GASPAR ESTÁ OFICIALMENTE SEM ESTRUTURA DE MEIO AMBIENTE. E NAS FUÇAS DA PREFEITURA, O ALVORADA RESOLVEU ESTREITAR UM RIBEIRÃO

Como o prometido, voltei das minhas férias hoje, dia da Independência do Estados Unidos. Eles andam capenga na democracia referência. E voltei bufando.

Neste meio tempo aproveitei para embelezar, tornar mais acessível e atender à crescente demanda que travava os acessos de alguns leitores e leitoras ao blog. Gerava desconforto para eles e eu, além das justas reclamações. 

Como se pode ver, desde sábado houve uma sucessão de erros. E por quem diz entender disso, já que sou um ignorante e analfabeto digital. Desculpas a vocês. Vai melhorar.

Este blog não é patrocinado nem por dinheiro público, nem privado, não recebe esmolas de políticos, não está a serviço de hipócritas, espertalhões e fanáticos, e nem gasta dinheiro – porque não tem fonte de renda -, impulsionando seus artigos para obter audiência, ou ganhar dinheiro com audiência real, espontânea, ou fake do impulsionamento.

É um serviço voluntário a favor da cidadania, do esclarecimento, as vezes até de enfrentamento dos que me querem calado, e contra os poderosos de plantão. Eles, nas artimanhas que são mestres, enganam analfabetos, ignorantes e desinformados. Criam narrativas e fantasias para delas levarem vantagens políticas e de poder. Por isso, tenho a fama de incorrigível, amargo e exagerado. São troféus!

Vamos ao comentário do dia e origem do título.

Gaspar é quase um caso perdido. E tudo com aval oficial. E na cara de todos, inclusive dos órgãos que deviam fiscalizar as irregularidades com base nas leis.

A área de meio ambiente oficialmente não existe na prefeitura de Gaspar. Está sendo recomposta e a contragosto dos poderosos que temem não terem as facilidades que tinham até então.

Não há área de meio ambiente funcionando exatamente porque o governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e do vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, que espertamente se travestiu de Patriota, não fez o que mandava a lei e o que se tinha comprometido com os órgãos ambientais e Ministério Público.

Desafiaram e zombaram. Atenderam os patrocinadores políticos e de campanha, os poderosos, os loteadores, as empresas de terraplanagens e até as suas próprias mazelas, como aquele caso onde está condenado no Tribunal de Contas, o secretário de Agricultura e Aquicultura, André Pasqual Waltrick, que está lá na secretaria só porque é suplente de vereador do PP. Resultado? Fechou-se a área de meio ambiente de Gaspar!

Durante as minhas férias neste blog – e sob o silêncio da imprensa local e regional – e só retomo assunto velho no primeiro artigo depois dela, porque é importante, repetitivo e afrontoso. E também porque mostra, claramente, uma marca de governo em Gaspar onde há escolhidos para serem salvos e para serem punidos, com base na mesma legislação, régua e medida.

Nele, um grupo diminuto de sócios – que sobraram – e gestores da Sociedade Alvorada, no centro da cidade, à vista de todos, resolveu para se proteger, refazer a barranca do Ribeirão Gaspar Mirim, justamente quando ele desemboca no poluído Rio Itajaí Açú – devido à falta total de coleta e tratamento de esgoto entre nós.

Os privilegiados, decidiram salvar o patrimônio deles, que virou um negócio, exatamente quando não há órgão ambiental em Gaspar funcionando para analisar, orientar, autorizar e fiscalizar tal obra.  Entenderam? “Quando a esperteza é demais, ela come o dono”, dizia o ex-primeiro ministro do Brasil, Tancredo de Almeida Neves

Estavam estreitando a foz do ribeirão.

Além de uma agressão ambiental inominável, estavam comprometendo, vejam só, em tempo de enxurradas, principalmente, à vazão do ribeirão, exatamente no seu último metro. Não é exagero dizer que como castores, estavam construindo a sua barragem. E quem vai ser prejudicado pela obrinha entre entendidos? Milhares de famílias, seu patrimônio – incluindo comércios – e que ficam a montante da obra. Dane-se!

Onde estão estas pessoas que podem ser afetadas pelo impacto da obra que não foi dimensionada, aprovada e fiscalizada?

Nos bairros Sete de Setembro, Gaspar Mirim, Gasparinho, Santa Terezinha e até parte do Centro. Todos os eleitores e eleitoras dos que fingiram não ver a obra, que até pode ser necessária, e não discuto isso, mas deve ser feita sob critérios especificados na legislação e na técnica protetiva local, que só foi ameaçado de desbarrancamento, exatamente por gananciosamente retirar a cobertura vegetal para ampliar o estacionamento da sociedade Alvorada. Entenderam?

Agora, está tudo embargado. Até quando, não se sabe. É uma técnica manjada e muito usada por aqui de se esperar a poeira baixar.

O caso está também no ministério Público Estadual. Espera-se que mais uma vez não se tenha uma multinha e um acordo, do tal corpo fechado, para que tudo contra o meio ambiente que prejudica milhares de pessoas prossiga e a favor de poucos no poder de plantão e nos seus rentáveis negócios.

Por outro lado, na sessão de terça-feira passada da Câmara de Gaspar, o mais longevo dos vereadores e que já se lançou para a sétima reeleição, José Hilário Melato, PP, fazia teatro neste assunto do meio ambiente, não para salvar a pele de gente pequena, a maioria de seus eleitores e eleitoras, mas de poderosos que tiveram seus loteamentos embargados em Gaspar.

Melato está pedindo, por requerimentos, que ex-secretários de Desenvolvimento Territorial e aos ex-superintendentes de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, venham a Câmara explicar como concederam as licenças que agora estão sendo questionadas e deixando os empresários com o pincel na mão naquilo que tinham como certo.

Primeiro nenhum deles precisa ir lá dar explicações. Não é uma CPI. Segundo, Melato corre o sério risco de receber o tiro no próprio pé. Terceiro, propositadamente, Melato “esqueceu”, de convidar o fiscal concursado, que está sendo perseguido, e que fez estas denúncias todas. Seria mais produtivo. Entenderam a razão dessa teatralidade toda do mais experimentado político de Gaspar. Ele não bota prego sem estopa.

O espetáculo do vereador, conhecido por isso, é de se impressionar na sua cara de pau.

Ele como parte do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi até alvo da única CPI até aqui dos dois mandatos de Kleber, exatamente por fazer a drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, sem ao menos ter um projeto conhecido. As coisas se ajeitaram quando tudo parecia que colocava uma corda no pescoço do prefeito. E na Câmara, o governo de Kleber e então do vice que hoje é secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, do PP de Melato, teve que usar de artimanhas regimentais para esconder para debaixo do tapete o que estava errado na gestão daquele serviço e projeto.

Nada disso é diferente com determinados loteamentos. Se há culpados além dos empresários que confiaram nos políticos que patrocinaram, estão os gestores e políticos da prefeitura, bem como a própria Câmara. Ela – com o corpo técnico que é pago para evitar isso – chegou a aprovar matéria inconstitucional – que revogou a mando do Ministério Público e só depois de tudo devidamente executado – para validar determinados empreendimentos e contra as leis ambientais.

Então, do que está se reclamando e culpando?

Falta efetivamente se criminalizar e se estabelecer o dolo, bem como a intencionalidade disso tudo. Quando isso ocorrer, e que é difícil porque a nova Lei da Improbidade Administrativa que os políticos de Brasília aprovaram contra a sociedade pagadora de tudo isso – é um passaporte para a liberdade aos maus intencionados, tudo mudaria a favor da cidade, cidadãos, cidadãs, cidadania e meio ambiente. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Irresponsáveis os senadores catarinenses na votação da PEC Kamikaze. Esperidião Amim Helou Filho, PP, Jorginho Mello, PL, e Dário Berger, PSD, descobriram e só agora, às vésperas das eleições, que temos pobres. O que fizeram em quatro anos deste governo que não perceberam isso?

Também fica claro de que presentem que se candidatarem ao governo do estado, não serão eleitos. Porque se tivessem chances, saberiam que o governo está sendo depenado naquilo que é obrigado a dar no âmbito da educação e saúde, principalmente.

Demagogia e incoerência são poucas. No twitter o deputado Ivan Naatz, PL, de Blumenau, cravou o seguinte: “Calendário Eleitoral – dia 02 de julho – acabou o pix do #moita. Agora, tu tá largado #traidor”, referindo-se às verbas distribuídas aos municípios pelo governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, candidato à reeleição e quem Ivan sempre tentou enquadrar e sofreu revezes.

Primeiro, parte das verbas que o próprio deputado distribui aos municípios e que ele diz ter conseguido, são do Orçamento estadual do governo de Carlos Moisés da Silva. Nem mais, nem menos.

A Assembleia Legislativa não possui este tipo de verba no Orçamento dela. E no mesmo tom, logo em seguida, e usando as suas redes sociais, Ivan, anunciou como sendo dele, do Jorginho e de Bolsonaro, a liberação de expressivas verbas para os hospitais Santa Isabel e Santo Antônio, em Blumenau.

Perguntar não ofende: a prática e a intenção de resultados não são as mesmas que ele condena em Moisés? Impressionante!

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1 comentário em “GASPAR ESTÁ OFICIALMENTE SEM ESTRUTURA DE MEIO AMBIENTE. E NAS FUÇAS DA PREFEITURA, O ALVORADA RESOLVEU ESTREITAR UM RIBEIRÃO”

  1. Miguel José Teixeira

    “E quem vai ser prejudicado pela obrinha entre entendidos? Milhares de famílias, seu patrimônio – incluindo comércios – e que ficam a montante da obra.”
    Oremos para que o lastimável fenômeno que ocorreu em 1983, justamente no mês de julho, não ocorra este ano!

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