A MENTIRA, OU É FALTA DE PLANEJAMENTO, PRIORIDADE COMBINADOS COM MAU USO DO DINHEIRO PÚBLICO?

Quando ensaiaram a compra o terreno da Furb, no bairro Sete de Setembro, para ali se construir o novo prédio prefeitura de Gaspar estranhei – em artigo aqui – que no Projeto de Lei da mal explicada transação, não havia na exposição de motivos, qual seria a destinação do atual prédio histórico que abriga o paço Municipal, na Praça Getúlio Vargas.

E os políticos, incluindo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e a Bancada do Amém na Câmara, pegos de calças curtas, outra vez, como tontos, além de praguejarem contra o articulista, saíram por aí dizendo que lá poderia se instalar a biblioteca Dom Daniel Hostins, o Arquivo Histórico e Documental, bem como a diretoria e parte da estrutura de Cultura, que na semana passada, tornou o “laço comprido” um bem cultural do nosso povo gasparense.

Aliás, até que enfim. É uma maravilha ver como as pessoas, e só as nossas, o quanto são familiarizadas com o “laço comprido”, entendem como poucos desse assunto, e o praticam com uma habilidade incomum, em todos os espaços, e para o espanto do mundo inteiro.

Recomeço.

Quando comprou por R$1,64 milhão o prédio da antiga agência BESC de Gaspar e que estava nas mãos do Banco do Brasil, o que Kleber e sua turma colocaram na exposição de motivos do projeto 111/2018 de 14 de dezembro daquele ano, e aprovado num ritmo alucinante em regime de urgência? E ai de quem fosse contra, ou precisasse de alguma explicação adicional.

“A aquisição do imóvel privado, da antiga agência do Banco do Brasil, é imprescindível para a instalação do prédio público municipal do Arquivo Histórico Documental do Município de Gaspar e da Biblioteca Municipal, hoje sediada em imóvel alugado. O prédio esta localizado na principal Rua do Município e atenderá qualquer dos objetivos da municipalidade, na prestação de serviços a seus contribuintes, principalmente os serviços anteriormente referidos”.

Essa gente tem que me praguejar mesmo. É uma atrás da outra. Isto sem falar sobre o silêncio dos incomodados que são na verdade, e por isso, coniventes com esse escracho. Tiveram mais de três anos para reverter tudo isso e tornar realidade o que justificaram para tal no Projeto que autorizou a compra do prédio. Nada. Nadinha de nada.

A Biblioteca e o arquivo Histórico continuam nos aluguéis. Gastaram com tapumes para envolver o prédio, e até uma licitação fizeram – ou seja, mais dinheiro e desperdício de tempo de seus burocratas – para a adaptação do prédio à suposta nova sede da biblioteca, do arquivo e da cultura.

Olha só o que está acontecendo depois de mais de três anos de paralisia?

O site do jornal Cruzeiro do Vale está explicando, ouvindo os “çábios” da administração Kleber, diz de que o prédio do antigo Besc vai virar sede da Defesa Civil, Procon e Ditran e que não pagam alugueis. Acreditem! Compraram o prédio, botaram no estoque e agora vão encastelar lá burocracia, e pasmem, a mesma que dizem que vai em breve para o novo prédio da prefeitura no terreno da Furb que querem comprar. É pracabá!

Dinheiro público jogado fora e a rodo. Impressionante. Nenhum disfarce.

Se não foi mentirosa a justificativa que Kleber deu ao projeto 111/2018 – pois é assinado por ele – e que reproduzi integralmente acima, está claramente tipificado à falta de planejamento, de prioridade, tudo combinado com o mau uso do dinheiro público. Nem mais. Nem menos.

É a cara de um governo marqueteiro e insensato ao mesmo tempo. E que por causa disso, teve que correr do pau na eleição para deputado estadual este ano e que prometeu ao vice, quando formou chapa para continuar no poder, vencer a eleição de 2020 e não ter concorrentes que pudesse lhe incomodar. Incrível!

Comprou-se um imóvel para uma suposta destinação, deram uma dourada na justificativa, encurralaram os que duvidavam da intenção, deram nobreza à utilidade do prédio para calar a boca dos críticos e com isso, facilitaram à aprovação do projeto na Câmara.

O PL se transformou na lei 3.944/18.

E só agora, quando cobrados, por estarem repetindo a mesma manha, ladainha e entre elas suposta economia de alugueis em outra transação como o terreno da Furb, quando se tem a Arena Multiuso para a mesma finalidade e preço menor em comparação com a metragem, é que resolveram mudar o discurso e dar outra destinação, ao que se tornou no Centro e à vista de todos, um prédio fantasma para os gasparenses manterem ele com seus pesados impostos.

E o que será do velho prédio da prefeitura? Mais uma vez dizem que será a biblioteca, o arquivo histórico, a cultura… Nem disfarçar, disfarçam.

Não é a toa, que o relator do projeto de Lei 13/2022, o da compra do terreno da Furb, Francisco Hostins Júnior, MDB, da mesma Bancada do Amém, e que defendeu à época ferrenhamente a compra do prédio do BESC com o discurso meloso da cultura para suposta ocupação nobre, e que possui o mesmo posicionamento na compra do caro terreno da Furb, diante de tantas evidências da incapacidade de realização do governo Kleber, fez uma emenda ao PL13/2022:

Arti 1º… Parágrafo único. O imóvel descrito neste artigo é destinado à implementação de instalações do Centro Administrativo.

É no mínimo uma confissão. Seria risível, se não fosse uma constatação e uma pratica de governo, de gestão. Olha só a justificativa de Hostins para a sua emenda:

A presente emenda visa apenas incluir um dispositivo para que conste no corpo do projeto de lei a destinação que terá o imóvel a ser adquirido, ficando assim clara a intenção do Executivo Municipal ao adquirir a área.

A existência de interesse público devidamente justificado é requisito indispensável para se proceder a aquisições onerosas de bens, daí o porquê de se incluir no texto essa informação fundamental, garantindo assim mais adequação aos princípios da legalidade e da transparência.

E depois sou eu o exagerado. Perguntar não ofende: por que este tipo de emenda não estava lá na compra do prédio do Besc? Por que este tipo de emenda não está na aprovação dos empréstimos que poucos sabem o destino deles depois de aprovados? Por que nesta emenda não está que o prédio da prefeitura quando desocupado vai virar biblioteca, arquivo e um centro de cultura?

Esta emenda é a prova do descrédito do governo e seus políticos. Porque provas abundam. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O candidato que dissimula, desconhece a legislação ou também, mente. O vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, Patriota, diz que entrou no partido no último dia permitido pela lei, ou seja, dia dois de abril.

Se isto é verdade, por que escondeu por tanto tempo isso? Se isto é verdade, porque disse ao Informe Blumenau, no dia 17 que se aproveitou da brecha da lei e fez a troca de partido no dia 14 de abril, e quando se espalhou a notícia correu para se auto-desmentir?

Para se filiar a um outro partido ele precisava estar desfiliado ao seu PSD. Então nada é casual. Há articulação, há intenção, há deliberada ação, até porque ele continua casadinho com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o prefeito de fato de Gaspar e que tomou o PSD de Gaspar para si, o deputado Ismael dos Santos, de Blumenau.

Outra. Qual a razão do Marcelo ignorar o Patriota de Gaspar e que cabe num fusca? O seu PSD daqui, além de desmoralizado pelo deputado Ismael, mal cabia também numa kombi.

Os bolsonaristas, direitistas e conservadores também precisam vir a público dizer se realmente Marcelo é o representante deles como ele arrota por aí. Se não fizerem isso, quando acordarem será tarde.

Mais. Marcelo espalha por aí que com 15 mil votos se elege deputado estadual.

Primeiro, Marcelo mostra que ele próprio reconhece que não possui votos em Gaspar. Segundo, que desconhece a legislação – o que é um fato muito ruim por si só -, ou então, está mentindo para o destinto público, o que é pior ainda.

Consultado, um especialista na área, esclareceu ao blog de que a legislação mudou e que Marcelo deveria conhecer esta mudança. Tempo e assessoramento possui. Sempre foi político e assessor de político.

Ele precisa de 20% do quociente eleitoral, o partido precisa alcançar, no mínimo, 80% do quociente eleitoral, algo que vai girar em torno de 72 mil votos para deputado estadual.

Sabe como Marcelo vai ser deputado estadual nesta conta? Se ele fizer algo em torno de 19 mil votos no estado e se for o mais votado do Patriotas e que tende – e olhe lá – a colocar um só deputado na Assembleia nas eleições de dois de outubro.

Em 2018, quando se candidatou a deputado Federal e para esta corrida não se tinha tanta disputa por aqui como se há hoje para deputado estadual em Gaspar, Marcelo – que tinha uma onda de aprovação melhor – conseguiu 10.009 votos e totalizou 12.153 no estado, ou seja, nada além de Gaspar, praticamente.

Agora, Marcelo com esta jogada, botou para correr Rodrigo Boeing Althoff, PL, o que sempre ameaça ir e nunca vai, porque quer ser carregado na padiola dos outros, ao invés de se articular, suar a camisa e ir atrás de votos. Acorda, Gaspar!