KLEBER FAZ ELEIÇÕES, PROVAS E AO FINAL ESCOLHE QUEM ELE QUIS PARA A DIREÇÃO DAS ESCOLAS E CDIs; APELIDA TUDO ISSO DE “GESTÃO DEMOCRÁTICA”

Alterado em 14h06mim de 23.12.2022 (este blog não está de férias como os políticos) Só a chuva forte dois dois últimos dia, com respectiva falta de drenagem, foi capaz de abafar, temporariamente, à fervura que aumentou e se instalou no setor da educação municipal em Gaspar.  E se tornou um fato político. Ambos percorrem as redes sociais para mais desgastes do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB

O que aconteceu? É que houve eleições para os diretores de escolas e CDIs em Gaspar. Eles vão tocar os gestores dos educandários em 2023/24 como manda a Lei. E para serem candidatos, os que assim quiserem, desta vez, tiveram que apresentar titulação robusta na área, submeteram-se a uma prova e depois de tudo isso, apresentaram um plano de trabalho para ser avaliado pela comunidade discente, docente e da secretaria de Educação de Gaspar.

A maioria dos que superaram o rito, levaram. Mas há quem só foi nomeado ou rejeitado – segundo os queixosos – depois da prova oral feita pelo secretário da Educação, o jornalista Emerson Antunes, um curioso na área de Educação. Ele foi indicado pelo prefeito de fato de Gaspar, o deputado Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau, na vaga que era do PSD daqui e que era para o vice-prefeito Marcelo de Souza Brick indicar o ocupante da secretaria. Ele, aquele político fanfarão que foi usado para a reeleição do prefeito Kleber depois de ajudar a elegê-lo e ser devidamente escanteado no governo, fingiu não era com ele a nomeação do secretário de Educação. Atualmente, quando cobrado, Marcelo só pode resmungar e chupar o dedo. E assim será.

Primeiro, Kleber não precisava fazer nada disso para nomear um diretor de escola, de CD ou Eja. Afinal, trata-se de cargo de confiança. Mas, para acessar as gordas verbas federais nesta é preciso profissionalizar e dar lustro mínimo a este processo de escolha. Segundo, por se tratar de um cargo de confiança, mesmo sendo técnico, ele pode indicar quem ele quiser, pelos critérios que ele inventar e der na telha.

Afinal, já estamos em plena corrida para a perpetuação no poder e aí é preciso olhar os votos, nos seus que estão próximos a ele e pode lhe garantir o poder para o seu grupo político, e naqueles que do ponto de vista do resultado político são mais “producentes”… Ponto final.

Por isso, Kleber, o seu secretário de Educação e os que ainda o rodeiam palpitando na prefeitura resolveram inventar moda. Ao mesmo tempo que cumpriu parcialmente a lei, a “promessa” de campanha, também num ambiente de influência em ponderável parcela do eleitorado gasparense, sabidamente com viés de esquerda e sem o domínio das igrejas neopentecostais onde ele, o prefeito de fato e o atual secretário de Educação estão, resolveram fazer pontuais escolhas protetivas, digamos assim. E com isso, armaram o circo. Aliás, o secretário chegou por aqui metendo os pés no ensino público – onde é gestor – usando como suposto mau exemplo, o ícone da educação de Gaspar nesta área, o Colégio Honório Miranda, que nem municipal é.

Retomo

E qual foi a moda? Para ser candidato pelo voto da comunidade de pais e professores, os candidatos a diretores precisavam, além de rigorosa titulação – o que já elimina muitos apadrinhados e próximos de participarem de uma prova deste tipo; já com a nota mínima de seis, elimina-se outros tantos. Ambas exigências, todavia, traduzem-se em mérito e conhecimentos, principalmente daqueles que não precisam se humilhar a políticos para serem reconhecidos como competentes no seu ambiente de trabalho. A Furb, paga com dinheiro dos impostos dos gasparenses, encarregou-se das provas. E o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar – Sintraspug – foi levado à comissão de provas e escolhas para supervisionar e dar legitimidade a tudo isso. Ou seja, os queixosos deveriam estar lá no Sindicato exigindo que ele cumpra a parte dele, que é a defesa do servidor público nas regras da escolha.

Retomo pela segunda vez.

Agora cumprir ao que estava no pé da letra da regra de escolha, não foi possível por Kleber e Emerson para todos. E aí a razão do barulho e desgaste. No CDI Emília Theiss, por exemplo, foi nomeada que nem passou no tal concurso. Joga o concurso fora, então! Ou, de forma clara, para dissipar constrangimentos até para quem ganhou no canetaço esta parada com cheio de politicagem, diz-se à sociedade, pais e professores, a razão pela qual descartou na cara dura quem passou por toda a burocrata escolha que se criou. Simples assim!

É que a regra do jogo, publicada, conhecida, dizia que os “candidatos aprovados na prova apresentariam à comunidade escolar um plano de gestão para aprovação em Assembleia, por meio de voto secreto, tendo cada seguimento representado, peso proporcional aos seus votos conforme dispostos na portaria 7.543, da secretaria de Educação.  A partir de agora a comunidade pode escolher o que for melhor para a sua realidade e temos certeza de que conseguiremos juntamente com a comunidade escolher os melhores nomes para direção das unidades“, acentuou a nota marqueteira da prefeitura para ser publicada compulsoriamente na imprensa e que nada questionou até agora sobre o assunto. E nem fará. E por motivos sobejamente conhecidos.

Encurtando tudo. Não foi isso que aconteceu de cabo a rabo Apareceu a lista dos exonerados e dispensados. E entre os que foram eleitos, nem todos foram nomeados pelos méritos das provas, da titulação e do plano de trabalho aprovado. E nenhuma explicação pela exclusão foi dada publicamente.

E se era um processo democrático, a transparência vem antes, ou no mínimo, é parte do processo. E não com quem foi excluído, mas com que acreditou no processo, quem participou na escola com o comunidade e seu entorno. Daí o barulho, mesmo sabendo que o prefeito tem o poder discricionário de nomear quem lhe apetece, apesar de se ter gasto tempo, saliva, dinheiro dos impostos dos gasparenses para fazer uma escolha, supostamente por méritos, inclusão e exercício “democrática” pela escolha dos mais habilitados que se sujeitaram ao rito criado pela própria prefeitura e a secretaria de Educação.

No fundo, os que reclamam são os mesmos que estão quietos há muito tempo com aquilo que julgam invasivo e supostamente errado. Alguns deles, implantaram ou ficaram em silêncio quando coisas do tipo de não comemorar o Dia dos Pais, o Dia das Mães, a Páscoa e o encerramento do ano letivo com motivos natalinos, por simplesmente gerarem suposto constrangimento a uma minoria com reais problemas afetivos, compreensão e exclusão. Ao invés se estabelecer na pedagogia da inclusão, preferiram o caminho mais fácil: relativizar, ignorar, politizar, ideologizar na pedagogia e até excluir, por isso, uma clara maioria com uma ancestralidade cultural e com identidades que ser quer mudar na marra.

O que está declarada, na verdade é uma guerra santa num ambiente de conhecimento e mais do que isso, o que já está em disputa é a corrida eleitoral de 2024, usando a ocupação das diretorias das escolas e CDIs como pano de fundo. Pensa-se em votos, como se este tipo de ação pudesse realmente produzir resultados eleitorais e não mais desgastes ao governante de plantão. “Çábios”!

Tanto que o vereador Dionisio Luiz Bertoldi, PT, já está na praça com um meme: “você sabia que o prefeito Kleber não respeito a democracia, não respeitou a votação da comunidade, não respeitou a maior nota de qualificação, não respeitou a maior graduação?”.

Quem quiser saber o resultado deste processo e confrontar com o que o prefeito Kleber e seu secretário da Educação decidiram basta acessar https://concursos.furb.br/informacoes/232/ e concluir:

FURBProcesso de Qualificação. Prefeitura Municipal de Gaspar – Processo de Qualificação – Diretor Escolar. Inscrições de 11/10/2022 a 25/10/2022concursos.furb.br

TRAPICHE

Outra amostra de enrolação. Em julho, para diminuir à pressão que a cidade fazia, incluindo os micros e pequenos empresários, para a abertura de mais vagas de creche na Capital Nacional da Moda Infantil -0 que depende de mão-de-obra barata e principalmente para o período integral delas nas creches, “montou-se”, ou destampou-se a chaleira. “Formou-se” uma comissão especial na Câmara para “estudar” o assunto. Depois de tanto tempo, acabam de concluir que é complexo resolver o que precisa de solução urgente e de há muito.

Ou seja, teremos mais um ano de dificuldades, falta de vagas para quase todos, a não ser que se pertença ao governo – como já se denunciou na própria Câmara que além de ter vagas em creches , usa-se o período integral – cujas mitigações só virão as vésperas das eleições municipais de 2024.

Mas, o que esperar de uma comissão que entre outros, foi presidida pela vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB? Ela como ex-secretária de Educação do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi a que fez “multiplicar vagas nos CDIs, tirando o turno integral pelo meio período num acerto com o Ministério Público Estadual? Ainda estavam na comissão, a suplente Rafaele Vancini, MDB, do mesmo time de Zilma na secretaria de Educação e que criou o tal meio período, além de Cleverson Ferreira dos Santos, PP, o solucionador que não soluciona e Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que nada contestou.

O que esta comissão concluiu, segundo um xoxo press release que a Câmara distribuiu para dizer que encerrou os seus trabalhos? ” Que agora há mais clareza e informações sobre o tema, que vai permitir encontrar soluções e entender as dificuldades“. Cumuéqueé? Até então, todos estavam embrulhados em um problema, incluindo uma ex-secretária de Educação, uma técnica da mesma secretaria e que viraram políticas com mandato na Câmara? Só de julho para cá, seja na secretaria ou na Câmara, possuem mais clareza do problema enquanto os cidadãos estão excluídos deste direito?

Este relatório deveria ter apontado para as falhas, para possíveis parcerias, para as necessárias emergências, para as possíveis inovações, para as soluções de curto e médio prazo a favor de trabalhadoras, trabalhadores e desempregados – todos eleitores e eleitoras dessa gente – à procura de empregos e que não têm onde deixar seus filhos para serem orientados, educados (no senso da pedagogia) e até alimentados, como parte da política governamental para com a sociedade mais vulnerável – e que não é pouca por aqui.

Este relatório virou um mero bla-blá-blá. A primeira linha do press release deveria conter um link público da própria Câmara de Vereadores, como parte da transparência dela, da comissão e do trabalho que ela supostamente fez para contribuir na solução de grave problema social educacional que se estabeleceu em Gaspar nos últimos 15 anos e se agravou sob a gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Qual é mesmo o posicionamento da Ampe, a qual queria estar envolvida neste estudo? Acorda, Gaspar!

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2 comentários em “KLEBER FAZ ELEIÇÕES, PROVAS E AO FINAL ESCOLHE QUEM ELE QUIS PARA A DIREÇÃO DAS ESCOLAS E CDIs; APELIDA TUDO ISSO DE “GESTÃO DEMOCRÁTICA””

  1. QUE TAL CORTAR OS GASTOS? por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    PEC pra cá, PEC pra lá, orçamento secreto, emendas do relator, teto de gastos. Desde o início de novembro, o debate nacional está tomado por uma algaravia que se resume a três palavras: como gastar mais.

    Cada despesa com o dinheiro da Viúva tem defensores capazes de justificar suas propostas. Quase sempre, falam em nome dos fracos e dos oprimidos. Não apareceu uma única voz propondo cortar gastos, como se o problema do Orçamento estivesse no andar de baixo.

    Começando pelo topo, imagine-se uma reunião dos seis ex-presidentes, incluindo Jair Bolsonaro. Todos podem defender gastos, pelas mais altas razões. Falta dizer que eles custam à Viúva pelo menos R$ 5,76 milhões por mês. Tudo de acordo com a lei. Nessa estatística do Portal da Presidência, incluem-se o custeio de equipes, diárias de hotel, passagens e combustível. Ela não tabula aposentadorias e benefícios legalmente acumulados. Nela, o teto fica com Lula (R$ 129.700) e o piso com José Sarney (R$ 76.600).

    No andar de cima do serviço público há de tudo. No primeiro semestre deste ano, pelo menos 353 juízes ganharam mais de R$ 100 mil num mês. Três receberam de R$ 432 mil a R$ 700 mil. Uma magistrada recebeu R$ 733 mil em abril. Teve general acumulando os vencimentos de militar (R$ 32 mil) com os de cargo civil (R$ 31 mil). No Superior Tribunal Militar, 22 viagens do seu presidente custaram R$ 235 mil. Tem ministro do Tribunal de Contas que custa mais com suas viagens (R$ 43.517 entre 25 de fevereiro e 14 de março) do que com os vencimentos (R$ 37.300 brutos). Três generais palacianos receberam num ano até R$ 350 mil acima do teto do serviço público. Em 12 meses, um deles recebeu R$ 874 mil brutos.

    Furam-se tetos, tanto o do limite geral de gastos à custa da bolsa da Viúva, como de embolsos individuais. Tudo dentro da lei.

    O que surpreende na má qualidade do debate é que existem dezenas de propostas para gastar mais, sem que tenha aparecido uma só ideia para gastar menos. É uma lógica que vai bem nos Emirados Árabes, mas não faz sentido em Pindorama. Aqui, gasta-se mais em nome dos pobres sem mexer nas excentricidades praticadas no andar de cima. Todo mundo é contra a desigualdade, desde que não se toque no seu pirão. Nenhuma das emendas do relator economizava um só centavo, só gastavam.

    Pode-se argumentar que, com a magnitude do Orçamento, um corte aqui e outro ali não fazem diferença. Tudo bem, mas servem de exemplo, demonstram intenção. Até porque as arcas da Viúva não podem ser as únicas onde é impossível cortar alguma coisa. Afinal, custos são como as unhas: se não cortar, crescem.

    Eleito por um arco de defensores da democracia, Lula apresenta-se como encarnação de uma frente de partidos. No arco democrático estava o economista Pedro Malan. Na frente de partidos está o de sempre.

    Faz tempo, botaram um aumento no contracheque do brigadeiro Eduardo Gomes, patrono da Força Aérea, duas vezes derrotado na disputa pela Presidência da República. Sem ter outra fonte de renda além do soldo, morava bem na Praia do Flamengo. Vivia só. Quando lhe deram um dinheiro que era legal, mas a seu ver impróprio, sem dizer uma palavra, fazia cheques mensais para os pobres de Petrópolis e para missões religiosas.

  2. ONDA DE REAJUSTES AO FUNCIONALISMO JÁ MARCA O NOVO GOVERNO, editorial do jornal O Globo

    Não bastasse o impacto fiscal resultante da intenção de recuperar gastos sociais, o novo governo Luiz Inácio Lula da Silva promete começar com a marca das gestões petistas no passado: aumentos indiscriminados ao funcionalismo, sem preocupação com o efeito nas contas públicas. Já está a todo vapor a gigantesca engrenagem de reajustes em cascata, posta em marcha pelos aumentos de parlamentares, governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    A aprovação, pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), do reajuste de 50% (para R$ 34.600) no salário de Tarcísio de Freitas, governador eleito do estado, deflagrou uma onda de aumentos nos Executivos estaduais. Ao mesmo tempo, o STF encaminhou ao Congresso proposta de reajuste de 18% no salário dos ministros da Corte (para R$ 46.300, em quatro parcelas até 2024). Na sessão de ontem, a Câmara aprovou aumentos para diversas categorias, inclusive o presidente, ministros e os próprios parlamentares.

    A partir do Palácio dos Bandeirantes encapelou-se a onda de reajustes nos estados. O aumento salarial de Tarcísio foi aplaudido por policiais, auditores fiscais, procuradores, professores universitários e outras carreiras no topo do funcionalismo estadual. Como o teto é o salário do governador, elevá-lo facilita a reivindicação dos servidores.

    O aumento de Tarcísio puxou a fila de reajustes na Bahia, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina — e mais estados certamente entrarão na corrida por dar aumentos salariais ao governador. A Assembleia Legislativa baiana praticamente repetiu o que foi aprovado na Alesp: elevou em 49% o salário do futuro governador, Jerônimo Rodrigues (PT), para R$ 35 mil. Pelo menos, até agora ninguém imitou a Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que se prepara para aumentar em 125% o salário do futuro governador, Jorginho Mello (PL) — para R$ 33.700. Tal reajuste abre espaço a despesas que seriam explosivas aos cofres catarinenses.

    Já houve nos estados uma onda de reajustes neste ano, cujo impacto fiscal é estimado em R$ 30 bilhões. Não custa lembrar que, apesar da melhora recente nos indicadores fiscais como resultado do congelamento salarial durante a pandemia, pelo menos seis estados ainda mantinham em 2021 gastos com pessoal acima dos limites recomendados pelo Tesouro. Os reajustes em série decerto nada contribuem para melhorar a situação em 2022.

    Ainda mais preocupantes são as pressões do Judiciário e do Ministério Público. Os proventos de ministros do STF, além de serem o teto do funcionalismo federal, definem quanto ganha a elite do funcionalismo, formada por procuradores e juízes sempre ciosos em garantir os privilégios que os põem entre os 2% de maior renda no Brasil.

    É verdade que os salários federais, congelados desde a pandemia, estão defasados. Mas, enquanto o topo do funcionalismo obtém reajustes em cascata, o Congresso se omite na aprovação da reforma administrativa, que disciplinaria a gestão de pessoal, extinguindo privilégios e abrindo recursos a um plano sensato de recomposição salarial para a base do funcionalismo. Nem mesmo projetos óbvios, como a limitação dos supersalários que extrapolam o teto constitucional, têm avançado, tamanha a força do lobby das corporações do funcionalismo no Congresso. O contribuinte está ao léu, sem ter a quem recorrer.

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