COLETA E TRATAMENTO DE ESGOTOS É CASO SÉRIO DOS POLÍTICOS DE GASPAR CONTRA A SAÚDE E MEIO AMBIENTE

Cenas comuns e recentes. Cursos d’água em Gaspar que se transformam em caudalosos, negros e fedidos esgotos a céu aberto, ou que providencialmente são escondidos em novos empreendimentos imobiliários apenas para não desvalorizar a maravilha futura que se planta no marketing negocial

Numa entrevista concedida a Joel Reinert e Paulo Flores, da 89 FM, e para promover o comício de segunda-feira passada na Sociedade Alvorada e se estabelecer na segunda etapa minúscula do “avança, Gaspar”, amparada por muita propaganda e marquetagem, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, ensaiou mais uma lambança contra a cidade, cidadãos e cidadãs. E elas aparecem justamente quando se faz perguntas fora do combinado nessas entrevistas.

Para preservar a “galinha dos ovos de ouro” – e de manobras em obras que seriam de competência da secretaria de Obras e Serviços Urbanos – que é o Samae para a prefeitura, Kleber deixou a entender que está disposto a sacrificar, mais uma vez, a obrigatória e atrasada implantação do sistema de coleta de esgoto sanitário de Gaspar para 73 mil pessoas, comércio e indústria.

Aliás, esta obrigação está sob um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – do Ministério Público que cuida do meio ambiente e mesmo assim, nada se avança.

Voltando.

Hoje, 99,98% do esgoto em Gaspar é jogado nas valas, nascentes, pastos, ribeirões, comprometendo seriamente o lençol freático, a saúde das pessoas – fato que aumenta os custos da Saúde Pública e o meio ambiente.

No fim de tudo isso, esta caudalosa, negra, mau cheirosa e perigosa poluição vai dar no Rio Itajaí Açú e em Gaspar ser contemplada no recém inaugurado Mirante do Centro – com vasta propaganda estadual -, ou servir como raia de lazer no futuro Parque Náutico dos riquinhos, ali próximo a Ponte do Vale.

Kleber, o gestor, o candidato em campanha, prefere o improviso com gente que não conhece do riscado, que já deu provas disso em obras de drenagens por aqui, do que fazer parcerias públicos-privadas, conceder, ou privatizar este serviço a quem tem reconhecido expertise e capital de investimento para tal neste tipo de negócio.

Esta sanha está explícita na Licitação por Concorrência 03/2020, cuja abertura só se deu em 22 de setembro do ano passado, no valor de R$41.419.058,11. É só acompanhá-la no próprio site da prefeitura para ver como se está enrolando este assunto e como gente que já fez obras sob forte questionamentos em Gaspar está levando a melhor neste processo licitatório.

Pior, com o edital em fase de fechamento, a prefeitura de Gaspar ainda não rubricou as fontes de recursos para cobrir a conta desta milionária obra. Está atrás desses recursos. Pode isso, Arnaldo? Em Gaspar, pode!

Na entrevista na 89 FM, Kleber disse que iria apresentar este assunto e pedido de recursos para os técnicos do governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, analisarem e ver se projeto pode ser enquadrado no tal Plano 1000, que vai dar R$71 milhões em cinco anos para Gaspar a fundo perdido.

No dia seguinte, todavia, sem prévio aviso de que viajaria a Brasília, nem com objetivos e agendas declarados à cidade como tem sido uma praxe nestes cinco anos, o mesmo Kleber anunciou que estava atrás de recursos no Ministério de Desenvolvimento Regional, levado que foi, mais uma vez, pelo deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB.

Guarde esse “mais uma vez…”

ERRO DE CÁLCULO, IGNORÂNCIA OU ESPERTEZA?

E por quê eu pedi para guardar o que grifei acima? Porque esta não é a primeira vez que isto acontece.

O próprio Kleber na entrevista à 89 FM já relatou a via crucis que teria feito para obter estes recursos em Brasília no passado. E com o mesmo deputado Peninha, e sem sucesso.

Vale relembrar, mais uma vez, que estes recursos já estavam rubricados por Brasília desde 2014 quando o governo de Pedro Celso Zuchi finalizou projeto de coleta e tratamento de esgoto para os bairros Sete, Santa Terezinha, Coloninha e parte do Centro.

Entretanto, esses recursos, se perderam diante da falta de agilidade na burocracia daqui e mais tarde de novo posicionamento do governo federal a partir do governo de Michel Temer, MDB.

É que o governo de Brasília decidiu não colocar dinheiro neste negócio de saneamento naquilo que não tinha sido iniciado – porque o governo federal não tem recursos para todos besta área e há outras prioridades. Prefere deixar para parcerias de estados e municípios com iniciativa privada, ou por grandes companhias estatais já estabelecidas neste ambiente de saneamento. Ou seja, Gaspar, teve anos para iniciar esta obra e perdeu o prazo. Simples assim!

E por quê há um erro de cálculo, ignorância ou esperteza?

Porque parece que Kleber e seus “çábios” desconhecem completamente o novo Marco do Saneamento Básico no Brasil, sancionado em julho de 2020. Ele tem uma meta ambiciosa: garantir que, até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e à coleta de esgoto – que é o nosso caso.

Para se ter uma ideia do salto necessário, atualmente 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de cem milhões – que é o nosso caso – não contam com serviços de coleta de esgoto. Ou seja, Gaspar não está sozinha e teima em não encontrar solução, que se enterra, e no adágio político, que obra enterrada não dá votos.

A ideia de universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor traz uma série de oportunidades para o mercado, uma vez que os investimentos para adequação à lei tendem a ser altos: de acordo com um estudo da ABCON-KPMG, os aportes necessários para a universalização do saneamento até 2033 são da ordem de R$ 520 bilhões. E Gaspar quer ficar à margem dessa oportunidade por questões publicamente mal explicadas, ou mal justificadas.

E de onde virá esta montanha de recursos? De investidores nacionais e estrangeiros, principalmente. Virá de parcerias públicas privadas; virá de concessões desses serviços públicos; virá da privatização de empresa públicas como o Samae de Gaspar, por exemplo. Aliás, Kleber parece desconhecer até a diferença entre concessão e privatização.

Quando Joel perguntou a razão pela qual não se privatiza esse serviço de implantação, coleta e tratamento de esgoto, Kleber deixou escapar duas coisas.

A primeira delas é que já estava conversando com possíveis interessados, ou seja, está em curso algo sem transparência para a sociedade de algo tão essencial para ela e o futuro dela.

A segunda, é de que, os investidores interessados estão também de olho no casamento deles com o Samae, rentável, e querem isso, exatamente para equilibrar as contas nas operações e com isso, diminuir os impactos das tarifas sobre os usuários do sistema.

Kleber que ficar com a parte boa, a galinha dos ovos de ouro, o reduto de manobra paa o empreguismo com recursos público e colocar a parte ruim – a coleta e o tratamento de esgotos – para os outros. Kleber pensa que só ele sabe fazer contas. Uma pena.

Kleber e seus “çábios”, até agora, não acharam uma boa ideia colocar o Samae no negócio. Preferem a cidade com esgoto a céu aberto ou escondido disfarçado como drenagem, ou o improviso na sua implantação dele com gente que não conhece do assunto, com custos altos para a sociedade e os cofres públicos no presente e no futuro. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Encerradas as apostas. Ontem aqui, em “FINALMENTE FOI ROMPIDA A BLINDAGEM DO DESCARADO EMPREGUISMO POLÍTICO NA PREFEITURA DE GASPAR”, uma nota na seção “Trapiche” informava que “como na publicação de “O Município” nenhum nome foi citado. Por isso, apareceram várias listas nas bolsas de apostas em Gaspar. [Ezequiel] Hintz era o único que aparecia em todas. Ou seja, é dele que não resta a menor dúvida”.

Hoje sabe-se que os outros dois funcionários comissionados que estão na mesma situação de Hintz, são João Vitor da Silva Costa e Elaine Cristina Costa, estes ligados ao vice Marcelo de Souza Brick e ao PSD. Ou seja, estão encerradas as apostas senhoras e senhores. Quem ganhou, ganhou. Outra: a promotora que resolveu estudar esse caso mais a fundo, em algo que não se via por aqui há muito tempo, foi Daniele Garcia Moritz. Uau!


O cadáver que governo Kleber Edson Wan Dall, MDB e o ex-presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, criaram, esconderam e manobraram para enterrá-lo na CPI da Câmara, a qual tentou apurar as supostas irregularidades técnicas e de licitação da drenagem da Rua Frei Solano, com ajuda dos engenheiros fiscais da prefeitura, está sendo desenterrado agora.

Não é azar, é castigo. Brincaram com a realidade física, geológica e o ínfimo grau no nível para o correto escoamento das águas na tubulação dessa drenagem da Frei Solano. Agora, falsamente, estão culpando à quantidade de chuva – que realmente foi alta – pelo ocorrido na terça-feira. Falta aos órgãos de fiscalização que ajudaram no enterro, ainda corrigir esta parceria deles contra a realidade e a favor dos políticos.

Não é bem assim que foi única e exclusivamente culpa do alto volume de chuva (50mm em pouco mais de uma hora). Antes da enxurrada, e menos de dois anos depois da obra entregue à comunidade, a drenagem já estava assoreada em 30%, conforme denunciou o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador da região, autor da CPI (2019/20), e duas semanas antes do desastre desta terça-feira.

Por que a tubulação já estava comprometida em tão curto espaço de tempo? Porque não há caimento mínimo exigível daquela drenagem, fato que foi denunciado quando a obra estava no seu início e se descobriu que nem projeto ela tinha. Não há velocidade na água que corre dentro da tubulação para levar o barro, a areia, os sedimentos, os detritos e assim se auto-limpar, minimamente.

Quem conhece aquela região, sabe que na altura do Willy Becker, há uma natural formação de rochas. Havia necessidade de implodi-las parcialmente para passar a tubulação e dar esse caimento. Os “çábios”, políticos, Samae, secretaria de Obras e Serviços Urbanos, empreiteiro e engenheiros (Meu Deus!) não ouviram os moradores, e principalmente, o que se propôs a ajudá-los gratuitamente, com o seu conhecimento, Sebastião Schmitt.

O resultado está aí. Nem mais, menos. Os políticos a cata de votos em outubro vão pagar na imagem – outra vez – e para não ter mais prejuízos, estão se explicando e culpando São Pedro, o nosso padroeiro, mas que não pode proteger à incúria, ou o desleixo e a irresponsabilidade que habita os nossos gestores públicos, assim como técnicos que estão a serviço do mando político no poder de plantão.

Nem Kleber (em Brasília), nem Melato (em Florianópolis, em pleno dia de sessão na Câmara) estavam aí na terça-feira. Ontem, quinta-feira, na ressaca de tudo isso, diante de tantas reclamações, um batalhão de máquinas e caminhões estava lá no Gasparinho limpando a tubulação emergencialmente. Aliás, as caixas de inspeção nem possuem medidas certas para uma ação mecanizada. Impressionante!

Um caminhão da prefeitura de Blumenau estava lá. Outros de uma empreiteira amiga para numa ação para tapar o sol com a peneira. Quem fez o serviço – um vendedor de tubos – sob risco, nem aí. E o fiscal da prefeitura que aprovou tudo isso? Se não houver limpeza a cada três meses da tubulação, ou seja, este será o permanente custo da barbeiragem, tudo se repetirá. Isto será uma rotina.

E só a população afetada poderá controlar e exigir essa rotina dos políticos, da secretaria de Obras, do Samae… Caso contrário será surpreendida mais uma vez pelas águas em suas casas e negócios.

E por que é castigo aos políticos fanfarrões e seu séquito de amestrados? Porque isto aconteceu justamente em tempo de mais uma campanha eleitoral. Nada que não possa piorar.

Sabia-se desde o início que aquela obra na Rua Frei Solano, improvisada, inicialmente sem projeto, não poderia cumprir à missão técnica para salvar as pessoas e comerciantes das enxurradas comuns no bairro Gasparinho, diante do adensamento urbano, muitas vezes, sem qualquer planejamento.

Mas, o papagaio contratado, filmando e ao vivo em redes sociais, cumprindo o papel de puxa-saco e protetor do poder de plantão, assegurou naquela época que o que se fazia na Frei Solano era o certo, mesmo sem conhecimento técnico para tal, e numa audiência fake na Câmara de Vereadores. Ela tinh o intuito de desmoralizar o vereador Dionisio Luiz Bertoldi, PT e o ex-Cícero Giovane Amaro, sem partido, funcionário de carreira do Samae, que insistiam de que ali se errava.

Mas o poder de plantão de ontem que é o mesmo de hoje, tratou-os como simples adversários. Ora, num ambiente sério e comprometido com a cidade, seus habitantes e o futuro, tais questionamentos da época, de verdade, ajudavam a prefeitura e o Samae. E hoje, possivelmente, eles estariam livres destes tipo de problemas. Mas, os “çábios” dobraram a aposta. Agora, estão com o bilhete micado na mão.

Trocando de assunto. Na chuvarada de terça-feira, houve mais um acidente na nova Rua Itajaí, ali perto da entrada da Rua Madre Paulina. Os moradores dali estão fulos com a “ilha de segurança” que segundo eles, é a causadora de acidentes. Ai, ai, ai

Será? Esta ilha não foi projetada – por técnicos – justamente para proteger os pedestres na travessia de numa área que começa a ficar densamente povoada? Sem a ilha os pedestres não ficam expostos à velocidade dos apressadinhos motoristas? Hum!

Outra. Aquela passagem subterrânea da BR 470 para pedestres moradores do Sertão Verde, virou um lamaçal. E logo depois que a prefeitura se orgulhou na propaganda oficial que tomou conta do governo na promoção do candidato, de que a melhorou. Não se sabe bem no quê. Acorda, Gaspar!

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