ACIDENTE COM A BOMBA DO SAMAE É AVISO DE COMO A AUTARQUIA É USADA PELOS POLÍTICOS NO PODER DE PLANTÃO CONTRA A SUA FINALIDADE. E HÁ DÉCADAS.

Mas, a “filiação” na terça-feira dia 27 de março do delegado da polícia civil Paulo Norberto Koerich, já filiado ao PL desde setembro e o concorrido convescote regional do PL e amigos do delegado na comunidade São Cristóvão, no Gaspar Grande, não mereceriam mais outra manchete? Afinal o último artigo aqui foi na segunda-feira dia 26 e depois me recolhi para um sabático. E por isso, diante das cobranças, volto não nesta segunda, mas no domingo à noite, para tirar o sono de alguns.

Retomando. Respondo: mereceriam. E o encontro dele e da turma de empresários com ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, a beira mar em Balneário Camboriú, na quinta-feira passada? Também merece e com a advertência de que um delegado experimentado não pode estar a reboque de que ele não conhece. Houve trairagem – com dolo ou sem dolo – não importa. E vazou-se áudios que ainda podem trazer problemas. E Paulo Norberto Koerich está numa guerra que ele não domina bem.

Tanto que merece, pois se trata de um fato novo amplamente usado nas redes sociais, que trago um ângulo exclusivo de um dos integrantes da comitiva que achou este “convescote” o “mais divertido de todos” até agora, numa alusão a palavra que uso e que ele tentou censurar como não adequada ao encontro desse grupo. E

Retomando mais uma vez. E por que este convescote a beira mar foi mais divertido? Quem explica não sou eu, mas a manchete o Informe Blumenau:uma foto que vale muito nos tempos atuais“. O concorrente Pedro Celso Zuchi, por exemplo, e que pode ter uma foto de peso, a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, arriscaria seu capital administrativo com ela neste momento. E assim vai. Dos que estão aí, só Oberdan Barni, Republicanos, poderá encostar uma foto-ajuda à sua campanha e que todos não a querem ele nela: a do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.

Quais são os reais problemas dessas fotos? Elas associam candidatos sem discursos a quem possui reconhecimento, capital político e votos, ao jogo do nós contra eles e os candidatos são levados ao poder, sem se estabelecerem em compromissos com a cidade e o seu povo. E Gaspar precisa sair desse ciclo de atraso.

Aos que reclamam que não fiz manchete de algo passado, escrevo-lhes que estou aberto a algo que tenha sido dito nos convescotes e que verdadeiramente, pode ou vai mudar na cidade. Tudo o que vi e ouvi é a mesmice do que assisto desde o final da década de 1970.

E o registro disso tudo já foi feito pela imprensa local, regional e nas mídias sociais.  Tudo o que aconteceu lá no Gaspar Grande já antecipei, já discorri e adverti para os resultados em vários artigos, incluindo o anterior em A SEGUNDA PEDRA CANTADA DO JOGO SUCESSÓRIO EM GASPAR SERÁ ASSENTADA AMANHÃ EM REPETIDO CONVESCOTE. O PL DIRÁ À CIDADE QUE PAULO NORBERTO KOERICH SERÁ SEU CANDIDATO A PREFEITO.

E a sessão de fotos do delegado Paulo e do vice já definido dele, Rodrigo Boeing Althoff, PL – apeado da cabeça de chapa como antecipei e era desmentido, contestado e desqualificado por isso – no litoral – levado que foram pelos empresários padrinhos – ainda vai render por aqui. Mesmo assim, o convescote da Comunidade São Cristóvão – onde Paulo possui raízes – é, praticamente, página virada.

E por quê? Para Paulo, Rodrigo e os bolsonaristas agora deveria ser pé na estrada. Não se iludam: a franquia PL, associada a imagem de Bolsonaro, vai ser determinante, mas sozinha não vai dar vitória como se canta por aí. Ainda com escorregões como o de Balneário Camboriú e que cuja casca de banana não foi colocada por nenhuma oposição. Era tudo da mesma balaia. Estão está na hora de abrir o olho e separar os sem noção de sempre.

E por que é página virada o ato de terça-feira passada no Gaspar Grande? Porque a política é dinâmica. E não se malha em ferro frio aquilo que já ganhou as formas do ferreiro na forja quente. E o delegado Paulo já está na obrigação de dizer a que veio. Por enquanto, apenas está surfando na onda bolsonarista e dos seus apoiadores, onde muitos deles, até já foram, PT só para estarem no poder. Os apoiadores fazem de tudo para não perderem o poder, influenciar e até terem vantagens nele. Guardam segredos. Já repartem o poder. Mas, como se viu, estão descuidados. Um perigo.

No governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e Marcelo de Souza Brick, PP, esses padrinhos onde muitos deles vivem nas sombras, foram surpreendidos e por culpa deles próprios. Já escrevi aqui, várias vezes, sobre isto. Falta de advertência pública, também não foi. E agora, não só sentiram que os ventos mudaram de direção, como parecem que estão se vingando de Zuchi, Kleber, Marcelo e outros. E é aí que mora o perigo. E é aí que voltarei ao tema mais em outro artigo e que já está pronto. Atrasa, Gaspar!

Então vamos àquilo que está na cara de todos e tenta se esconder do debate público. É que a cidade não para de mostrar problemas. E quase todos os pré-candidatos de olhos tapados. Ou alguém viu Paulo, Rodrigo, Ednei de Souza e até Zuchi tocarem nestas feridas? O único que se arrisca -e está escrito em artigos publicados no jornal Cruzeiro do Vale – é Oberdan Barni, do Republicanos.

UMA BOMBA ARMADA PELOS POLÍTICOS PARA SALVÁ-LOS. SERÁ?

A “quebra” da bomba de captação de água do Samae, autarquia tocada neste momento por Jean Alexandre dos Santos, MDB, em Gaspar – o que aparece trocando figurinhas no áudio com conversas cabulosas com o faz tudo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, ex-interino da secretaria de Planejamento Territorial, ex- presidente da Comissão Interventora do Hospital de Gaspar – um poço sem fundo de recursos públicos em o devido retorno para a comunidade – e ainda presidente do fantasma PSDB daqui, Jorge Luiz Prucino Pereira -, na madruga de segunda-feira colapsou gradualmente o abastecimento de água na cidade ao longo do dia. Na Câmara, na terça-feira à noite, nem um pio da Bancada do Amém (onde estão 11 dos 13 vereadores) e dois da suposta oposição. Incrível!

Coincidentemente o problema se deu no único momento em que o vice-prefeito Marcelo, apadrinhado de Jean Alexandre na corrida pelo mandato de prefeito, tornou-se prefeito de Gaspar por dez dias para alavancar a campanha, gerar fatos e fotos, bem como criar visibilidade para as pesquisas que foram a campo por todos envolvidos na busca da titularidade da prefeitura em seis de outubro deste ano. 

Voltando outra vez. E por causa da “quebra” da bomba de captação e a possível falta de água na cidade, decidiu-se por suspender as atividades escolares no município e principalmente, vejam só, na insuficiente rede de creches públicas municipais. Credo!

Impressionante esta contradição gerada na tomada de decisões dos nos políticos e gestores públicos. Eles não conseguem enxergar as consequências, nem mesmo às vésperas de uma eleição onde o que mais se pede são por mudanças ao que está aí na gestão municipal com prejuízos e resultados pífios para a sociedade.

Agora, percebam a diferença.

As empresas, onde estão empregados os pais das crianças abrigadas nas creches – condição, na maioria dos casos, essencial para o ganha pão dos pais, evolução e segurança sortudas dessas crianças por terem uma vaga – não pararam de trabalhar por prevenção à suposta pretérita falta de água com a pane na bomba de captação do Samae. Igualmente os que são autônomos e MEIs. 

Com a decisão inesperada da administração de Marcelo de Souza Brick, e do seu secretário de Educação, o jornalista Emerson Antunes, PSD, de Blumenau, estes mesmos pais, surpreendidos, tiveram que largar o serviço – com elevado risco de causar problemas a si próprios na empregabilidade e seus empregadores nas metas de produção e atendimento comprometidos com clientes – para socorrerem seus filhos sem assistência nas creches públicas municipais. Impressionante!

Qual a razão disso? Preventivamente, sem ter um plano de contingência e antes criar um plano alternativo, o político e o gestor público, optou, mais uma vez, pelo mais simples: se livrar responsabilidade dele e transferi-la, imediatamente, ao cidadão e cidadã. E o mais vulnerável. E quem tomou a decisão está em campanha. E diz que é capaz de fazer diferente. Quando a oportunidade chegou para provar isto, o político, o gestor, o iluminado e seus “çábios” se estabeleceram no atraso.

Resumindo: a prefeitura de Gaspar, como rotina no passado, no presente e pior, sinalizando que assim será no futuro, se desfez, mais uma vez, das suas responsabilidades sociais e as repassou a terceiros quando falhou na manutenção da bomba de captação de água, quando não demonstrou não ter criado, por anos afio e abundantes exemplos a serem copiados, um protocolo para este tipo de acidente e diante da possibilidade dele, ter se estabelecido na emergência. nem mesmo se comprometeu à solução compartilhada ou solidária. E as instituições de proteção do menor e do adolescente? Nada! É prácabá!

Afinal as creches de Gaspar não possuem caixa d’água para a sua autonomia para suportar um dia ao menos sem receber água da rede? Não é possível se educar e se conscientizar para a economia de água por um dia nas creches? A prefeitura não possui uma frota de caminhões pipas para sustentar em um prévio plano de emergência o abastecimento de caixas d’água de locais que os mapeou como críticos para deixá-los funcionando por pelo menos apenas dia? Inacreditável! Onde está a Defesa Civil para estes casos para ser parte da solução?

Alguém viu ou ouviu algum pré-candidasto se indignando ou sugerindo saídas não para o presente, mas para o futuro que quer governar. Esta é a campanha que está no ar, com fotos para o voto caixão e não para a construir soluções à cidade.

A prefeitura de Gaspar também revelou com o gesto de – e não é de hoje – que o Samae é um ente político para sustentar à falta de caixa da prefeitura. 

Ao invés de focar e investir na melhoria, protocolos e na contingência daquilo que é sua essência, ou seja, captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, com as coleta e tratamento de esgotos – e que não se tem em Gaspar e todos estão calados, incluindo o Ministério Público no Termo de Ajuste de Conduta que deveria exigir -, prefere, na penúltima ação conhecida, desviar-se para contratar, milionariamente serviços de roçada.

E tudo isso feito à beira de uma eleição em que a atual administração vai a julgamento público pelas urnas, para tentar ao menos, livrar-se dos danos e a cara do governo. Ele por mais de seis meses deixou a cidade entregue ao avanço do capim.

FOCO POLÍTICO EM ALGO QUE É DE ESSENCIAL SEGURANÇA OPERACIONAL

Este problema da falta de foco e escolhas erráticas das prioridades do Samae não é novo e não se restringe – diga-se, a bem da verdade – ao atual governo. É coisa antiga e bem manjada. Toda a cidade sabe disso. E a na hora das escolhas políticas pelo voto direto, não leva em consideração à capacidade de liderança e time resolutivo dos candidatos. É cultural. Aqui é mais evidente.

Ao invés de focar, investir- na simples manutenção ou ampliação dos serviços e produtos para atender o crescimento vegetativo de consumo, e nem se fala em futuro neste caso – o Samae de Gaspar prefere entrar no ramo de drenagens, por exemplo, como a do Gasparinho. Ela, de tão escrachada e rumorosa foi parar numa CPI. E à Câmara de Gaspar manobrou, deu um nó no PT, para enterrá-la e assim salvar o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Ele estava presidente da autarquia. Hoje é presidente da Câmara. Como se vê, há longos anos é um mesmo novelo.

Coincidentemente, aquela obra foi iniciada – e sem projeto, como se provou na CPI – quando o atual presidente do Samae, Jean Alexandre dos Santos, MDB, era o secretário de Obras e Serviços Urbanos da gestão de Kleber e Luiz Carlos.

Até a recolha e destinação do lixo da cidade está sob contrato de emergência e não se resolve.

Então restou nesta semana criar um novo cartão postal de Gaspar: a Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, a histórica primeira ponte de Gaspar sobre o Rio Itajaí Açú (Hercílio Deecke, ex-prefeito de Blumenau) e o Samae se virando nos trinta para consertar uma bomba de captação, “surpreendido” que foi por sua quebra, a qual uma “bomba” para o governo de Marcelo. E a solução mais simplista, foi parar um dos defasados protetores sociais gasparense por meio das creches de meio período. A foto do cartão postal e de abertura deste artigo é de Jadir Amorim.

Contingência? Nem pensar. É preferível causar problemas em cascatas pela cidade toda contra as pessoas, o desenvolvimento econômico e social, envolver-se em desculpas repetidas, antigas e não colam mais.

O novo contrato emergencial de roçadas já causa questionamentos. Este não é o foco do Samae. Consulte no site da prefeitura. Ela aconteceu no dia primeiro de março. Foi a segunda deste ano do Samae com dispensa de licitação.

Mas, foi o Samae, mais uma vez, que saiu em socorro à falta de caixa da prefeitura de Gaspar depois que a prefeitura rompeu o velho contrato, depois que demorou para abrir uma nova licitação, depois que os disputantes entraram em litígio e o Samae, com dispensa de licitação, resolveu a parada dos políticos e gestores na prefeitura.

O contrato de mais de R$3 milhões para roçar, segundo o edital, num único item vai roçar mais de seis milhões de metros quadrados. É pouco? É muito? Só a transparência e o controle dirão. Como ambos faltam por aqui, nunca saberemos.

A empresa que saiu daqui a Ecosystem, de Curitiba, contratada pela prefeitura de Gaspar, que Kleber e Marcelo insistem que foi por comum acordo, mostrava nas planilhas dúvidas e inconsistências. São 16 mil páginas. Um silêncio só. De todos: dos que deviam explicar, fiscalizar, apurar e até levar tudo isso para julgamento.

São coisas do tipo 1.800m2 ocupado por prédios, dava-se conta no relatório, que se roçou ali, numa só empreitada, 1.900m2. Este relatório está rodando em esferas investigativas. E faz tempo. E mesmo assim, Kleber e Marcelo, resolveram dobrar a aposta. E triplicam, quando o Samae foge do seu foco e para socorrer os cofres vazios da prefeitura naquilo que é obrigação primária dela. Como por exemplo compra centenas, repito, centenas de carradas de macadames para a melhoria das estradas do interior. Ou então areia…

Entenderam porque a “filiação” do delegado Paulo Norberto Koerich que já estava com ficha assinado no PL é ferro frio?

Se continuarmos a escrever de fatos já superados, não desvendaremos à razão pelo qual a administração pública cria encantos inexplicáveis contra ela própria e a população, e todos fingem não haver problema no passado e no presente. Isto é um mau indicador para o futuro. E os candidatos, quase todos, calados. Por isso, eles precisam de fotos para embalarem seus votos. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE 

A terceira pedra cantada do jogo sucessório de Gaspar também já foi oficializada na semana passada. O Partido Novo, até então desconhecido por aqui, anunciou que empresária Maria Bernadete de Souza será a vice do serventuário da Justiça Estadual (oficial de justiça), Ednei de Souza. Na foto, sacramentando o assentamento desta pedra, o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro (à esquerda) e o pré-candidato a prefeito de Blumenau, o ex-promotor público, Odair Tramontin.

Mas, o Novo precisa, urgentemente, ser novo e colocar isso na sua proposta para “quebrar” o que está repetido há décadas em Gaspar e naquilo que está expresso no artigo principal de hoje. E por quê?

Ednei de Souza insiste no discurso de que o Novo é o verdadeiro partido de direita e que ele Ednei, é bolsonarista. Se é assim, começou mal. Está atrás de rótulos e não de propostas de mudanças, as quais normalmente se embutem no Partido Novo. Gaspar não precisa de governo de direita, de esquerda, lulista ou bolsonarista, mas de quem a destrave do atraso em que se meteu por conta disso – e promete continuar pelo andar da carruagem. E para isso, a cidade precisa de uma liderança capacitada para convencê-la e levá-la a este novo patamar.

E se isso fosse pouco, tanto Ednei como a sua vice Maria Bernadete de Souza já foram comissionados nomeados pelo petista Pedro Celso Zuchi, o qual vai enfrentá-los no dia seis de outubro. Um foi secretário de Assistência Social e a outra, diretora de Turismo. Ou eles se esqueceram disto também e apostam no esquecimento dos eleitores e eleitoras gasparenses? O discurso do Novo não é ideológico, mas de um senso diferente. É de gestão e transparência da coisa pública. Se passaram no teste do partido para serem escolhidos candidatos, sabem o que devem falar, convencer e fazer. Então…

Esta era a nota do TRAPICHE de segunda-feira 25 de março – houve outras notas anteriores com esta indicação – de fato que era claro e se escondia na imprensa e até redes sociais atreladas ou com medo do poder de plantão:

Pelo menos três vereadores titulares em Gaspar e todos da Bancada do Amém, ou seja, da base de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, deverão trocar de legendas até sábado. Dois deles, movidos por legendas fracas à reeleição. Este é o caso de Franciele Daiane Back, PSDB e Roberto Procópio de Souza, PDT. O destino de ambos é o MDB. O outro que deverá mudar de partido é Francisco Hostins Júnior, MDB. Estava encaminhado para o PL, mas diz que não será candidato a nada“.

Só depois dela, é que a imprensa se animou a “revelar” aos leitores e ouvintes dela o que estava escrito aqui e às escâncaras de todos, havia dias, em Gaspar. E a imprensa não sabe a razão pela qual perde espaços, mesmo no ambiente digital onde parte dela está inserida ao modo analógico. Esta troca de partidos não era especulação. Era notícia. Circulava nos bastidores até por falta de alternativa dos que anunciaram e vestiram nova pele partidária.

Era e é uma questão de sobrevivência. Nesta semana o vereador Giovano Borges, PSD, poderá tomar igual rumo. Ele resiste. Viu por exemplo, a suplente Aline Serafim, ir ao PL na terça-feira a noite. Está sentindo as pressões de Florianópolis, via o presidente Eron Giordani, por limpeza e mudanças. Igual iniciativa vem do deputado estadual de Blumenau, Napoleão Bernardes. Qual o fio que o segura? O deputado federal de Blumenau, adoentado em momento crucial, e novo prefeito de fato de Gaspar, Ismael dos Santos. Esta vaga ainda poderá ser do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Nanicos I – O PSDB era bola cantada desde que a vereadora Franciele Daiane Back, ensacou o histórico, o empresário e ex-vereador Amadeu Mitterstein e a então presidente do partido, a ex-vereadora Andrea Simone Zimmermann Nagel, numa manobra que fingiu passar por Claudionor da Cruz Souza, mas parou onde já estava marcado para parar, o irmão de templo do prefeito de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Jorge Luiz Prucino Pereira. É preciso escrever mais sobre o erro e a vingança? Franciele está órfã, mas com algumas cartas na mão. Ela, literalmente, matou o PSDB em Gaspar sob a cumplicidade de Dalírio Beber.

Nanicos II – O que ela vai fazer no MDB, onde ela tem uma história assemelhada ao do PSDB quando foi assessora do ex-vereador Jaime Kirchner, MDB? Sobreviver. Saiu da condição de estrela, para ser passageira. A sua reeleição está comprometida. E até o final da semana se saberá se ela terá desistido disso. Ela pleiteia ser a nova secretária de Obras e Serviços Urbanos, uma área totalmente torta no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP.

Nanicos III – Por fora, Franciele Daiane Back, MDB, corre como uma candidata a vice indicada pelo MDB. Seria extrema humilhação a Ciro André Quintino, MDB, e que quer esta vaga, ao menos, como consolo. Hoje é mais fácil a mulher de Ciro, Joelma da Silveira ser um fato novo e de composição. Destinos: este também poderá ser o troco de Franciele em Ciro. Foi ele, em voto secreto quem tramou e ela perdeu a eleição para Silvio Cleffi, então no PSC, a presidência da Câmara prometida para 2018. Como se vê, os bastidores estão quentes, mas, a maioria das tramas é vingança, as quais já custaram caro no passado e no presente a Franciele.

Nanico IV – Quem não tinha para onde correr era o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT. Foi para o MDB. Foi uma escolha difícil. Havia quem quisesse uma aproximação com PT e Pedro Celso Zuchi, onde sempre esteve, via o PSB. Acabou-se o PDT em Gaspar. Roberto nem reeleito foi em 2020. Ganhou a vaga com a eleição e morte prematura do azarão – e o melhor vereador desta legislatura, na minha opinião – Amauri Bornhausen. Roberto não foi capaz, até hoje, de agradecer por pela herança do mandato. Amauri estava marcado por Roberto apenas para fazer legenda ao próprio Roberto, mas venceu. Este foi o pecado. O segundo pecado? É que Amauri não se deixou manobrar por Roberto.

O MDB continua sendo a maior bancada na Câmara. São seis. Perdeu Francisco Hostins Júnior para o PL, mas ganhou dois que se juntam a Ciro André Quintino, Francisco Solano Anhaia, José Carlos de Carvalho Júnior e Zilma Mônica Sansão Benevenutti, que é a presidente do partido em Gaspar. PDT e PSDB desapareceram. E o PL aumentou um que se juntará a Alexsandro Burnier. Em tese, a Bancada do Amém diminuiu para dez dos 13 parlamentares.

Na visita institucional que o governador Jorginho Melo, PL, fez a Acig, a presença do prefeito em exercício, Marcelo de Souza Brick, PP, foi vetado. Era o único ato público que abria esta janela de oportunidade a quem já esteve com ficha assinada no PL e abonada pelo deputado estadual de Blumenau, Ivan Naatz, PL, que postou nas redes sociais estar no exterior para “justificar” à ausência do convescote de Gaspar. Empresários que animam a candidatura do delegado Paulo Norberto Koerich, presente ao encontro, e o próprio PL de Gaspar, tramaram este veto, para que Marcelo não utilizasse as fotos da reunião e com elas, nas redes sociais, “repartir” o brilho da vinda do governador no convescote que se realizou à noite no Gaspar Grande para abonar a entrada de Paulo, e outros pré-candidatos, no PL.

O vereador Francisco Hostins Júnior só se inscreveu no PL porque sua irmã Sandra teve a garantia de que ela inscrita no PL, poderá concorrer a vereadora. Hostins Júnior ficará de reserva para ocupar uma secretaria no futuro governo de Paulo Norberto Koerich e por enquanto, Rodrigo Boeing Althoff, de vice.

Um nó. O PP catarinense ensaia uma aliança ampla estadual nas eleições de seis de outubro no pré-acordo selado na semana passada entre o governador Jorginho Melo e o senador Esperidião Amim Helou Filho. É de se perguntar como ficará o pré-candidato do PP de Gaspar, Marcelo de Souza Brick diante desta nova situação? A parte histórica do partido já pulou da barca e já até fez candidato dela no PL. Estava até com Jair Messias Bolsonaro, PL, em Balneário Camboriú. Agora, fala-se numa aliança estadual. Marcelo vai mudar novamente de partido? O PP de Gaspar vai dar o vice do PL?

Perguntei ao vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, se eu já poderia chamá-lo de vice de Pedro Celso Zuchi, PT, diante do jogo em dupla que ambos fazem. “Calma. Só anunciou o vice os desesperados que estão atrás das pesquisas“. Hum! O PT vai fazer dobradinha com o PSB – que é na verdade o PT do B. Preferencialmente, Zuchi está à procura de uma mulher para vice.

Na Semana Santa, semana da traição, das 30 moedas, de Judas, da injusta condenação, da morte e até da ressurreição, o que mais apareceu nas redes sociais foram políticos em pré-campanha – e até em mandatos executivos – ajoelhados. Será que tinham tanto pecado assim? Ou desesperados, estavam pedindo por milagres.

O vereador Ciro André Quintino, MDB, está gastando sola do sapato aqui e Florianópolis. E está vendo uma a uma as portas se fecharem, incluindo a dos seus financiadores. Em uma dessas tentativas de se viabilizar a qualquer custo, Ciro se prontificou até ser o vice do PL de Gaspar. Impossível, por enquanto. Ciro vai ter que se reinventar. Vai ter quer contratar, ou respeitar, um marqueteiro de verdade. Avisado estava. E não era de hoje. Marketing é ferramenta e não brincadeira.

Esta semana, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP (foto ao lado), deve deixar a titularidade da secretaria de Agricultura e Aquicultura de Gaspar. Há dois meses ele não consegue dar respostas ao requerimento do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PL, sobre rotineiras atividades da secretaria, do tempo dele Cleverson e do ex-secretário, o suplente de vereador, André Pasqual Waltrick, PP. Estes dados básicos, de verdade, deveriam estar disponíveis no Portal da Transparência da secretaria ou da prefeitura. Mas…

Um vídeo com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, conservando, privadamente, com o pré-candidato a prefeito de Gaspar pelo PL, Paulo Norberto Koerich e o vestido de vice, engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, expondo seus pontos de vistas particulares, circulou nos aplicativos de mensagens e se tornou nacional. Pode gerar constrangimento local devido a figura do ex-presidente.

O que de verdade está na circulação deste vídeo? Um aviso. E dos piores. No círculo do Paulo Norberto Koerich, Rodrigo Boeing Althoff, ou dos anfitriões do ex-presidente, alguém o gravou – e pelo ângulo, deve se saber quem. Resta saber se espalhou ingenuamente ou com segundas intemnções. Nos dois casos, quem fez isso colocou fogo em mato seco. Até domingo a noite, a imprensa nacional ainda não fazia a associação do ex-presidente Jair Messias Bolsonaros, com dois pré-candidatos a prefeito e vice pelo PL de Gaspar e que foram lá, exatamente para ter imagens de suporte da campanha.

Paulo Norberto Koerich que é um hábil delegado de polícia, com fama de bom investigador, deveria tomar duas providências. A primeira identificar quem fez isso para saber onde está metido. A segunda, ter controle da situação e da campanha. Está passanto a impressão – e não é de hoje – que é passageiro de um grupo que se diz entendido em política. E isso o pré-candidato precisa colocar os pingos nos is e a casa em ordem.

Quer dizer que os ônibus urbanos de Blumenau não vão mais atender o deficiente sistema gasparense a partir desta segunda-feira, primeiro de abril, o dia da mentira? Eos políticos daqui já estão colocando a culpa no governo de Jorginho Melo e o prefeito de Blumenau Mário Hildebrandt, ambos do PL? Tansos. Explicarei ainda mais esta encenação que a imprensa daqui está comendo dos políticos. Eles tiveram quase oito anos para consertar esta joça contra a cidade, a mobilidade, os estudantes e os mais pobres. Acorda, Gaspar!

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9 comentários em “ACIDENTE COM A BOMBA DO SAMAE É AVISO DE COMO A AUTARQUIA É USADA PELOS POLÍTICOS NO PODER DE PLANTÃO CONTRA A SUA FINALIDADE. E HÁ DÉCADAS.”

  1. DESFORRA POLÍTICA, pr Merval Pereira, no jornal O Globo

    O voto do relator do processo de cassação do senador Sergio Moro no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, desembargador Falavinha Souza, não foi arrasador apenas na negativa de todas as acusações apresentadas pela improvável, mas significativa, dupla partidária PL-PT, mas também pela quase denúncia de que tentativa tão esdrúxula de impugnação é, na verdade, “retaliação” e “desforra”.

    Retaliação por parte do PT, devido à Operação Lava-Jato, que levou à prisão o hoje presidente Lula e vários de seus integrantes, devido à “grande investigação de combate à corrupção” que Moro comandou. Desforra por parte dos que não o quiseram como candidato à Presidência da República e resistem a engolir sua vitória eleitoral maiúscula. E também daqueles que, integrando o novo governo do PL, viram-no virar-se contra Bolsonaro e sair “desse governo atirando”. A derrota do ex-senador Alvaro Dias, “que lhe abriu a candidatura presidencial”, na corrida ao Senado do Paraná também foi arrolada indiretamente pelo relator como uma das razões para uma desforra política.

    Não há dúvida de que o processo que começou ontem tem uma motivação política, ideia corroborada pela fragilidade das acusações. Já faz parte da história a saga de Moro na tentativa de se viabilizar como candidato à Presidência da República na disputa de 2022. Foi traído seguidamente pelas lideranças partidárias do União Brasil, depois de ter desistido de concorrer pelo Podemos por falta de recursos.

    Acabou escanteado pelos políticos tradicionais, impedido de concorrer a deputado federal por São Paulo por denúncia do PT e obtendo uma eleição consagradora para senador pelo Paraná. O resultado até agora vai frustrando seus adversários, que já se mobilizavam rumo a uma eleição extraordinária para ocupar sua vaga, tão certa acreditam ser sua cassação.

    O voto do relator Falavinha Souza pode mudar o rumo dessa prosa, tamanha a demonstração de que nenhuma das acusações se sustenta, simplesmente porque não aconteceu o abuso de poder econômico alegado. O desembargador José Rodrigo Sade, nomeado pelo presidente Lula com base em uma lista tríplice, é tido como voto contrário a Moro, mas pediu vista, o que torna incerta sua posição.

    O fato de Moro ter sido candidato a presidente da República antes não significa que tenha manobrado para ficar em evidência e se aproveitar disso para se eleger senador. Como ressaltou o relator, além de as acusações não procederem, ele não precisava dessa artimanha porque já era uma figura nacional, não apenas por ter sido o juiz da Lava-Jato, como por ter saído do governo de maneira estrepitosa, denunciando a tentativa de Bolsonaro de interferir na Polícia Federal do Rio.

    O atual governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que foi candidato a presidente e depois se reelegeu governador, foi citado como exemplo de que mudanças de candidatura acontecem corriqueiramente na política brasileira. Dois fatos atuais ajudam Moro: o desvendamento do caso Marielle, que mostrou por que Bolsonaro e família queriam ter o controle da PF no Rio; e a admissão da empresa suíça Trafigura, multada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em US$ 127 milhões por admitir que seus executivos subornaram funcionários da Petrobras na compra de barris de petróleo.

    Embora, aqui no Brasil, a Operação Lava-Jato venha sendo cuidadosamente enterrada em decorrência de decisões do Supremo Tribunal Federal, paradoxalmente no resto do mundo as acusações e as punições continuam acontecendo, o que coloca a legislação brasileira em confronto com a realidade e em oposição à visão da maioria da sociedade brasileira, como mostram as pesquisas de opinião.

  2. A vergonha. Como dois traficantes meguetrefes esculacharam um presídio de segurança máxima federal, fugiram dele de forma até hoje inexplicável pelas próprias autoridades que não apontou os facilitadores disso, em liberdade, sem armas, desorientados, em terreno que não conheciam, deram baile na “inteligência e contra centenas de policiais bem pagos e treinados, com cães, carros sofisticados, helicópteros e drones e “desapareceram” do radar da segurança nacional numa humilhação sem par, a qual custou milhões de reais dos pesados impostos dos brasileiros. Se não houve compadrio, há clara incompetência. Nem mais. Nem menos

    A DESINTELIGÊNCIA DO GOVERNO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Na Sexta-Feira Santa, depois de 45 dias de trabalho infrutífero, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deu por encerrada a mobilização policial para capturar os dois criminosos que fugiram da Penitenciária

    Federal de Mossoró (RN), em meados de fevereiro. A partir de agora, informou o ministro Ricardo Lewandowski, “o foco será em ações de inteligência”. No que depender apenas disso, então, os fugitivos podem ficar tranquilos.

    A questão nunca foi a falta de informações. Havia, aliás, informações de sobra, sobretudo em relação aos problemas de um presídio que deveria ser de segurança máxima. O governo Lula, bem como o governo Bolsonaro, sabia que mais de 120 câmeras de vigilância estavam quebradas e que a estrutura física da prisão era um convite à fuga. Surpreende que não tenha acontecido antes.

    Assim, de nada adianta ter a tal “inteligência” mencionada pelo ministro da Justiça se o governo não sabe o que fazer com ela. Com governos negligentes como o atual e o anterior, a fuga de dois meliantes do presídio de Mossoró teria acontecido mesmo que as informações sobre as fragilidades do local tivessem sido reunidas pela CIA ou pelo Mossad.

    Se faltou competência, sobraram braços na campanha para recolocar os fugitivos Rogério Mendonça e Deibson Nascimento atrás das grades. Lewandowski mobilizou cerca de 500 agentes federais, além do Corpo de Bombeiros e das Polícias Militares de cinco Estados – Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Paraíba e Goiás.

    Vários especialistas em segurança pública criticaram a forma como Lewandowski liderou as forças nacionais. Na visão desses analistas, não houve uma coordenação central das atividades policiais, abrindo espaço para que decisões erráticas e não raro conflitantes fossem tomadas por diferentes agentes em campo. Evidentemente, isso foi determinante para que os foragidos tivessem tempo mais que suficiente para deixar o perímetro de buscas. Hoje, poucos acreditam que ambos ainda estejam no Rio Grande do Norte.

    Parece claro, a esta altura, que o governo petista optou pelo espetáculo midiático da mobilização de centenas de policiais para gerar a sensação de que estava fazendo algo, de modo a tentar remediar um péssimo revés na gestão da segurança pública, talvez a principal vulnerabilidade da administração de Lula da Silva. Como se viu, debalde – e não era preciso grande perspicácia para presumir esse desfecho.

    A bem da verdade, a grosseira falha de gestão diz menos sobre Lewandowski do que sobre seu chefe. É notório que o ministro jamais demonstrou ter perfil executivo, menos ainda perfil de comando no curso de uma operação que mobilizou tantas forças federais e estaduais. De qualquer forma, a responsabilidade continua sendo do presidente da República. Se Lewandowski não é a pessoa certa, como hoje parece claro, que outro mais apetrechado lidere a tarefa. Enquanto isso, ao País resta torcer para que o governo, em algum momento, comece a fazer uso da inteligência que tem à sua disposição.

  3. PERCEBENDO-SE UMA FAKE, por Aylê-Salassié Filgueras Quintão

    Os eleitores de 2022 começam a perceber a “fake” em que entraram, ao votar naquele pleito, que oferecia apenas dois candidatos com ampla visibilidade, e que, segundo avaliação do experiente jornalista e editor Carlos Brickmann, um era louco e o outro corrupto. Passadas as eleições, declarado o vencedor, os cidadãos começaram a cair na real, ao tomarem conhecimento de veladas intenções do vencedor .

    O circo foi se esvaziando. Aos poucos, a população desapareceu das manifestações de rua convocadas pelo vitorioso, e passou a receber mal as visitas e exposições do casal presidencial. As redes digitais reproduziam entre si , amplamente ,as críticas severas às leviandades públicas cometidas pelo eleito contra pessoas internamente e países em conflito sem qualquer relação com a governabilidade no Brasil . Sem qualquer pejo ou ética, os governantes tentam transformar, em inimigos da população, adversários pessoais ou partidários, estratégia que repete na história alguns regimes ditatoriais longevos, e que, percebida, vem sendo rechaçada, interna e externamente.
    O empresariado e as categorias médias estão assustados com as mudanças inesperadas na política brasileira, sem se enxergar nada sendo colocado no lugar. Há uma repetição sistemática do já conhecido e, de algumas coisas até fracassadas no passado. Descrentes de um futuro ainda não anunciado, as empresas convivem inseguras com os indicadores da economia divulgados por vozes oficiais: crescimento de 2,9 do PIB em 2023; redução do desemprego no primeiro trimestre de 2024 para 7,8% (8 milhões de trabalhadores), sem referência ao tão criticado emprego informal – “Todo mundo vai ter carteira de trabalho assinada” -, representado hoje por perto de 25 milhões de trabalhadores, número e condição omitido nas estatísticas de governo. Evita-se comentar ainda sobre o encerramento das atividades produtivas de centenas de empresas , confundindo -o com a história da oneração e da desoneração fiscal das empresas. Não se fala também muito sobre os investimentos, tanto internos quanto externos. O que surge aí , vez por outra, vem, virá ou veio da China .

    Ambiguamente, recolocando o desemprego no cenário da economia, o ministro Luiz Marinho, do Trabalho, alimenta-se da hipótese de um orçamento de R$ 111.9 bilhões, em 2024, para o Fundo de Apoio ao Trabalhador – FAT . Concorda, entretanto, que desse valor, quase imaginário, R$ 78.9 bilhões seriam destinados ao pagamento do seguro- desemprego e do abono salarial, esta ajuda direta às famílias sem renda própria: um crescimento contraditório.

    O Ministério prenuncia a expansão do emprego, e faz de conta de que desconhece dados mais reais . Confia, sem entrar em detalhes, que as eleições municipais deste ano vão abrir muitas vagas de trabalho. É verdade. só que serão de trabalho temporário, sem carteira assinada. Provavelmente, esses empregos surgirão nos meses de agosto e setembro, que antecedem às eleições.

    Poucos são os dirigentes empresariais que acreditam e manuseiam com seguranças os indicadores macroeconômicos divulgados oficialmente, em que pese a seriedade histórica das instituições que os calculam e configuram: IBGE, FGV, IPERJ, IPEA. Inseguros, questionam a sua validade para o planejamento de expansão dos negócios. Alguns chegam a projetar uma crise econômica para o período pós eleitoral. Um terceiro grupo fecha as portas, muda de atividade, e demite o pessoal. Os estrangeiros, a exceção da China, não desembarcam por aqui. O Banco Central teme, inclusive, que a redução da SELIC (taxa básica de juros), de 10,75 hoje, não vá se sustentar mesmo, e já está falando em uma retomada da dos níveis anteriores.

    Estão todos receosos de avançar nas gastanças, como recomenda o governo. Os estrangeiros inclusive. Não há no horizonte nenhuma preocupação do governo com a possibilidade de um déficit fiscal avantajado. Os dados do IBGE parecem estar revestidos de uma roupagem populista, quase vazia, marquetologicamente institucionalizada. Não se deve dar um tostão para as falas de Macron, Presidente da França, que veio passar três dias no Brasil para corrigir algumas disfunções retóricas. Mas, parece ter seguido o cinismo corrente. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, também passou rápido e sorrateiro por aqui.

    A máquina do Estado revela a cada dia a carência de profissionais e técnicos habilitados para formular e administrar o conjunto das políticas públicas , todas submetidas , artificiosamente, a contingenciamentos e cortes orçamentários mesmo . Os cargos de gestão, com raras exceções, estão sendo ocupados vagarosamente por representantes partidários, nem sempre qualificados. Os concursos públicos arrastam-se retoricamente no tempo, desde a campanha eleitoral de 2022, frustrando a esperança de emprego de milhões de jovens recém saídos das universidades.

    O descrédito das iniciativas discursivas vem maculando inclusive até as decisões do Poder Judiciário, com credibilidade baixíssima. Servidores mais antigos , sobretudo no Executivo, reivindicam, sem sucesso, reajustes de salários, ameaçados de congelamentos. Percebe-se que o governo está adotando uma política de arrocho no serviço público. Nada impede que, a partir do segundo semestre, o funcionalismo publico comece a fazer paralizações de advertência e greves mesmo.

    Outro problema grave são as viagens presidenciais com o propósito, propagado amplamente, de situar o Brasil como ator no cenário mundial. Opiniões pessoais, altamente contraditórias, às vezes sem sentido, são emitidas em nome da Nação. Essas tiradas inconsequentes e sem a legitimidade – que viria do Congresso – estão aparentemente desconstruindo a imagem carismática construídas pelo atual governante. “Ele mente “, já advertia, na oposição, Geraldo Alkmin – essa personalidade claudicante – há dez ou quinze anos atrás A imagem do País e dos brasileiros piorou sensivelmente depois dessas aventuras oficiais , de caráter quase nupciais. Parece que a Nação vem caindo numa “fake”.

  4. Canrobert Marcolino

    Reforçando: só mesmo em Gaspar para uma “topiqueira” e um comissionado serem homenageados dando seus nomes a instituições de ensino.

    Enquanto isso, Maria Cândida Höeschl, Jacob Alexandre Schmitt, além de outros(as) mestres, ficam providencialmente esquecidos.

    1. Já a prefeitura de Blumenau, que comprou a Associação da Artex, vai homenagear o ex prefeito de lá Carlos Curt Zadrozny que, aliás, foi um dos fundadores da empresa. Parece que naquela cidade as história são mais valorizadas e as memórias também.

      1. Se temos um arquivo histórico que é um arquivo e não um promotor e difusor de memórias para que o gasparense entenda a sua própria história. Não há uma comitê curador, por exemplo. Dependemos de uma versão. E muitas vezes, preguiçosa

  5. Este “retrato” nos é familiar

    A LINHA VERMELHA DOS BRAZÃO, por Ítalo Nogueira, no jornal Folha de S. Paulo

    Das 479 páginas do relatório da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, 83 se referem à trajetória da família Brazão.

    O índice do documento é suficiente para entender a descrição. “Envolvimento em escândalos”, “evolução patrimonial suspeita”, “aparelhamento dos órgãos estatais”, “grilagem de terras” são os capítulos que organizam o inventário.

    O texto conta com reproduções de jornais que expõem o que a PF chama de “singular potencial incriminador dos irmãos”. Algumas sequer têm link, por serem de uma época em que a internet engatinhava.

    Em quase três décadas, os Brazão formaram currais eleitorais associando atividades suspeitas e abuso de poder econômico por meio do assistencialismo. A Justiça jamais foi capaz de coibir.

    Assim, os Brazão sempre conseguiram muito voto. Mas quem lhes deu poder foi a elite política do Rio de Janeiro, facilitando a infiltração nos órgãos públicos por meio de cargos, secretaria e até um posto no Tribunal de Contas do Estado. Ela sempre tapou nariz e olhos para as evidências em busca de dividendos eleitorais.

    Esse comportamento pode ser resumido na resposta de Eduardo Paes a Marcelo Freixo num debate na disputa à prefeitura em 2012. O prefeito foi criticado por ter aliados citados no relatório da CPI das Milícias.

    “Sou obrigado a saber todo mundo que está citado no relatório? Aquilo não é a Bíblia.”

    Mais de uma década depois, Paes nomeou Brazão, citado no relatório. Depois, o exonerou e reconheceu o erro.

    Mas muitos personagens semelhantes são conhecidos e circulam na política fluminense cada vez com mais poder. Torcem para que as suspeitas contra Chiquinho e Domingos sirvam apenas como exemplo de linha vermelha a não ser cruzada: mandar matar um vereador da capital.

    Esperam preservar os demais capítulos de suas atividades tão públicas quanto suspeitas.

  6. quando políticos, gestores públicos, a ideologia e o aparelho de estado tomados por políticos, gestores públicos de mentes voltadas para o atraso e agora, diante da praga do tal benefício próprio, atrapalham o nosso futuro

    AS TRAVAS DA PRODUTIVIDADE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo e há décadas cresce abaixo da média das grandes economias em desenvolvimento. Entre as alavancas que levaram ao espetacular crescimento da China nas últimas décadas e estão impulsionando a Índia agora, duas são cruciais: o bônus demográfico (a predominância da população ativa sobre a inativa) e a urbanização (a transferência de trabalhadores do campo para o chão de fábrica). Essas alavancas já não são uma opção para o Brasil: o País já foi amplamente urbanizado e é uma das sociedades que envelhecem mais rapidamente no mundo. Para elevar o padrão de vida e reduzir a desigualdade, a única alavanca que resta é acelerar o crescimento da produtividade – mas essa alavanca parece cronicamente emperrada.

    Um levantamento da literatura científica sobre a produtividade no Brasil preparado para o Banco Mundial pelo pesquisador da FGV Fernando Veloso mostra que na redemocratização, ao mesmo tempo que o Brasil progrediu na conquista de estabilidade macroeconômica e em reformas nos mercados de produtos e insumos, a perpetuação e introdução de distorções competitivas reduziu a eficiência e prejudicou o crescimento da produtividade. O problema é sistêmico. O ambiente de negócios desestimula a competição e induz a má alocação de recursos. Empresas produtivas crescem pouco e as ineficientes permanecem no mercado, às vezes como zumbis.

    O levantamento evidencia deficiências em fatores como escolaridade, gestão empresarial, sistema judicial ou informalidade que também reduziram o impacto das reformas. Mas particularmente relevantes são os retrocessos causados por políticas econômicas retrógradas. O modelo de desenvolvimento baseado na intervenção estatal e no protecionismo à indústria da era Vargas e da ditadura militar segue em grande medida presente e, junto com reformas como a liberalização do comércio e melhorias nas garantias de crédito, foram perpetuados ou criados novos subsídios, isenções e proteções comerciais para favorecer grupos de interesse oligárquicos. O resultado é uma trajetória claudicante, em que, na melhor das hipóteses, a política econômica nacional dá dois passos à frente e um atrás, mas, com exasperante frequência, da um à frente e dois atrás.

    Os últimos anos exemplificam essa ciclotimia. Reformas importantes foram aprovadas, como a trabalhista e a da Previdência, a autonomia do Banco Central ou marcos de infraestrutura, como o do saneamento e o das ferrovias. O atual governo teve papel relevante ao apoiar a aprovação no Congresso da reforma tributária, que mitigará distorções alocativas, custos tributários, guerras fiscais ou a cumulatividade dos impostos. O marco de garantias robusteceu a segurança jurídica no mercado de crédito e tende a baixar o custo do capital.

    Ao mesmo tempo, fiel aos seus dogmas estatistas, o mesmo governo tenta reverter ou flexibilizar marcos regulatórios para satisfazer suas ambições intervencionistas. Sua nova política industrial já nasceu velha e é um retrocesso em várias dimensões. Ao enfatizar o conteúdo local e a inovação nacional em detrimento da absorção de inovações da fronteira tecnológica, ela vai na direção contrária à liberalização dos anos 90, que, ao facilitar a importação de máquinas e equipamentos, deu impulso à produtividade. O pacote de incentivos sem metas claras, monitoramento e avaliação de impacto tende a reforçar a má alocação de recursos e a perpetuar políticas ineficazes que protegem empresas improdutivas, freiam as produtivas e obliteram inovações.

    Para usar outra imagem, a economia brasileira é uma barca furada. Por vezes os governos se esforçam com sofreguidão para jogar a água para fora, dando uma ilusão de aceleração, mas em geral são ineficazes para tapar os buracos e com demasiada frequência introduzem outros. E assim o Brasil vai ficando para trás.

    Para destravar a alavanca da produtividade, a condição sine qua non é uma injeção de qualidade no poder público. Ou seja, em última instância, o crescimento sustentável está nas mãos do eleitor.

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