PARA QUE TANTA GENTE VIVA PARA CUIDAR DE GENTE MORTA?

Não é de hoje que algo tão simples como cemitérios se tornou um problema em Gaspar. A burocracia e as “surpresas” de última hora incomodam quem precisa deles na emergência e no pior momento emocional de suas vidas. 

No passado já tivemos três empresas e que na verdade eram uma só, a explorar este lucrativo negócio. Quando o Ministério Público entrou na parada, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, teve que se virar nos trinta e reordenar – a contragosto, diga-se – este negócio por aqui.  Um bafafá. O tempo passa, o tempo voa, e tudo parece que está ficando igual ao que se tinha antes. Não tem jeito!

Mas, este assunto é para outro dia.

Agora, vou escrever sobre aquilo que está na vista de todos. O primeiro deles é que se avisa a todo instante para a cidade de que os nossos dois cemitérios municipais estão ficando lotados. O do Santa Teresinha, o principal e que alguns dizem ser o do “Centro” é o mais preocupante. Até, alternativamente, já estão fazendo “prédios” chamados “gaveteiros”. Uma obra de quase R$1 milhão do nosso dinheiro para 80 gavetas.

O cemitério do Barracão, caminha para a mesma superocupação.

A pergunta simples é: por que a prefeitura, a moderna, a que vive se exibindo nas redes sociais o dia inteiro em reuniões de planejamento, tem que ter, manter e controlar cemitérios e se desesperar por suposta falta de vagas neles, agora e no futuro bem próximo? Qual, afinal a prioridade da gestão? Criar meios e oportunidades para os vivos, oferecer creche, educação, saúde, assistência social, abrir caminhos de mobilidade, fazer obras e dar manutenção mínima ao que já se fez ou criar espaços para covas?

Não seria mais prático, econômico e atual, fazer uma lei, licitar e terceirizar por concessão este serviço?

Hoje, quem tem dinheiro, quem está inserido numa suposta na modernidade, vai a Balneário Camboriú, ou Blumenau, e faz a cremação dos seus familiares mortos, e na maioria dos casos, nem precisa usar o cemitério. Quem não tem esta condição financeira, é obrigado a uma via crucis entre políticos para conseguir uma cova numa tramitação burocrática, a qual tudo piora drasticamente quando se dá num final de semana, num feriado etc e tal. 

O mesmo drama acontece com gente, que podendo financeiramente optar pela cremação longe daqui, prefere o “repouso” do ente querido em um dito “campo” santo. Afinal, “és pó [da terra) e ao pó retornarás” (Genesis 3,19).

O segundo ponto e principal, é por que tanta gente para servir e cuidar tão mal de cemitérios superlotados? No cemitério do Santa Terezinha há três funcionários numa sala tão pequena que quase não é possível receber quem queira informações e ajuda. E para completar, há oito funcionários efetivos e terceirizados responsáveis pela limpeza, manutenção e sepultamentos. Isso quando, não ganham reforços da própria secretaria de Obras e Serviços Urbanos, ou de empresas terceirizadas, para os ditos mutirões.

Aliás, “limpeza” é algo que vira e mexe está nas manchetes das redes sociais como algo que deixa muito a desejar no cemitérios daqui, principalmente o do Santa Terezinha. A manutenção igualmente, com fotos mostrando, inclusive, vandalismo. Sobre sepultamento há até história, de que muito recentemente se cavou a cova e o caixão não coube nele, para o constrangimento dos que foram lá fazer a derradeira despedida do familiar e amigo para ser retornar ao pó, de onde todos nós, segundo os escritos sagrados do cristianismo, viemos e retornaremos.

Esse cabideiro de empregos começa pelas indicações políticas e aí reside à resistência dos políticos, que tanto falam de modernidade, em modernizar, tirar penduricalhos e se concentrar no essencial para a cidade, cidadãos e cidadãs. Então, permitir que um terceiro gerencie o que já está ai, ou então, que alguém venha criar um novo cemitério, é algo doído para os políticos e de todos os matizes, pois eles enxergam empreguismos para os seus.

Um exemplo é o ex-vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB. Ele perdeu a reeleição, mas não o emprego publico. Começou no cemitério. Agora, está na Fundação Municipal de Esporte e Lazer. O lugar certo.  Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Sem currículo fora do ambiente político, candidato agora diz que nasceu em uma família pobre. Ou seja, ratifica que fez da política uma profissão e como tal está na praça, de novo, atrás de votos, festa, com o pires na mão e muita rede social para contar estórias.

Essa gente toda pratica a velha política, com roupagem emprestada, além de fantasiados de novos políticos. E os eleitores e eleitoras caindo na mesma lábia. Isso é que verdadeiramente impressiona.

Passando recibo I. Depois que a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa Santos, PP, em pré-campanha para deputada estadual pediu “creche” para idosos ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e diante do que se tem de realidade contra os idosos por aqui, a secretaria de Desassistência Social, correu para abrir inscrições no Centro de Convivência do Idoso de Gaspar, de oficinas para atrair, entreter e fazer funcionar o que já funcionou bem.

É a sinalização de que a “creche” ficará no discurso. E que o discurso – e o artigo que o expôs aqui – serviu ao menos para acordar de que é preciso correr atrás do prejuízo. Incrível!

Passando recibo II. Pois não é que ontem, a Associação das Micro e Pequenas Empresas de Gaspar e Ilhota, trouxe um designer, para expor e discutir ideias de se montar um “centro de comercialização da moda infantil” para a Capital Nacional da Moda Infantil. Ninguém sabe ver, comparar e compra isso por aqui. Nem na ExpoGaspar essa gente se apresentou. Preferiram bater palmas para os shows.

Tardiamente, começaram a se coçar e só depois de serem caçoados. Antes tarde, do que muito tarde.

Passando recibo III. E de volta à mesma ladainha. O Hospital de Gaspar – cujos donos ninguém sabe quem é – recentemente reconheceu que precisava de um atendimento mais humanizado quando teve que empregar lá a ex-secretária de Saúde. Agora, está “fazendo uma mudança de gestão” para focar no desperdício e aumentar a receita. 

Primeiro, estão lavando a minha alma, pois sempre reafirmaram que não havia problemas graves de gestão o que a cidade e os que vão lá precisados estão carecas de saber. Segundo, querem fazer isso, com gente que não sabe fazer isso, que usa o Hospital como uma entidade política sob intervenção política-administrativa da prefeitura de Gaspar. Impressionante. O cachorro correndo atrás do seu próprio rabo. E tudo documentado em fotos nas redes sociais e site da própria prefeitura. E a imprensa dando corda.

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