaspar? É muito cedo para cravar, mas a princípio, não. Dependerá dos próximos dias. O primeiro grande erro, foi corrigido: a incompreensível prisão preventiva do presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, o que tem o gordo caixa do partido com mão de ferro. Isto sim, terá desdobramentos. Ou Valdemar afina, para salvar os anéis, e ele é um homem de composição e negócios – tanto que já foi parceiro de Lula e PT no Mensalão -, ou engrossa e aí o PL se fortalece como um partido líder do Centrão.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é vítima, e que preside o inquérito, não previsto na Constituição e no arcabouço jurídico, arrumou uma prisão preventiva para uma arma sem registro no nome de Valdemar e uma pipitinha de ouro de origem provavelmente ilícita, enquanto nada disso é considerado para a soltura de grandes traficantes de drogas, por exemplo, para não citar situações políticas e de políticos. É um sinal forte. E pode também sinalizar erros exagerados e continuados que ajudaram a enfraquecer a Lava Jato.

O que neste momento mais influenciará externamente as eleições municipais em Gaspar? Se o senador Jorge Seift Júnior, PL, for cassado – e o julgamento está prestes a acontecer no Supremo – e as eleições suplementares para esta vaga catarinense no Senado forem marcadas para o mesmo dia seis de outubro.

Outro fator, é que os radicais e os bolsonaristas de carteirinha saem enfraquecidos neste processo de desconstituir Jair Messias Bolsonaro, PL, como líder. Ele está exposto não à uma tentativa de golpe de estado, mas principalmente à coisas mal feitas, mal enjambradas, amadoras mesmo e onde só meia dúzia subserviente produzia maus resultados para a própria causa que ele se fazia de inspirador.

No outro lado, devido a tudo isso, o governador Jorginho Melo – na foto ao lado com Décio Neri de Lima, PT- que sempre foi Valdemar da Costa Neto, que já foi do antigo PL e que aqui em Gaspar nasceu, vejam só, na ala mais a esquerda do MDB e que deu até apoio no passado a Pedro Celso Zuchi, PT, fica mais fortalecido, mais “dono” do partido do que antes. Perdem os bolsonaristas que o infernizam no governo, os que usam o militarismo como saudades de um tempo passado e nas pautas de costumes onde está outro jogo falso de poder, os das organizações políticas com fachadas de igrejas.

Mais, ainda. O próprio PT também sai mais enfraquecido do que está em Santa Catarina. O eleitorado conservador e bolsonarista trata a patacoada exposta na semana passada pela Polícia Federal e o STF como um conluio proposital para humilhá-los. É mais gasolina na fogueira. E isso terá consequências nas urnas. Os desdobramentos é que dirão o tamanho disso daqui para frente, incluindo, o sucesso e o fracasso do encontro do dia 25, com a presença de Jair Messias Bolsonaro, PL. E Santa Catarina poderá estar mais conservadora do que antes se o PT não abrir os olhos com o sentimento de vingança que se está despertando nesta parcela ponderável do eleitorado daqui.

Onde há possibilidade segundo turno, o PT poderá até arriscar chegar lá. A prudência e o pragmatismo, todavia, pedem outra decisão. Ele terá que escolher em ser sócio de uma vitória, com um vice plantado, ou choramingar derrotas. Em cabeça de chapa, o PT será vencido por sova, como no caso da eleição do governador Jorginho Melo, PL. Todos os adversários conservadores queriam o mamão com açúcar chamado Décio Neri de Lima, PT, no segundo turno para ter vitórias garantidas. Por isso, deixaram-no navegar à vontade. Não deu outra.

Como eleições são momentos e como em Gaspar os políticos no poder de plantão, e os que fingem mudar de lados para continuar com a mesma cumbuca na mão – não confundir com mão na cumbuca; diante da habilidade incomum na produção de cortinas de fumaças para esconder os seus erros, defeitos e vinganças, não custa nada ficar olhando a maré política. E para finalizar: os que se identificam com Bolsonaro não são poucos, existem e votam em Gaspar. E se verdadeiros, podem escolher até quem não esteja na chapa liderada pelo PL. Acorda, Gaspar!

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6 comentários em ““O DESPERTAR DE UMA NOVA ERA!” FOI ASSIM QUE OS EMPRESÁRIOS DE GASPAR ANUNCIARAM KLEBER PARA O SEGUNDO MANDATO NA UNIÃO QUE ARRUMARAM COM MARCELO. QUAL SERÁ A MEDIUNIDADE DE AGORA?”

  1. O CÁLCULO DE BOLSONARO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

    Foi sempre difícil estabelecer o que era estratégia ou fantasia na cabeça do personagem político Jair Bolsonaro. Sempre pareceu mais “sentir” do que “pensar” em como agir.

    Juntou delírios (como o negacionismo da ciência) a uma por vezes precisa avaliação da realidade política e social, como foi a descrição que fez, no já famoso vídeo da reunião ministerial de julho de 2022, da própria vitória em 2018. “Foi uma cagada”, disse.

    De fato, é uma boa definição da excepcionalidade da conjunção de fatores que o permitiu derrotar as engrenagens políticas, o “sistema”, as previsões. De lá para cá Bolsonaro parece ter acreditado que a excepcionalidade sempre se repetiria a seu favor.

    Na leitura que faz hoje da realidade política há um componente de cálculo a partir de fatos, e menos esperanças de que eventuais “milhões” na Paulista no dia 25 o livrem da cadeia. O ex-presidente conta com uma considerável corrente dentro do Congresso disposta a peitar o STF.

    Por sua vez, os parlamentares ecoam, em parte, uma disseminada visão crítica do Judiciário em geral e do STF em particular em amplos setores da sociedade. Que se alastra por confissões religiosas (discussão sobre aborto), categorias profissionais, segmentos da economia (especialmente o agro) e, talvez, configure o principal elo de “conexão” das narrativas radicais bolsonaristas com espectros mais amplos da opinião pública.

    Talvez o que Bolsonaro espere do chamado às ruas seja dar ao Congresso um tipo de “impulso popular” para seguir adiante na tramitação de medidas voltadas a “cercar” a atividade do STF. Além, claro, de solidificar sua imagem de “vítima”, algo que seu principal adversário soube tão bem explorar a vida política inteira.

    Figuras influentes dentro do Supremo perceberam há tempos o tipo de armadilha política na qual a Corte acabou caindo. E têm reiterado a necessidade de retorno à “normalidade” jurídica (qual? quando?) e evitar a qualquer custo a ideia de “fazer história” e conduzir a sociedade para onde ela mesma não sabe que deveria ir.

    O problema é que fazer o gênio voltar para a garrafa não depende mais da postura individual de um ministro como Alexandre de Moraes e seus inquéritos e investigações. O dinamismo político disso tudo é próprio e dificilmente se controla.

    O alvo é o bolsonarismo, sua principal figura política e o que tentaram armar. Bolsonaro insiste na linha de defesa de afirmar que tudo não passa de uma grande armação política, com o STF aliado ao atual governo de esquerda. O problema é que milhões pensam e sentem como ele.

  2. INVESTIMENTO EXTERNO CAI, O QUE PREOCUPA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    O Brasil atraiu US$ 62 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2023, 17% a menos que no ano anterior, segundo dados recém-divulgados. Seria prematuro concluir que o país se tornou menos atrativo, mas o sinal não deixa de ser preocupante diante de um quadro global ainda pouco favorável.

    Segundo dados da Unctad, agência das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento, os investimentos diretos —fusões, aquisições, novas instalações, reinvestimento de lucros e outras operações voltadas à atividade produtiva— entre países cresceram 3% no ano passado, para US$ 1,37 trilhão.

    À primeira vista, o resultado parece positivo diante de tensões geopolíticas em alta e também dos riscos até agora não confirmados de recessão global. A abertura dos números, porém, mostra uma situação menos confortável.

    Descontado o aumento em países europeus usados mais como intermediários de transações, como Holanda e Luxemburgo, o resultado é uma queda de 18%.

    Todas as principais regiões mostraram menos vigor, porém chama a atenção a piora relativa da União Europeia, com recuo de 23%, e de países em desenvolvimento, que atraíram 9% a menos.

    Mas nota-se no mundo maior foco em áreas que são objeto de intervenções governamentais motivadas pela busca de mais segurança nas cadeias de produção. Setores manufatureiros, como automóveis, maquinário, telecomunicações, eletrônica e química, tiveram aumento no número de projetos.

    No setor manufatureiro, houve alta de 38% no valor de novas iniciativas anunciadas, ante queda de 45% e 8% nos setores primário e de serviços, respectivamente.

    Espera-se que em 2024 haja alguma elevação geral nos fluxos, conforme avance a estabilização da inflação e os principais bancos centrais tenham espaço para redução de juros, o que pode viabilizar a abertura de um novo ciclo global de crescimento.

    O redesenho das cadeias globais de produção e valor deve favorecer nações distantes de conflitos geopolíticos e que tenham densidade produtiva suficiente. A China atrai hoje menos aportes, ao passo que os Estados Unidos buscam um renascimento industrial.

    É nesse contexto que o Brasil precisa se firmar como destino atraente. Concluir a reforma dos impostos, que aproxima o país do padrão global de tributação de bens e serviços, é só o primeiro passo.

    Atrair investimentos não apenas para servir o mercado interno, mas para se encaixar na geografia mundial da produção, é o meio mais eficaz de fazer avançar a produtividade e a renda.

  3. LULA NÃO PRECISA DE VIVANDEIRAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    Com oito anos de governo na biografia e tendo atravessado uma tentativa de golpe de Estado depois de sua eleição e mesmo depois da posse, Lula mostrou-se exemplar nas suas relações com os militares.

    Numa trapaça da História, na volta, ele foi precedido por um ex-capitão que destruiu 30 anos de reconstrução das relações das Forças Armadas com a política. Se alguém quisesse inventar um personagem para fazer semelhante estrago, precisaria de muita imaginação.

    O ex-capitão encheu o governo de oficiais, botou um general da intendência no Ministério da Saúde, combateu a vacina e exaltou a cloroquina. Prenunciando apocalipses, manipulou generais para desafiarem o resultado eleitoral, fingindo que duvidavam da lisura das urnas eletrônicas. Associou a imagem de oficiais do Exército a garimpos ilegais. Tamanha foi a bagunça que em seu governo um ajudante de ordens tornou-se figura preeminente. Isso só aconteceu antes, em ponto muito menor, nos governos de João Goulart e João Batista Figueiredo.

    A anarquia de Bolsonaro desembocou na armação mambembe de um golpe de mão contra o resultado eleitoral e na vandalização das sedes dos três Poderes no 8 de Janeiro. Felizmente, as investigações vêm dando nome aos bois.

    A relação impecável estabelecida por Lula precisa ser mantida e respeitada. Os militares devem ser mantidos unidos a partir de seu profissionalismo. Foi ele que bloqueou o golpe de Bolsonaro. Ao contrário do que achou o general Braga Netto, candidato a vice na chapa do ex-capitão, um general que respeitava o resultado eleitoral não se transformou num petista “desde criancinha”.

    Por mais esforço que se faça, ninguém acredita que a maioria dos generais e coronéis tenha votado em Lula. Felizmente, do meio civil não saíram destacadas vivandeiras. Na noite do segundo turno, o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi o primeiro a reconhecer o resultado eleitoral.

    Não tendo havido vivandeiras relevantes de um lado, a exposição dos detalhes da trama de Bolsonaro não deve estimular o surgimento de vivandeiras com sinal trocado. As investigações sobre as tramas de Bolsonaro são conduzidas pela Polícia Federal, sob o olhar do ministro Alexandre de Moraes. Dessas duas fontes têm jorrado revelações, mas não vazam maledicências. É apenas disso que se precisa.

    Essa característica, associada ao comportamento de Lula, garante a preservação da unidade das Forças Armadas. Quem pisou fora das quatro linhas da Constituição deverá pagar, a partir das investigações e por decisão da Justiça. Fora daí, resta apenas o mundo das fofocas e das punhaladas pelas costas. Foi a divisão militar da segunda metade do século XX que ajudou a produzir 1964.

    A articulação golpista de Bolsonaro era de vidro e se quebrou. Além dele, foram inexpressivos os civis que rondaram quartéis. Nisso, 2022 difere, para o bem, dos cenários do século passado. Civis como Fernando Henrique Cardoso e Lula deram qualidade à relação da política com os militares. Veio um ex-capitão e quase pôs tudo a perder.

    Em 1964, João Goulart acreditava estar amparado por um “dispositivo militar”. Passado mais de meio século, Jair Bolsonaro falava no “meu Exército”. Enganaram-se.

  4. COVID AINDA MATA MAIS QUE DENGUE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

    No Brasil, ainda morre muito mais gente de Covid do que de dengue. Não, não se quer menosprezar o surto de dengue ou qualquer doença. Os alertas de autoridades sanitárias e profissionais de saúde devem ser levados muito a sério. Não o serão.

    Trata-se apenas de um mote para lembrar de como morremos aos montes de doenças e barbaridades antigas, estúpidas, evitáveis e ignoradas. De homicídio, morriam 117 por dia em 2022. Devem ter sido 110 em 2023, na projeção do Ministério da Justiça. Mesmo assim, o Brasil ainda estaria perto do topo do ranking mundial da morte, de taxa de homicídio.

    Morremos de doenças causadas pelo HIV: 31 por dia em 2022. De doença de chagas, aquela causada por um parasita carregado pelo barbeiro: 11 por dia.

    É um lembrete conveniente para este início de ano do que, para católicos e simpatizantes, um dia foi o começo de um período especial de reflexão e introspecção, a Quaresma. Agora, o Carnaval nem acaba, propriamente.

    No último mês, morreram POR DIA 31 pessoas de Covid no Brasil. É a média das quatro semanas epidemiológicas contadas até 3 de fevereiro, dados do Ministério da Saúde. Nas últimas 52 semanas, um ano, morreram 12.844.

    Em 2023, se foram 1.094 pessoas por causa de dengue. Foi o maior morticínio causado pela doença desde ao menos 2000. Em 2024, até 12 de fevereiro, atualização oficial mais recente, eram 75 os mortos de dengue. Até dia 3 de fevereiro, a Covid levou 963.

    As doenças são muito diferentes, claro, embora se difundam por causa do nosso primitivismo geral. Isso quer dizer também: por causa de ignorância, que é a vontade de não saber, de não se informar e de ter “opiniões”. Por causa do nosso individualismo obsessivo, selvagem; da avacalhação; da opressão da miséria.

    Muita gente ainda não se vacinou contra o coronavírus. Muita gente ainda oferece criadouros para o Aedes aegypti: água parada. Muita cidade gasta milhão com show de música e não tira o lixo e os focos de Aedes. O óbvio.

    A Covid está sendo esquecida em parte por um motivo cruel e desumano, evidente já no pior da epidemia: leva os mais velhos, os já mais doentes, o que aliás era um tema da propaganda necrófila do governo das trevas, 2019-22. Mais de 80% dos mortos deste ano tinha 60 anos ou mais. A dengue manda mais para o hospital crianças de 10 a 14 anos, dizem as autoridades. Por isso, receberiam primeiro as vacinas escassas.

    Não esquecemos apenas da Covid.

    Quando criança, no auge da ditadura militar, lia impressionado que pessoas morriam de doença de Chagas, ou de esquistossomose e padeciam de cisticercose. O livrinho escolar ilustrava o assunto com pessoas com cara de Jeca Tatu vivendo em uma tapera de barro. A propaganda da ditadura dizia que o “progresso” nos livrava daquele “atraso”, enquanto ocorria um surto censurado de meningite. Os militares nunca decepcionam.

    Pois então. Em 2022, dado mais recente disponível, morreram 4.028 pessoas de doença de Chagas, quase o quádruplo das vítimas da dengue naquele ano (segundo o Datasus). Morre uma pessoa por dia de esquistossomose, ao menos. Etc.

    Afora micropaíses e ilhas de América Central e Caribe, a taxa de homicídio no Brasil apenas é menor do que a de África do Sul, Venezuela, México, Mianmar e Equador; meio que empatamos com a Colômbia. Os dados são os compilados pelo Escritório das Nações Unidas (ONU) sobre Drogas e Crime, mas as fontes são diversas e um tanto imprecisas.

    Como um país antidesenvolvimento autêntico (subdesenvolvido é eufemismo), nos acostumamos a males novos sem lidarmos com os antigos. Não nos preocupamos com essa sempiterna acumulação primitiva, por assim dizer, de deseducação, desigualdade, ineficiência e desumanidade.

    Era só para lembrar.

  5. PRIORIDADE ERRADA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    A educação pública brasileira costuma ser um terreno fértil de erros e inversão de prioridades que geram atrasos e desigualdades, impondo um horizonte sombrio para milhões de crianças e jovens. O estudo divulgado recentemente pela Secretaria do Tesouro Nacional (Despesas por Função do Governo Geral) reafirmou em números um desses equívocos. Mapeando dados consolidados até 2022, constata-se que, no ensino superior, o Brasil exibe gasto no padrão de países ricos, enquanto fica aquém em etapas da educação básica como o ensino fundamental 2 e o ensino médio. Não difere muito nas despesas com educação infantil e fundamental 1, mas no conjunto de despesas gerais com a educação (4,49% do Produto Interno Bruto – PIB) o País fica abaixo de vizinhos da América Latina e de economias avançadas.

    É importante notar, de acordo com o estudo, que o Brasil vinha ampliando sistematicamente o volume de despesas com educação entre 2010 e 2019 – de R$ 397 bilhões para R$ 520 bilhões no período, ainda que proporcionalmente em relação ao PIB tenha sido verificada uma certa estabilidade entre 2011 e 2018. Entre 2019 e 2021, no entanto, iniciou-se um período de redução e, nela, a educação básica foi especialmente atingida, graças à pandemia de covid-19 e à retração que se verificou tanto nos governos estaduais e municipais quanto em nível federal. O ano de 2022 inverteu a trajetória decrescente.

    Essa curva não inverte o essencial: em matéria educacional, o Brasil tem um sistema de transferência de renda e geração de oportunidade às avessas, distorção que já vem sendo apontada há bastante tempo por especialistas. Enquanto a uma esmagadora maioria pobre se oferta um péssimo ensino básico público, a minoria rica tem a seu dispor boas universidades públicas e gratuitas. Existe padrão internacional nas escolas privadas, não faltam magníficas exceções entre as escolas públicas da educação básica e há trágicos exemplos de má qualidade entre universidades públicas, mas o retrato geral é desabonador, completado e aprofundado pela defasagem do ensino técnico e profissionalizante.

    Isso significa estar na contramão do que ensinam boas práticas apontadas pela literatura especializada. A lição internacional indica dois pilares essenciais: prioridade para a educação básica e a qualificação de professores. No abecedário dos erros do Brasil, falha-se em ambos.

    Em setembro do ano passado, o relatório Education at a Glance, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostrou que desde 2010 o Brasil investe menos de um terço do que os países ricos para cada aluno da educação básica pública: US$ 3.583 por aluno/ano, enquanto a média entre as nações desenvolvidas é de US$ 10.949. Em contrapartida, o Brasil investe no ensino superior público quase US$ 14.800 ao ano por aluno, o mesmo valor da média da OCDE, além de ter um dos menores porcentuais de estudantes matriculados na educação profissional, considerando os 45 países analisados. Um ano antes, o Anuário Brasileiro da Educação Básica já apontava tendências similares.

    Esse pode ser um recado particularmente útil para o presidente Lula da Silva. As primeiras gestões lulopetistas dedicaram especial atenção à ampliação de vagas no ensino superior, tanto pela abertura de novas universidades públicas federais quanto pelos incentivos às universidades particulares por meio de mecanismos como o Prouni. Lula e o PT se mostram garbosos até hoje ao falar dos números exuberantes das gestões anteriores, entre novos campi universitários (181), novas universidades federais (18) e os chamados institutos federais (422). Obras e prioridades que jamais se converterão em mudança efetiva para a vida de crianças e adolescentes diante de uma educação básica que fracassa em quantidade e qualidade, na atração de recursos e na gestão.

    Enquanto alunos de escolas privadas têm desempenho similar ao dos norte-americanos, a esmagadora maioria que vem da escola pública ingressa na vida profissional só com as frágeis ferramentas do ensino básico. Tal descompasso não é uma imposição do destino, e sim o resultado de más escolhas públicas

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