ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEM, FORA DA NOVA ORDEM LOCAL. E OS POLÍTICOS ESTÃO DENTRO DA VELHA ORDEM

A campanha eleitoral começou e os próprios candidatos estão dissimulando e enganando naquilo que possuem exclusivamente culpa, mas transportam – aos ouvidos e olhos dos analfabetos, ignorante, desinformados e seus fanáticos – para os adversários que querem derrotar.

O impressionante disso tudo é que esses mesmos políticos que estão nos palanques posando de bonzinhos são os donos das prerrogativas da solução que não deram ou conseguiram em pleno mandato: a falta de atendimento na saúde e à diminuição da longa fila de exames clínicos especializados. O SUS é federal. Então o governo de Jair Messias Bolsonaro, PL, é parte preponderante do problema.

Mas, o governo federal não está sozinho nesta questão, diga-se. A gestão é triparte. 

O governo do estado é parte do problema e principalmente, os municípios onde tudo é uma caixinha de segredos. Veja o caso de Gaspar, para não ir longe e não vou ser repetitivo. E aí parte da imprensa tem culpa pela omissão do seu papel. Ao invés de denunciar as mazelas dos políticos na má gestão e soluções a favor da vida e da saúde, está explorando a miséria alheia. Está tentando ser parte da solução, a que escolhe quem vai se safar da vala da dor, sofrimento e até morte. Está salvando, de verdade, o mau político, o descomprometido gestor público, analisando o erro e piorando tudo.

E os políticos então? Livres para discursar dizendo – mais uma vez – que se eleitos, vão priorizar soluções. Enganação continuada…

Na canção de 1991, em “Fora da Ordem”, Caetano Veloso escreveu, musicou e cantou no refrão em português e inglês que “alguma coisa/ está fora da ordem/fora da nova ordem/mundial”. Repiso, naquilo que está atualizado e serviu de tema e título para centenas de outros artigos e até provas de vestibulares, mas subvertendo e adulterando a ordem: alguma coisa está fora da nova ordem local”.

Depois da imprensa se omitir nos problemas da sua aldeia para não arrumar encrencas com gente que se acha dona da aldeia e lhe acossa com ameaça de processo e cortes nas verbas; depois que a imprensa perdeu a corrida para a tecnologia, o lucro, a instantaneidade das redes sociais, aplicativos de mensagens e virou um relatório de acidentes e notícias incompletas de crimes – também para não se complicar com gente perigosa e uma lei protetiva aos bandidos -, agora ela atrás de audiência perdida, de piedade e de likes. Ela está expondo a desgraça de gente doente que não consegue o tratamento no ambiente público e universal de saúde – que é o nosso modelo – a quem tem direito. Impressionante.

Você abre um jornal, ou ouve uma rádio ou até assiste uma tevê e está lá um apelo com ares de humanidade para se fazer uma vaquinha para se comprar remédios e principalmente dar tratamentos e cirurgias – muitas delas simples e de baixo custo – que deveriam ser de obrigação pelo Sistema Único de Saúde. Apela-se para a caridade, o bom coração

Há, inclusive, casos relatados nas redes sociais, de gente precisada e que culpa, vejam só, os supostos insensíveis doadores e não exatamente o governo, o vilão desta história via os seus políticos no poder de plantão com os que empregam e gastam uma grana braba de todos nós, mas mesmo assim não funciona a nosso favor.

E não é um caso. O que assusta é que são dezenas. E cada vez aumenta mais, como os mendigos e moradores de ruas que se multiplicam. Ou seja, é um retrato. E tudo isso se tornou uma inconveniente realidade, que em tempos de campanha se descobre os culpados e serve de mote para quem não tem o que falar, a não ser o óbvio que não conseguiu fazer no exercício do mandato que quer renovar.

O cidadão paga pesados impostos para sustentar o Sistema Único de Saúde. O sistema falha mais quando é preciso ser vital para aliviar a dor, dar cura e criar estabilidade social. O condoído doador paga três vezes: no imposto obrigatório sobre tudo, o político nos pesados salários e múltiplas mordomias para dar solução, bem como quando doa. E faz isso com satisfação. Mas, logo percebe que não vai dar conta. E se sente culpado por não poder ajudar mais, quando não é apontado como um insensível exatamente por não ter condições de ajudar mais.

O que a imprensa está escondendo? O verdadeiro problema e os culpados disso tudo. Simples assim. E eles estão agradecidos. Uma vergonha.

Um sistema que não funciona e no centro dele, estão os políticos que se esbaldam em bilhões de emendas secretas, ou de fundo eleitoral para pedir votos e dizer, mais uma vez que vão resolver os problemas que ninguém e nem eles resolveram, isto sem falar no monte de gente que se farta no sobrepreço, na corrupção, na falta de fiscalização e de punição, é garantir que o pior ainda virá contra o cidadão e a cidadã, principalmente os mais vulneráveis já vulneráveis pela carestia que assola o país.

Estão falhando a secretaria de Saúde Municipal, o Hospital, a secretaria da Saúde do estado, e principalmente o governo Federal, além da sociedade organizada, órgãos de fiscalização e a própria imprensa que de omissa passou a salvadora da pátria de alguns escolhidos seus. 

Quanto mais ajudamos com esmolas uns poucos, escondemos as mazelas dos governantes e permitimos que milhões adoeçam, sofram e até moram. É preciso haver uma conscientização urgente de que alguma coisa está fora da ordem e não é mundial, mas nacional e bem na frente dos nossos olhos aqui mesmo em Gaspar.

 A nova ordem não pode ser a de salvar os poucos que conseguem sensibilizar os parcos e mesmos doadores de sempre, com ajuda da imprensa que quer ser percebida na sua audiência. A nova ordem deveria colocar ordem nesta esbórnia e não a esconder. E pode começar por dois de outubro deste ano.

TRAPICHE

O candidato Marcelo de Souza Brick, vice-prefeito de Gaspar, foi notificado oficialmente ontem às 18h50 min para se explicar sobre a sua filiação de última hora no Patriota e que vem gerando polêmicas e desgastando a sua imagem na campanha eleitoral. Tem cinco dias para isso.

Uma figura coroada do Patriota acha que este assunto não vai dar em nada, só se alguém do círculo íntimo de Marcelo quiser complicar. Hum! “No papel está tudo certo. Há um certo exagero contra este moço”. E o Patriota conta com pelo menos cinco mil votos – e esta é a conta deles – para eleger ao menos um representante na Alesc e que não é Marcelo.

A saída do Marcelo de Souza Brick do PSD de Gaspar, começou a ser armada bem longe. No dia dois de junho o partido registrou na Justiça Eleitoral a “nova” comissão provisória do partido daqui. Ali, Marcelo deixou a presidência e passou para o amigo Giovano Borges, e o então vice-presidente Rogério Olinger, saiu da linha sucessória na comissão partidária.

O vice escolhido foi mais próximo de todos, Paulo Alfonso Wandalen. E Rodrigo Inácio Vilvock, o que assinou aquela ata incriminatória pela data posterior a suposta filiação de Marcelo no Patriota e pivô de todo esse rolo que precisa ser desconstituído, continuou secretário geral.

Enquanto Marcelo arrumava uma penca de advogados para defender o registro da sua candidatura e fazia um comício na localidade de Barracão com ex-amigos do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, Kleber foi a Joinville, com o novo prefeito de fato de Gaspar, Ismael dos Santos, PSD, puxar votos nos templos para Marcos Rosa, do União Brasil, de Blumenau, a estadual.

Circula intensamente nos aplicativos de mensagens um link oficial do governo Federal e que mostra gente bem aquinhoada, recebendo polpudos recursos do tal Auxílio Brasil. E gente do puro PL. Inacreditável. A prática descontrói os discursos. Implacável. E isto está pegando. Acorda, Gaspar!

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4 comentários em “ALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEM, FORA DA NOVA ORDEM LOCAL. E OS POLÍTICOS ESTÃO DENTRO DA VELHA ORDEM”

  1. Os candidatos a deputado por Gaspar mias parecem pleitearem uma vaga de emprego na ALESC, um aparece passando uma camisa como se fosse um bom mordomo e a outra lavando uma panela e a capacidade de lutarem pelos menos favorecidos fica onde.

  2. Bom dia.
    Assistindo a audiência Pública da saúde na Câmara municipal, percebi algumas contradições.
    Por exemplo: dizem que o INVESTIMENTO foi X, uma quantia capaz de ZERAR todas as demandas dos cidadãos gasparenses.
    Aí no mesmo DISCURSO, alegam que a fila não anda pq 40% da população não comparece pra realizar o procedimento. 👀😱
    Se os procedimentos não realizados não são PAGOS, então o orçamento X “devolve” aos cofres públicos do município 40% do número inicial.
    Segundo: se o dinheiro DESTINADO a saúde não vai pra saúde, vai PRA ONDE?
    Não deveriam estar DISPONÍVEL integralmente para as urgências e emergências dos seus CIDADÃOS?
    Outra página nebulosa é a da PRESTAÇÃO DE CONTAS DO NOSSO HOSPITAL 👀
    Pq não é entregue MENSALMENTE a contabilidade desta casa de saúde à Câmara municipal se a mesma RECEBE repasses do município, do estado e do governo federal?
    Essa não é a FUNÇÃO do Legislativo: FISCALIZAR?

  3. Bom dia.
    Assistindo a audiência Pública da saúde na Câmara municipal, percebi algumas contradições.
    Por exemplo: dizem que o INVESTIMENTO foi X, uma quantia capaz de ZERAR todas as demandas dos cidadãos gasparenses.
    Aí no mesmo DISCURSO, alegam que a fila não anda pq 40% da população não comparece pra realizar o procedimento. 👀😱
    Se os procedimentos não realizados não são PAGOS, então o orçamento X “devolve” aos cofres públicos do município 40% do número inicial.
    Segundo: se o dinheiro DESTINADO a saúde não vão pra saúde, VÃO PRA ONDE?
    Não deveriam estar DISPONÍVEL integralmente aos seus CIDADÃOS?
    Então pq FALTA?

  4. O TSE CHEGOU ATRASADO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

    O Tribunal Superior Eleitoral levou 36 dias para derrubar o vídeo da reunião com embaixadores em que Jair Bolsonaro repetiu mentiras sobre as urnas. O ministro Mauro Campbell apontou que o presidente “insiste em divulgar deliberadamente fatos inverídicos” e que a conduta pode configurar uma prática abusiva.

    A decisão indica que o tribunal conhece muito bem os métodos de Bolsonaro, mas continua sem um plano eficaz para contê-lo. O presidente só “insiste em divulgar deliberadamente fatos inverídicos” porque percebeu que suas mentiras se espalham com mais velocidade do que a resposta de qualquer autoridade. Além disso, sentiu que as punições são pouco dolorosas.

    Naquela reunião com embaixadores, Bolsonaro fez estrago em tempo real, mas as falsas suspeitas sobre o sistema de votação continuaram no ar por mais cinco semanas – incluindo acusações desmentidas exaustivamente pelo próprio TSE.

    Na decisão, Campbell apontou que havia o “risco evidente de irreversibilidade do dano” à confiabilidade do processo eleitoral. Se esse prejuízo é mesmo irreversível, nenhuma autoridade pode se orgulhar de ter feito muita coisa para evitá-lo nesse caso.

    O encontro de Bolsonaro com os embaixadores ocorreu no dia 18 de julho. No início de agosto, o YouTube tirou a gravação do ar, mas a transmissão continuou disponível nas redes sociais e até na TV Brasil, controlada pelo governo. O acesso aos vídeos ficou livre até que o TSE aceitasse um pedido de remoção que só foi feito pelo PDT na semana passada.

    Nas eleições de 2018, a Justiça Eleitoral foi atropelada pelas fábricas de desinformação. Já depois do primeiro turno, a presidente do TSE, Rosa Weber, disse que a corte ainda estava “aprendendo a lidar com fake news”.

    Ao assumir o comando do tribunal, na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes prometeu resposta “célere, firme e implacável” a práticas abusivas ou fraudulentas. A Justiça Eleitoral tem poucas semanas para mostrar se aprendeu algo nos últimos quatro anos.

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