O ATRASADO, MISTERIOSO E SUPERFICIAL “ALÔ SAÚDE” É A PROVA DE QUE, QUEM ESTÁ DOENTE E SEM CURA É O GOVERNO KLEBER E MARCELO. ELE ESTÁ EM VELÓRIO PREPARATÓRIO DO SEU FUNERAL

Marketing. Muito marketing – e “contra” marketing espontâneo, também. Foi assim que o “Alô Saúde” Gaspar – que existe em outras cidades – chegou atrasado por aqui e “estreou” como “um serviço de telemedicina popular e público”. E de surpresa, como uma “inovação” e se estivesse inventado a roda. A reação de desconfiança da população e a acidez dos adversários diz muito mais do que a possibilidade desta “novidade” ser uma ajuda verdadeira naquilo que não funciona.

E a “quase surpresa?” Esta foi armada para que nada fosse questionado, para que nenhuma gota de água fosse colocada neste chope de uma marca eleitoral do atual secretário de Saúde – um dos mais de dez que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, nomeou em seus apenas sete anos de mandato. É mais um curioso na área, um servidor de outra área e que é pré-candidato a vereador pelo MDB, Santiago Martin Navia.

O que se viu de quinta-feira até hoje? Uma desconfiança geral da população antes mesmo dela testar para valer a ferramenta e o serviço. Memes, áudios, gozações e políticos contribuindo avidamente para o climão. Impressionante. O que era para ser algo surpreendente bom, virou uma chacota. Marketing reverso e contra os políticos que anteciparam os bônus da ideia para tentar sair do ônus onde meteram a saúde pública contra os gasparenses. Fica claro, diante da reação, que estes mesmos políticos, marqueteiros e “çábios” não estão encontrando uma saída, mesmo com o silêncio ou com o apoio da imprensa local.

O que significa esta inesperada incômoda reação ao “Alô Saúde”?

O descrédito do governo de Kleber, Marcelo de Souza Brick, PP, do seu secretário de Saúde, e por extensão, da Bancada do Amém, onde estão onze (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) dos 13 vereadores na Câmara de vereadores. 

Os cidadãos e cidadãs estão reagindo negativamente antes mesmo que alguma coisa seja testada, mesmo que isso possa dar certo. Incrível! E a causa disso? Recado aos políticos. Gente que até se aproveitou para ser tornar “pai” e “mãe” de algo que nem sabiam que isto iria acontecer. O resultado está aí. Os “çábios” colhendo o que plantaram. Simples assim!

Não vou tocar no “Alô Saúde” de Florianópolis, implantando em plena pandemia de Covid-19, lá em 2020, pelo ex-prefeito Gean Loureiro, União Brasil, então necessária, diante do isolamento ao que eram submetidas as pessoas com sintomas de qualquer coisa. 

Também não vou tocar no “Alo Saúde” que foi implantado só em novembro do ano passado em Blumenau, onde há experiências bem sucedidas nesta área, com outras ferramentas integradas a este canal (lá é só um canal). E mesmo assim, em Blumenau, o “Alô Saúde” vem sofrendo questionamentos para além da conta e desgastando o prefeito de lá, Mário Hildebrandt, recém chegado ao PL.  

Se Kleber, Marcelo e Santiago tivessem antes analisado o que está acontecendo em Blumenau, saberiam também que estariam expostos porque aqui, muito, mas muito do que em Blumenau, aqui a saúde pública está sob questionamentos como não se via antes. Não é pela precariedade do atendimento, mas como se gasta dinheiro e as soluções não chegam aos adoentados e necessitados. Nem as informações mínimas da gestão deste negócio. Até um a CPI na Câmara foi feita em segredo e tudo foi para debaixo do tapete. E tudo se esconde. É aí que pode estar o ponto cego desta reação, repito, em algo que até pode ser bom, pois não se deu tempo para verificar a sua eficácia.

Este “Alô Saúde” de Blumenau e o daqui, aparentemente é um negócio, antes de ser um serviço. É feito por um terceiro e não pelas equipes de saúde do município. Mais dinheiro pelo ralo, se não explicado, não comparado e que não se sabe se será indutor de soluções em tempos de dengue, covid, gripes, desconfortos de todos os tipos, associados a tempos de eleições municipais, próprios para encurralar os políticos enroladores

O “Alô Saúde” é administrado pelo CISAMVI – Consócio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí -, que teve como ex-diretor executivo o gasparense Cleones Hostins, ex-secretário de Saúde ao tempo de Pedro Celso Zuchi, PT. Hoje, a diretora executiva do CISAMVI é também a gasparense Fernanda Vanessa Schmitt, conhecedora do sistema de Gaspar e desta área da saúde, esclareça-se, antes de mais nada. Mas, falharam. Associaram-se no tempo errado e com gente não acostumada a dar explicações por aqui. E para piorar, surpreendendo, ao invés de preparar o terreno que sabia estar minado pelo histórico, pois são gasparenses.

Por que o “Alô Saúde” é uma cortina de fumaça? Porque ao chegar agora, como chegou, admite que os postinhos de saúde de Gaspar não funcionam para o mínimo, que é a dor de cabeça, mal estar e outras coisas bem corriqueiras aos cadastrados lá nos postinhos que vai se tentar resolver por telefone. Ou alguém possui em casa um medidor de febre ou aferidor de pressão arterial essenciais para algo mais avaliador? É, praticamente, um atendimento psicológico. É uma triagem, com características bem superficiais, sem que o paciente, ou o supostamente doente, saia de casa se tiver um celular à mão e entre numa fila que gera fotos, muita conversa e irritação contra a atual administração. 

É, no fundo, e a população pescou isso, uma forma dos políticos e gestores públicos de ganharem tempo até mandar o paciente ou o doente para o Pronto Atendimento do Hospital, onde verdadeiramente, ali está instalado o caos e nele, o poder público gasta mais de R$4 milhões por mês dos pesados impostos de todos, num hospital sem foco, sem vocação e claramente inchado se feito o benchmark com outros assemelhados. Até o diagnóstico feito pelo Hospital Santo Antônio, de Blumenau, sobre o Hospital de Gaspar feito, supostamente, para melhorá-lo e realizado recentemente, não se fala mais nada, incluindo uma “Comissão” de vereadores.

A telemedicina é algo que veio para ficar entre nós. É algo sério quando estruturado e com soluções emergenciais ou de quem depende de cuidados prolongados para pacientes, evitando-se, dessa forma, deslocamentos. Mais do que isso, a telemedicina é uma experiência que se consolida cada vez mais entre os clínicos gerais e especialistas, encurtando distâncias e ganhando-se tempo em diagnósticos complexos. Todavia, não foi este o modelo que se implantou em Gaspar.

Quanto vai custar isso? Quanto tempo vai durar? Onde está localizada esta equipe? Quem é a equipe que atua 24 horas em sete dias da semana? Qual a amplitude deste tipo de atendimento em Gaspar? Quais os protocolos? Quais os passos pós atendimento? Formas de encaminhamentos, atendimentos presenciais e respectivos prazos? Como e quando este serviço vai ser reavaliado? Quem não está elegível a este tipo de atendimento? Onde ficarão neste contexto do “Alô Saúde” marqueteiro de Gaspar, o postinho, Policlínica e o Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar?

E qual a razão de ele ter sido lançado numa escola municipal, a Norma Mônica Sabel e não na prefeitura ou na secretaria de Saúde? Maquiagem até no ambiente der lançamento, aproveitando-se de um auditório novo? Hum!

A administração de Kleber, Marcelo, Santiago e a Bancada do Amém conseguiram errar naquilo que pode cooperar e diminuir às angústias, sofrimentos e dúvidas do povo mais humilde e dependente, quase que unicamente, do serviço público de saúde. E por que? Confundiram transparência com marketing, mais uma vez. Fizeram trampolim para as estrepolias dos políticos exatamente as vésperas de mais uma eleição municipal. E em área sensível e com pessoas que antes de mais nada, precisam de cura e esperança para aliviar suas doenças para continuar sustentando seus lares. Inacreditável!

As redes sociais foram de um lado invadidas por políticos comemorando e até debochando. Um deles, que vive com a melancia pendurada no pescoço há anos, fingiu-se de doente, para poder aparecer. Se são capazes disso, o que farão para serem e quando eleitos? 

De outro lado, a cidade – nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens – de forma direta, dura e até com humor negro – os cidadãos e cidadãs, a maioria eleitores e eleitoras, estavam duvidando daquilo que foi anunciado como uma coisa boa e que lhes pode ser útil. A que ponto de descrédito os políticos e governo chegaram por aqui. É uma soma de mais de sete anos de erros continuados.

E os mesmos que inventaram esses políticos que “comandam” a cidade hoje, já abandonaram o barco e estão arrumando outro barco, sem antes pedir desculpas ao povo que deixaram à deriva com seus escolhidos e protegidos. As pesquisas não deixam dúvidas sobre a avaliação do atual governo. A reação ao “Alô Saúde” sem ao menos ser ele testado, só confirma isso. Impressionante! Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Ouvidos do povo I – Quer ver como a área da Saúde é um turbilhão de desencontros para o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP? Uma enquete feita numa conta de Instagram perguntou neste final de semana o que deveria ter em Gaspar: uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), mais creches ou mais opções de lazer.

Ouvidos do povo II – Ganhou disparado entre os leitores e leitoras daquela conta do Instagram com 59%, a UPA. O que significa isto, bem claramente? Que os postinhos e principalmente o Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar – e este faz o papel de uma UPA – não funcionam para a população. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, teve mais sete anos para consertar isso que herdou do PT e do ex-prefeito de três mandatos, Pedro Celso Zuchi. E não o fez. ao contrário. Só piorou. Marcelo de Souza Brick, PP, pelo menos mais de três anos. E dos candidatos que estão declarados na praça, só Oberdan Barni, Republicanos, fala em implantar uma UPA nas entrevistas. Então… agora vão correr atrás?

Ouvidos do povo III – Em Blumenau não há UPA, porque os Pronto Atendimento dos Hospital Santo Antônio, Misericórdia (Vila Itoupava) e Santa Isabel, que diz ter um prego de R$50 milhões da prefeitura de lá, funcionam. E mais do que isso, alguns ESF têm horários estendidos isto sem falar nos Ambulatórios Gerais que alguns deles vão até as 22 horas e chegam a funcionar em feriados, sábados e domingos.

Ouvidos do povo IV. Os Pronto Atendimentos de hospitais possuem a vantagem de serem a porta de entrada para internações, o uso centro cirúrgicos para emergências diagnosticadas e de lá, para salas de recuperação mais complexas e até UTIs. Em Gaspar, falta antes de uma UPA fazerem funcionar os postinhos e ampliar os horários de atendimento para urgências das unidades como o Santa Terezinha, Centro, Margem Esquerda e Bela Vista. O atual governo resistiu e apostou na falta de transparência do Hospital de Gaspar sob sua intervenção. Ele é a nossa verdadeira UPA. E não funciona. Antes de criar uma UPA é preciso fazer funcionar o Pronto Atendimento a menor custo, do Hospital sob intervenção municipal.

Coisa de doido I – E por falar em saúde pública, a que está em estado de miséria em Gaspar, mesmo assim o foco dos políticos é outro. Há uma “disputa surda” nos bastidores do governo e partidos pela substituição do atual secretário Santiago Martim Navia, MDB, quando ele precisar se desincompatibilizar para concorrer a vereador. Se digladiam o grupo que indicou e sustenta Santiago lá bem como, o onipresente irmão de templo, ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o ex-presidente da Comissão de Intervenção do Hospital, o ex-faz tudo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o ainda presidente do PSDB de Gaspar, Jorge Luiz Prucino Pereira. Inacreditável.

Coisa de doido II – Por falar em Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB, ele foi uma ausência sentida na semana passada, quando o presidente nacional do PSDB, o ex-governador de Goiás, Marconi Perilo, veio com o ex-senador mineiro, Aécio Neves, a Florianópolis tentar reconsertar o moribundo partido deles em Santa Catarina. A madrinha de Jorge no PSDB é a vereadora Franciele Daiane Back, do Distrito do Belchior.

Qual é mesmo a diferença entre um bolsonarista e um lulista. Nenhuma. Ambos sofrem da mesma doença. Todos os que pensam diferente deles, merecem à forca. E para eles, todos são compráveis para falar bem de um e de outro. Em Gaspar, por exemplo, o PL ainda não possui candidato a prefeito. O PT ao menos já saiu na frente. Olhou os números e o cenário. Sabe que Luiz Inácio Lula da Silva será um problema. Então resolveu eliminar todas as dúvidas, mitigando os riscos desses questionamentos latentes, do que alimentar qualquer disputa interna que se ensaiava.

No PL, estranhamente, os candidatos a vereadores estão órfãos em suas próprias pré-campanhas. Constrangimentos nas visitas. Rodrigo Boeing Althoff, que nunca foi bolsonarista, esteve no encontro promovido há duas semanas pelo ex- presidente da República, Jair Messias Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo. Tudo por uma foto. Adilson Luiz Schmitt, PL, é quem tem levado ele por aí, como neste final de semana no Distrito do Belchior. Rodrigo ficou sumido três anos. Por outro lado, um grupo de gente que nem PL é, que já esteve com Pedro Celso Zuchi, mas criou Kleber Edson Wan Dall, Luiz Carlos Spengler Filho e Marcelo de Souza, ambos PP, quer impor a candidatura do delegado Paulo Norberto Koerich. A quem interessa esta divisão e adiamento desta solução?

Neste final de semana, o delegado Paulo Norberto Koerich, com ficha assinada no PL, saiu, mais uma vez da sua rotina familiar e foi participar de uma das festas de Rei do Distrito do Belchior (foto acima) levado pelo ex-vice de Adilson, o empresário do setor têxtil, Clarindo Fantoni. Ele representa o PP que vem patrocinando Paulo, mas que possui um candidato declarado e que até se mudou para lá, o vice-prefeito, Marcelo de Souza Brick, morador do Distrito do Belchior. Na Festa do Rei, ao final, os dois se juntaram. Para outras fotos e que percorreram as redes sociais e os aplicativos de mensagens, colocando um como vice do outro. Desperdício de tempo e na busca de resultados para o PL. Na foto acima, Paulo está entre Clarindo (à esquerda) e Rodrigo (à direita).

Para o pessoal raiz do PL, está mais do que na hora de se resolver esta parada e botar o time na rua com todos os riscos de qual escolha acontecer. Está na hora de separar as crianças dos adultos e parar de brincar de candidato. Está mais do que na hora do pessoal do PL e principalmente os bolsonaristas pararem de reclamar. Sozinhos, o PL bolsonarista não vão longe e não possui votos. Nem a mudança pedida nas pesquisas, esse naco representa. O fanatismo está se tornando um problema para ampliar o espectro para além do bolsonarismo. As interferências externas dos – vendo os desgastes do PP, PSD e MDB, querendo se apropriar das marcas PL e Bolsonaro, num misto de ingenuidade e esperteza – é outro problema a ser superado.

Enquanto isso, correndo por fora, na mesma área conservadora, continua Oberdan Barni, Republicanos. Ele neste final de semana, estava em Florianópolis no encontro do partido e lá tratado como “estrela”. Antes, porém, Oberdan (a direita na foto ao lado) passou na empresa do presidente do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho (à esquerda) para dizer três coisas: que não vai desistir da candidatura; que vai enfrentar o PL e que, comercialmente, continuará sendo um cliente da gráfica digital de Bernardo.

A foto está aí. Ela por si só desmente os que estão acostumados a alugar a pena dos outros. O que falta de verdade? É o PL resolver o seu dilema que iniciou quando o deputado Ivan Naatz, PL, de Blumenau, se achou dono do partido por aqui. É muita gente se metendo nesta panela por mero oportunismo. Mais duas pesquisas rolaram na praça. A que tinha Oberdan Barni, Republicanos, incomodou os que tiraram ele de outra pesquisa. Estava na cara que isto ia acontecer. Como dizia o ex-primeiro ministro do Brasil, Tancredo de Almeida Neves, “quando a esperteza é demais, ela come o dono”. Outra dica: fazer pesquisa de campo no sábado e domingo? É querer se enganar mais ainda.

Lágrimas I – Ao lançar a programação dos 90 anos de emancipação de Gaspar, quase exclusivamente a um público de comissionados e servidores, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, fez menção de ter a voz dele embargada. Alegou que era a emoção de ter que fazer isso pela última vez em seus oito anos de mandato.

lagrimas II – O que está embargada de verdade é a programação. Ela é muito fraca para marcar os 90 anos e ainda mais em um ano eleitoral, quando depois de mais de sete anos poderia o prefeito e sua turma estar fazendo barba, cabelo, bigode e sovaco. Faltará lâmina para isso tudo. Restará o choro, de dor.

Na sexta-feira mostrei em PT, BANCADA DO AMÉM, KLEBER E MARCELO CRIAM E APROVAM PRIVILÉGIOS EM ANO ELEITORAL. DIMINUEM A CARGA HORÁRIA DOS PSICÓLOGOS, MAS NÃO PROPORCIONALMENTE OS VENCIMENTOS DELES PAGOS PELOS IMPOSTOS DO POVO como caminham os nossos vereadores em tempos de ano eleitoral.

Mas, não foi só isso. Uma moção de repúdio protocolada pelo ex-petista e atual líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, de repúdio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, também rendeu. Uma nova cortina de fumaça como se aqui fosse exemplo e um paraíso.

Francisco Solano Anhaia, MDB, propôs e teve aprovado com o voto contrário de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, a moção “tendo em vista que essa declaração é uma afronta à soberania e à dignidade de Israel, que é um país amigo e parceiro do Brasil, com o qual mantém relações diplomáticas, comerciais, culturais e científicas há mais de 70 anos“.

Nada contra a liberdade de expressão, mas de prioridade. Em primeiro lugar, o autor da moção deveria estar mais adequadamente preparado para defendê-la. Em segundo lugar, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, da mesma forma para combatê-la. Numa Câmara onde os próprios vereadores a chamam de “câmera”, onde o Distrito do Belchior é tratado como bairro, e onde ” de encontro de…” equivale “ao encontro de…”, esta moção teve razão de ser.

Gaspar como ela é I – A vida difícil do MDB de Gaspar e do vereador Ciro André Quintino querendo se posicionar como político a qualquer alternativa. A primeira é que ele perdeu o seu assessor de comunicação, o que dava vida a todas as estrepolias. E para o Rodrigo Boeing Althoff, PL. A segunda, que ele tem tentando dar continuidade ao sistema de se expor. E pelo jeito, ficou sem filtro do editor.

Gaspar como ela é II – No tal “Desbravando Gaspar”, ele convidou uma eleitora chamada Mari, para andar de bicicleta. Reclamou do atraso. Pior se ela chegar atrasada na urna. Lá pelas tantas, Ciro sincero e esperando outra resposta perguntou sobre as coisas da cidade para a sua convidada. E ela descascou o descaso da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, com a manutenção e o capim tomando conta de tudo. E nem precisava ela falar. A filmagem de ambos mostrava isso por onde eles passavam

Começou a votação na Câmara dos primeiros Projetos de Lei que “anula e suplementa saldos e dotações orçamentárias do Orçamento Municipal” deste ano. E desta vez pela Educação. Está em operação o esquartejamento e reorganização do Orçamento, a peça de ficção que cumpre apenas um papel dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Hoje, pela quantidade de fotos postadas nas redes sociais por alguns candidatos a vereador de Gaspar, sabe-se quem estará com a eleição garantida e quiçá, com votos para ser imbatível a prefeito. Boa semana. Vem chuva por aí. Acorda, Gaspar!

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8 comentários em “O ATRASADO, MISTERIOSO E SUPERFICIAL “ALÔ SAÚDE” É A PROVA DE QUE, QUEM ESTÁ DOENTE E SEM CURA É O GOVERNO KLEBER E MARCELO. ELE ESTÁ EM VELÓRIO PREPARATÓRIO DO SEU FUNERAL”

  1. ANDRÉ MENDONÇA X DIAS TOFFOLI, por Carlos Andreazza, no jornal O Globo

    A ver ainda se André Mendonça terá mesmo trazido pegada divergente à forma terrivelmente diastoffolica como o Supremo tem tratado o conjunto de acordos de leniência firmados por empresas que admitiram a constituição de uma máquina cartelizada para corromper agentes do Estado em troca de contratos vantajosos.

    Seu primeiro movimento mereceria mais atenção. No âmbito de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental que questiona a voluntariedade desses acordos, ao autorizar que as companhias não paguem as multas por 60 dias, o ministro riscou no chão limites não somente temporais.

    Dois meses no curso dos quais estarão habilitadas as partes, órgãos de controle entre elas, a discutir a possibilidade de renegociar os termos que resultaram na definição das multas e suas condições de pagamento. Prazo para que se tente — alcance estrito — encontrar um caminho para renegociação das bases. Sem entrar no mérito. Sem “revisionismos históricos”. A corrupção houve. Os acordos, voluntários, valem. Prazo ao fim do qual não será obrigatório haver entendimentos.

    Repita-se: alcance estrito. Para limitar — atenção — não apenas as pretensões das empresas.

    Faço essa introdução porque li-ouvi que o ato de Mendonça fortaleceria a posição de Dias Toffoli. É o contrário.

    Mendonça enfraquece — talvez esvazie — o colega, cujo castelo anulador-geral se ergue com a areia de que os acordos, daí também as delações, seriam produtos de coação do Estado. Os empresários falando e as empresas assinando acordos porque sob opressão. Esse exótico “estado de coisas inconstitucional”, forjado pela transformação de tudo em Lava-Jato, sendo o próprio guarda-chuva sob o qual o “Moro do bem” faz caber o que quiser.

    Não à toa, no início da audiência de conciliação, Mendonça perguntou aos representantes das companhias se haviam firmado os acordos sob coação. As respostas variaram entre a negação — não houve coerção — e o sambarilove das evasivas enroladoras. Afinal, ninguém se apresentou como assinante de acordo de leniência sob pressão; senão a pressão própria a quem, tendo delinquido, precisa arcar com suas responsabilidades e, ainda podendo negociar, não terá as mesmas margens de empresas que trabalham corretamente.

    Não tendo havido coação, sobra nada do que alicerçara as decisões de Dias Toffoli. Se não houve coação, cai-lhe a tese — que tomou da J&F sem muitos filtros. Sem coação, vigentes os acordos, murcha-se Dias Toffoli; e o que avança é a rediscussão, legítima, do valor das multas e das modalidades de pagamento. (A ver também se a própria natureza da ação relatada por Mendonça, uma ADPF, não terá o condão formal de atrair o que vai sob o monocratismo, padrão xandônico, de Dias Toffoli.)

    O andamento dado por Mendonça se dá no mundo real; em que houve os esquemas de corrupção e em que, feitos os acordos, admite-se renegociar multas. Dias Toffoli, operando o “fator coação”, transita no mundo paralelo — e mui influente — da reescritura da História; do que a suspensão (o enterro, já que sem prazos) das multas (bem-vindas pelas empresas) será mera consequência. O centro de suas decisões estando na anulação — aberta, arrombada, a porteira — de todas as provas produzidas como consequência do acordo da Odebrecht, inclusive aquela em que é citado, o “amigo do amigo do meu pai”.

    Dias Toffoli, sob a tese do lavajatismo universal, constituiu-se em juiz onipresente para toda a causa empresarial relativa a acordos de leniência, a seus cuidados até acordos firmados na Greenfield, no Distrito Federal, nada tendo com os dallagnols de Curitiba. Não! Tudo Lava-Jato — avoca-se. Tudo feito sob tortura. Tudo à margem do devido processo legal. Tudo comigo. Tudo meu. Tudo para o lixo. Tudo a alimentar o esforço para que a corrupção no período lulopetista tenha sido farsa criada por conluio internacional contra a soberania do Brasil e o destino glorioso do país.

    Circunscrita ao campo das multas renegociáveis, a abordagem de André Mendonça, pelo menos até aqui, levanta algumas bordas para contenção. Válidos os acordos, feitos sem coação, e tendo as empresas corrompido, sendo devedoras e com dificuldades para pagar, sentem as companhias com os órgãos de controle — e argumentem pela revisão das dívidas.

    Atrapalhada a fixação da tese do “pau de arara do século XXI” conforme fantasia desrespeitosa de Dias Toffoli, retardado o contágio anulante-geral a partir da anulação das provas no caso Odebrecht, um tiquinho mais exposta — não que alguém se constranja — a campanha pela inexistência de corrupção durante os governos petistas.

  2. O ABSURDO TRIBUNAL RACIAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Um espectro ronda a política de cotas adotada no Brasil para democratizar o acesso ao ensino superior: as bancas de avaliação fenotípica. Essas comissões, chamadas “bancas de heteroidentificação”, estão no epicentro da crise que estourou na Universidade de São Paulo (USP) no caso do cancelamento da matrícula do estudante Alison dos Santos Rodrigues, após a banca rejeitar sua autodeclaração como pardo. Alison e pelo menos mais um aluno processaram a universidade por terem perdido as vagas para as quais foram aprovados. A USP não está sozinha: houve casos similares em outras universidades que adotam o mesmo modelo – caso da Universidade de Brasília (UnB), por exemplo.

    Não há outra forma de definir tais comissões senão como uma espécie de “tribunais raciais”, compostos por pessoas chamadas a decidir a raça de um estudante e selar seu destino de ingresso ou recusa numa universidade. Parece algo muito mais afeito a regimes racialistas do que a um país que pretende genuinamente compensar, de alguma forma, os séculos de escravidão e discriminação racial.

    Desde o início da sua adoção, em 2004, as cotas permitiram ao Brasil quase quadruplicar o ingresso de pessoas negras nas universidades. Em 2023, na revisão da política, o Congresso ampliou as ações de inclusão nas universidades. As cotas também foram fundamentais para que o País avançasse no debate sobre as relações sociais.

    Tais conquistas, assim como a chancela do Legislativo e do Judiciário, não isentam o debate de erros, desvios e excessos. Integram esse grupo de equívocos as tais “bancas de heteroidentificação”. Criadas por pressão de movimentos negros – preocupados com as denúncias de fraudes nos processos seletivos –, essas comissões avaliam a cor da pele, os cabelos e a forma da boca e do nariz de jovens que se declaram pretos ou pardos e foram aprovados pelo regime de cotas. Uma primeira avaliação é feita com base na foto dos candidatos, considerando a análise fenotípica. Se rejeitada a matrícula, os candidatos são convocados para uma oitiva presencial ou virtual. No caso do estudante Alison, a oitiva durou apenas o suficiente para ele ler sua autodeclaração.

    Na prática, a tal banca tratou esse estudante como mentiroso e não suficientemente negro para reivindicar uma cota. E tudo isso é feito sem a menor objetividade. Qual a medida que determina a cor da pele? Quantos centímetros tem um nariz que se considera adequado para a cota? E qual o tipo certo de lábio para avaliar se o candidato está apto? No século 19, Lombroso e

    Gall achavam que era possível determinar se alguém tinha propensão ao crime apenas pelo formato e as saliências do crânio. Nas “bancas de heteroidentificação”, a frenologia se atualizou, agora para saber se alguém é negro o bastante. A pseudociência a serviço das boas causas determina quem segue adiante e quem fica pelo caminho.

    Ocorre que nada disso encontra respaldo na Constituição, que estabelece a igualdade de todos perante a lei e condena veementemente o racismo.

    O Brasil decidiu incluir pardos à população negra – que, segundo a classificação oficial, é formada por pessoas pretas e pardas. Parte dos movimentos identitários costuma considerá-los em sua contabilidade racial para celebrar os números de uma maioria negra, como atestou o Censo do IBGE divulgado no ano passado. Segundo os dados, o número de pessoas pardas pela primeira vez superou o número de brancos, tornando-se o maior grupo étnicoracial do Brasil. Os pardos passaram a somar 92,1 milhões de habitantes, equivalente a 45,3% da população. Brancos somam cerca de 43,5% e pretos são apenas 10,2%. No país da miscigenação, pardos estão mais confiantes para se declararem como tal, mesmo que a maioria desse grupo não esteja imune, assim como os pretos, à discriminação.

    Aos defensores dos tribunais raciais, no entanto, importa restringir ao máximo as vagas disponíveis aos estudantes considerados suficientemente pretos. Em nome desse imperativo, a discriminação racial, malgrado ser ilegal e imoral, é considerada perfeitamente válida.

  3. BOM SENSO DA POPULAÇÃO, por Merval Pereira, no jornal O Globo

    A pesquisa Genial/Quaest sobre a Operação Lava-Jato, completada uma década de seu início, mostra que em bom senso a população brasileira supera em muito seus representantes parlamentares, e também um Judiciário que vem se comportando nos últimos anos como ativo participante do debate político.

    A versão de que acabar com a Lava-Jato seria a solução para a crise institucional que ela desencadeou não foi comprada pela população, que vê nela ainda bons resultados no combate à corrupção, problema que não foi varrido para debaixo do tapete, apesar dos esforços dos membros do establishment, como queriam os políticos à época em que as investigações começaram a atingir todos os segmentos partidários, e não apenas o PT de Lula.

    Ao mesmo tempo que 42% concordam que a força-tarefa que apurou o megaesquema de desvio de dinheiro na Petrobras foi extinta, em 2021, “por causa da ação dos políticos para barrar a operação”, percentual semelhante (44%) considera que o trabalho do ex-juiz Sergio Moro foi reprovável, depois das revelações da Vaza-Jato. Mas a atuação de Moro continua tendo o apoio de 40% da população. Isso significa que, apesar de todos os ataques dos últimos anos, ele continua com forte apoio popular.

    O que leva a crer que a campanha para que seu mandato de senador da República pelo Paraná seja cassado continua sendo mais tentativa de vingança de seus inimigos políticos. O caso nada tem a ver com a Operação Lava-Jato, e é possível que, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), ele seja preservado dessa violência. O caso contra Moro, se terminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ficará marcado ainda mais como decisão da Justiça vingadora, que tem caracterizado as decisões envolvendo juízes e procuradores de Curitiba, como o deputado cassado Deltan Dalagnol. Reflexo da posição política de parte dos ministros do STF.

    A reação dos brasileiros à Lava-Jato parece indicar que os entrevistados, apesar de 25% considerarem que seu fim deveu-se a “exageros e erros por parte dos investigadores e juízes envolvidos na operação”, não fariam terra arrasada das investigações e condenações feitas, dando margem a que os erros das investigações tivessem sido corrigidos e punidos, mas os culpados pelos desvios de corrupção não ficassem livres, leves e soltos por aí, como se nada tivesse acontecido.

    Fica claramente identificada na pesquisa a posição majoritária da população a favor do combate à corrupção. Metade (50%) diz acreditar que a Lava-Jato “fez mais bem” ao Brasil, ante 28% que consideram que ela “fez mais mal”. Quase metade dos brasileiros (49%) afirma também que a operação “ajudou a combater a corrupção”, ao passo que 37% dizem que “não”, e 4% que “mais ou menos”.

    A polarização política fica patente quando se nota que 43% da população acha que Lula “sempre foi inocente”, exatamente o mesmo percentual que diz que o atual presidente “é culpado e deveria estar preso”. Mesmo o ex-presidente Bolsonaro tendo contribuído para o desmanche do combate à corrupção, quando investigações chegaram próximas a seus filhos e apaniguados, a maioria de seus apoiadores é a favor da Lava-Jato, não fazendo a ligação necessária entre suas atitudes e o arrefecimento do combate à corrupção.

    A polarização está refletida na distribuição econômica das pessoas que consideram Lula inocente ou culpado. Mais da metade dos entrevistados de baixa renda, com ganho familiar de até dois salários mínimos por mês, considera que Lula é inocente (52%), enquanto, entre os mais ricos (que ganham acima de cinco salários), 52% acham o contrário.

    Um detalhe da pesquisa é importante para projetar atitudes futuras em relação a uma provável disputa para a eleição de 2026: no grupo dos que votaram em branco, nulo ou não foram votar no segundo turno de 2022, há uma parcela maior que considera o petista culpado (47%), ante 30% que acreditam na inocência do atual chefe do Executivo. Indicação de que a pecha de “ladrão” continua perseguindo o presidente da República — e pode ter consequências eleitorais.

  4. JUIZ SEM JUÍZO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes foi duro e claro ao comentar o discurso que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez durante a manifestação de 25 de fevereiro na Avenida Paulista. Em entrevista ao Estadão, Gilmar Mendes disse que as declarações de Bolsonaro parecem uma confissão de culpa em relação à chamada “minuta do golpe”, e foi além: acha que o ex-presidente saiu de uma situação de “possível autor intelectual para pretenso autor material” da tentativa de golpe de Estado; que há elementos “severos que indicam intuitos golpistas”; que “não faz o menor sentido” a ideia de anistia a ser concedida às pessoas envolvidas no ato de 8 de janeiro de 2023; e que o “movimento” de Bolsonaro “para mostrar que tem apoio popular” não muda “qualquer juízo ou entendimento do STF”.

    A verborragia de Gilmar Mendes não seria um problema se ele fosse não o magistrado da mais alta Corte do País, e sim um analista político. A ele, ao lado de seus dez colegas de Supremo, caberá julgar em breve os atos, fatos, materiais e personagens que foram objeto da análise da entrevista. Sob qualquer ótica, portanto, é disfuncional um ministro do STF antecipar juízo fora dos autos e comentar em público sobre um tema em análise, presente ou futura, da Corte. Uma contradição com o que diz a Constituição, a Lei Orgânica da Magistratura e a sensatez. Ademais, é uma dádiva para os radicais bolsonaristas justamente no momento em que estes se empenham em questionar a lisura do Supremo e a suposta militância política de alguns ministros contra Bolsonaro.

    Mendes não está sozinho. Com as raríssimas exceções de praxe, há doses rotineiras de intervenção pública – e política – por parte dele e de seus colegas do STF. A discrição judicial parece ter virado exceção no Brasil. Essa opção pelo comportamento apropriado (aquilo que a literatura jurídica internacional chama de judicial propriety) foi trocada pela vulgarização do papel público.

    Credita-se essa desenvoltura ao contexto da democracia brasileira nos últimos anos e ao vácuo deixado pelos outros Poderes. Convém acrescentar outros dois fatores: o individualismo onde deveria prevalecer a institucionalidade da Corte e, sim, a vaidade. Somadas, essas razões explicam a normalidade com que ministros emitem pareceres a jornalistas, passeiam e palestram por eventos patrocinados pelo setor privado, concedem entrevistas recomendando e cobrando decisões do Executivo e do Congresso e cumprem, sem modéstia, expectativas messiânicas como protagonistas de uma democracia em desencanto.

    É preciso reconhecer que o STF realizou um notável trabalho em defesa da democracia brasileira. Ajudou a rever os excessos processuais e políticos cometidos pelos artífices da Lava Jato, contribuiu para o avanço de direitos de minorias e serviu como o principal dique de contenção dos radicalismos e das pretensões golpistas de Jair Bolsonaro. Tais feitos, porém, não lhe concedem um salvoconduto para o tipo de protagonismo que muitos dos seus ministros advogam ou os devaneios imperiais praticados por alguns deles. Além das tentações midiáticas, o desarranjo procedimental do STF inclui ainda a oscilação da jurisprudência, ou seja, a variação das decisões conforme o caso concreto, o excesso de decisões monocráticas (algumas delas sem observar a orientação firmada pelo plenário) e a politização indevida, levada ao paroxismo agora com a nomeação de Flávio Dino, aquele que, na definição do presidente Lula da Silva, será ali o ministro com “cabeça política”.

    Não faz muito tempo, o ministro Luís Roberto Barroso – ele também presença constante na ribalta política – afirmou que todas as instituições democráticas estão sujeitas à crítica pública e devem ter a humildade de levá-la em conta, repensando-se onde for possível. Barroso sabe da lição de Confúcio, o pensador chinês, quando um governador lhe perguntou como servir ao príncipe: “Diga-lhe a verdade, mesmo que o ofenda”. Não há ofensa, contudo, ao lembrar-lhes: é hora de preservar a instituição. Retomar a discrição judicial e a compostura fora dos autos, priorizar a colegialidade, atuar com menos teatralidade, dar mais atenção aos rituais da imparcialidade – tudo isso ajudará a aplacar a desconfiança crescente sobre um tribunal já demasiadamente politizado.

  5. Bom dia. A eleitora “Mari” é esposa do ex-vereador atual chupa teta do governo Wando Andrietti. Boatos que a Mariani será candidata a vereadora esse ano. Ciro a convidou para o pedal já com segundas intenções…

    1. Interessante. Marido empregado no governo. Candidata do governo. Cega ela não está, ao menos. Está enxergando o que o governo não está fazendo pela cidade

  6. O LUGAR DO BRASIL, SEGUNDO LULA, por Demétrio Magnoli, no jornal O Globo

    Uma política externa oscilante, inconsistente — eis o que pensa a revista The Economist. “Lula quer que o Brasil seja todas as coisas para todos: um amigo do Ocidente e um líder do Sul Global, um defensor do meio ambiente e uma potência petrolífera mundial, um promotor da paz e um amparo para os autocratas”. O diagnóstico gira em falso, como refém da retórica ilusionista do governo. De fato, existe uma Doutrina Lula.

    A orientação de política externa pode ser decifrada a partir de dois movimentos estratégicos. O primeiro renega o discurso oficial; o segundo elimina suas ambivalências.

    1. O Novo PAC lançado pelo governo, no eixo consagrado à transição energética, prevê recursos de R$ 565,4 bilhões, dos quais 64% para óleo e gás e meros 12% para fontes limpas. Os investimentos em combustíveis fósseis fluirão principalmente do Estado, enquanto as fontes alternativas dependerão de financiamento privado.

    2. O Brasil aumentou radicalmente seu intercâmbio com a Rússia desde a invasão da Ucrânia. O crescimento apoiou-se especialmente nas importações de petróleo, diesel e fertilizantes. As importações de diesel saltaram de 101 mil toneladas em 2022 para 6,1 milhões em 2023 — ou, em valores, de US$ 95 milhões para US$ 4,5 bilhões. No cenário do embargo europeu, o Brasil converteu-se no terceiro maior importador de hidrocarbonetos russos, atrás apenas da China e da Turquia.

    O Acordo de Paris, a matriz baseada na fonte hídrica, a Amazônia e Marina Silva organizaram o discurso inaugural de política externa do governo Lula. Era ilusão: o Brasil chega às vésperas do G20, no Rio de Janeiro, e à antevéspera da COP30, em Belém, sem uma estratégia de transição energética. O discurso sobre a “liderança climática” funciona como rarefeita cortina de fumaça destinada a ocultar a Doutrina Lula.

    As ambivalências sobre a guerra imperial russa circulam unicamente na superfície da retórica diplomática. Reiterando o gesto original de Bolsonaro, Lula oferece “solidariedade” à Rússia. A visita de Celso Amorim ao Kremlin e a visita de Lavrov a Brasília, logo após a ordem de prisão emitida pelo TPI contra Putin, evidenciam a direção para a qual aponta a bússola de política externa.

    O PT é parceiro do Rússia Unida, partido de Putin. Quase um ano atrás, à sombra da guerra de agressão na Ucrânia, participou de um fórum sobre “neocolonialismo” promovido pelo partido putinista. Logo mais, a convite do Rússia Unida, uma delegação oficial petista acompanhará a farsa eleitoral russa montada para simular legitimidade democrática a mais um mandato de Putin.

    “Para que essa pressa de acusar alguém?”, indagou o presidente brasileiro, antes de criticar os governos que responsabilizam o regime russo pela morte de Navalny. Lula “compreende os interesses de quem acusa” e recomenda aguardar as conclusões dos legistas a serviço do Kremlin. A presença pessoal de Putin no G20 é uma meta difícil perseguida por Lula.

    Cuba, Venezuela, Nicarágua. Aponta-se, desde o primeiro mandato lulista, a crônica inclinação à solidariedade com regimes ditatoriais de esquerda. A crítica não se aplica, porém, ao regime de Putin.

    O governo russo, em aliança com o patriarcado ortodoxo de Moscou, combina o nacionalismo grão-russo com um conservadorismo extremo. O chefe do Kremlin conta com admiradores como Trump, Orbán e líderes da extrema direita europeia. Bolsonaro admirava Putin por compartilhar com o russo o conceito de uma ordem social baseada na família tradicional. Lula figura na lista, mas não por motivos ideológicos. Sua parceria com Putin deriva de uma visão estratégica.

    A Doutrina Lula tem como norte o Sul Global, expressão altamente imprecisa que substitui o antigo conceito de Terceiro Mundo e atualiza a noção de anti-imperialismo. Em sua versão atual, adotada por uma esquerda irreformável, anti-imperialismo é, antes de tudo, hostilidade aos Estados Unidos e a seus aliados europeus. O Brasil de Lula almeja um lugar de destaque numa coalizão internacional anti-Ocidente. Nessa visão, China e Rússia emergem como parceiros privilegiados.

    Lula tem rumo — eis aí o verdadeiro problema.

  7. O PT É PROFISSIONAL, OS BOLSONARISTAS SÃO AMADORES E CAFONAS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

    Se Boulos levar a prefeitura de São Paulo, a cidade será uma importante cabeça de ponte para o PT levar o estado em 2026. Com as mãos nos cofres federais e de São Paulo — estado mais rico da federação — o PT sangrará o país por 100 anos.

    Não há oposição legítima ao PT entre nós. Os “conservadores” do legislativo estão a venda sempre. Oferecem oposição até a próxima mesada. Os evangélicos, em última instância, também estão a venda. Mas, estes seriam a última resistência em termos de população comum, apesar de que, como são evangélicos, ninguém os levaria a sério: tudo que creem é fake news. No final do dia, toda oposição ao PT é apenas manobra de barganha fisiológica.

    As redes poderiam fazer frente ao domínio universal do PT porque, como dizem por aí, “as redes são da direita”, mas, o resultado disso seriam idiotas quebrando tudo nas ruas e os “democratas” gritando em uníssono: Golpe! Golpe!

    A Europa tem leis que regulam a internet. Mas esses países não são corruptos como o Brasil. Aqui, a regulação da internet servirá apenas para o PT destruir qualquer oposição popular a ele — com ajuda da “Justiça”. Não é à toa que a infantaria da imprensa — 99% de esquerda — fica com água na boca quando ouve a expressão “regulação das redes”.

    Pessoalmente, penso que um Estado corrupto como o nosso é muito mais perigoso para a liberdade do país do que as plataformas digitais.

    A colonização do STF é mais complexa, mas possível e em curso — basta ver a emoção da chegada ao Supremo dos terrivelmente lulistas, assim como nos tempos do Bolsonaro, a chegada do terrivelmente evangélico. Os salamaleques nesse caso são mais longos. O processo de redução do poder de freio e contrapeso que o STF poderia oferecer ao PT viria regado a muitos discursos empolados sobre o “império da lei” e sobre a democracia ser um regime jurídico e, por isso mesmo, sustentada no princípio do Estado de Direito — o que é pura verdade.

    Aqui está uma cartada sofisticadíssima da ameaça a democracia que traz o PT, uma vez tendo colonizado o STF — colonização esta por simpatia ideológica ou mero oportunismo de ocasião: o “golpe” aconteceria de modo invisível e dentro do Estado de Direito. A máquina de censura jurídica operaria na velocidade da luz e na densidade de um enxame de abelhas. Processos, perda de patrocínio, de emprego, apagamento e cancelamento de qualquer resistência publicamente mais significativa.

    As “minorias identitárias” chorariam juntas pelo Brasil “progressista”. Nenhuma resistência seria oferecida por essas minorias a um golpe na democracia dado pelo PT, pelo contrário, ajudariam a esmagar qualquer reação sob a rubrica de crítica a uma fobia qualquer.

    A virada diplomática brasileira no sentido de regimes totalitários é muito clara: Rússia, Venezuela, Irã, Hamas. O país piorou: até a diplomacia hoje é miserável.

    Os ricos vivem bem com qualquer governo. Viveram bem no Lula 1 e 2, e no Dilma 1, e viverão bem nos 100 anos do PT. Um dos grandes truques deles é dar migalhas aos miseráveis, com discursos açucarados, enquanto frequentam os coquetéis dos milionários, oferecendo “descontos” nos encargos e empréstimos generosos. Em Brasília, não existe vergonha na cara.

    A sociabilidade na elite intelectual que reúne acadêmicos, jornalistas, psicanalistas, editores, artistas e agentes culturais, funciona como um método difuso de repressão.

    Maledicência, exclusão, inviabilização do dia a dia de trabalho e lazer entre colegas são suas marcas. Isso foi bem mostrado pelo historiador Tony Judt no seu impecável “Passado Imperfeito” sobre a sociabilidade intelectual francesa na primeira metade do século 20. Tendo essa sociabilidade a seu favor, a “democracia petista absoluta” caminharia segura para o domínio da “cultura”.

    Uma das misérias do país é não ter uma cultura decente que não mame nas tetas do PT, não chore lágrimas de crocodilo e que não seja disposta a apoiar um regime totalitário que abrace suas opções políticas e garanta suas carreiras profissionais. O PT é profissional, os bolsonaristas são amadores e cafonas.

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