O BELCHIOR NÃO REELEGE VEREADORES? A HISTÓRIA DESMENTE FRANCIELE

Os 1.568 votos de Franciele Daiane Back, PSDB, os credenciaram pelo Regimento Interno da Câmara de Gaspar a ocupar a tribuna na sessão de posse neste Primeiro de Janeiro. Ela falou em nome dos demais eleitos.

E recomeçou mal.

Falou da sua saga como se fosse ela mais excepcional do que dos demais representados. Outra. Contou ao menos uma lorota: de que ela teria “ouvido” na campanha dos seus comunitários de que o “Distrito do Belchior não costuma reeleger seus vereadores”. Ou seja, de que ela, poderosa, teria derrubado mais uma escrita.

Franciele foi eleita pelo Distrito em 2016, aos 23 anos, a mais jovem, com 696 votos. Derrotou o seu ex-chefe (foi assessora parlamentar dele), professor Jaime Kirchner, MDB. Ou seja, o “deretor” dormia com o inimigo.

Franciele tem formação em jornalismo e vive fazendo proselitismo dessa condenada, perigosa e honrada profissão. Ela a quer como reserva de mercado aos apenas graduados como se isso fosse suficiente. No fundo, ela aplica uma censura seletiva.

E por quê? Como política, se o entrevistador lhe der voz e espaço aos seus interesses políticos e de poder, esta sua teoria sobre a reserva de mercado à profissão se desmancha instantaneamente. Se o interlocutor a desnuda nas suas incoerências, será qualificado como um “inimigo” a ser liquidado a qualquer preço e artimanhas.

Um dos princípios básicos do jornalismo e certamente da faculdade de Franciele é o de apurar fatos antes de transmiti-los. E neste quesito, a jornalista Franciele falhou e preferiu a mesmice: o discurso vago dos políticos, aos quais representou na solenidade de posse.

Generalizar para se tornar uma heroína é muito ruim. Vangloriar-se e até mesmo se esquecer dos seus cabos eleitorais é outra temeridade. Uma simples olhada à história política representativa do seu Distrito lhe faria bem como jornalista que diz ser, se se nega ser uma estadista na oportunidade que os votos lhe concederam para ocupar a tribuna.

Vou relembrar de cabeça os reeleitos. Alfonso Schmitt, quatro mandatos, vinha de bicicleta às sessões, fazia chuva e enchentes, em estrada de chão e mal iluminada. Isto é história. É memória.

O empresário Amadeu Mitterstein, bem como o músico e feirante Pedro Wahldrich (Dinho) também foram reeleitos, isto para não afirmar com bem menos população, o hoje Distrito do Belchior já elegeu mais de um vereador numa mesma legislatura. Na de1997/2000, por exemplo, foram Amadeu, Dinho e Jair Francisco Mannrich.

Franciele quis ser presidente da Câmara em 2018. A presunção a derrotou sem piedade. Quando viu a montanha de votos a seu favor em 15 de Novembro do ano passado, disse que isso lhe credenciaria automaticamente para ser presidente da Casa. A realidade do esquema de poder a tirou do páreo outra vez. Como consolo, está na vice, e sendo “avaliada” e “monitorada” para eventualmente ser presidente.

Neste Primeiro de Janeiro, Franciele reconheceu que errou no passado e confessou que aprendeu. Entretanto, perdeu a oportunidade. Devia mostrar que amadureceu, que vai trabalhar em equipe e incluir os que verdadeiramente se uniram para a expressiva votação dela.

O recado final do discurso de Franciele revelou mágoas, ou imaturidade, ou marketing político: “eu digo não ao político que dá jeitinho, que só aparece em ano de eleições, que joga para a torcida e só faz populismo. Eu prefiro perder a popularidade, nunca a credibilidade”.

E se este enunciado for para valer, Franciele está apoiando o governo errado. E vai ficar na estrada mais uma vez. Afinal, o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, é do jeitinho. É só olhar a nominata dos secretários que se anunciou na posse. Acorda, Gaspar!

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