Finalmente um comentário curto. E atrasado. Deveria ter sido postado ontem.
Quase seis meses depois de tomar posse, oito meses da vitória de seis de outubro do ano passado, além de um processo de transição caótico e uma gestão com o pior do mesmo, finalmente o governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, depois de perder os anéis, está conformado e vai entregar alguns dedos para pode gerenciar uma parte dos problemas da cidade e implantar as suas ideias com senso policial, mas sem confrontar o passado, como muitos dos seus eleitores e eleitoras que o sufragaram esmagadoramente com 52,98% dos votos válidos, esperavam.
Quando o “delegado prefeito” perdeu os anéis?
Não foi no atraso de meses na simples contração da roçada (foto acima). Mas, na escolha, ou na obrigação de engolir o seu vice de esquerda, o engenheiro multititulado Rodrigo Boeing Altoff, PL. Perdeu na transição feita com as concessões políticas e assessoramento externo exótico, achando que empossado, teria autonomia e daria um cavalo de pau como se tivesse ainda numa delegacia de polícia. Perdeu na formação do time de frente que sinalizaria para a cidade mudanças ao que propagou no palanque e com raras exceções, o time é cara daquilo que prometeu mudar, ou o eleitorado queria que ele mudasse.
No no atual governo ainda está o retrato de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, esplendorosamente derrotado nas urnas.
Quando o “delegado prefeito” começou a perder os dedos? A lista é longa e vão faltar dedos.
Na eleição do campeão de votos, Alexsandro Burnier, PL, para a presidência da Câmara. O “novo” governo caiu numa armadilha. Sabe-se, agora, como ela foi armada e como o prefeito foi passageiro neste processo. Até então, supostamente, o governo tinha uma bancada de seis votos e necessitava de um minerva para desempatar, o do presidente em casos cruciais. Com a eleição, de Alexsandro, o governo do “delegado prefeito” ficou em minoria sem dois votos na Câmara.
Perdeu no comportamento da sua própria bancada que pareceu ser juvenil e de oposição. Ela não percebeu que era governo. Que estava em dificuldades reais. Perdeu, na provocação e resposta de suposta independência de Thimoti Thiago Deschamps, do União Brasil, o vereador de confiança do vice Rodrigo. Perdeu quando inventou a cortina de fumaça da CPI do capim seco para atrasar e favorecer com isso os implicados do governo passado, em algo já apurado pela Polícia Especializada em Corrupção de Blumenau. Perdeu quando valorizou a fofoca dentro do próprio gabinete em detrimento de técnicos e profissionais.
Resultado?
Quem voltou à cena e comanda os bastidores? O PP. Ele já estava instalado na campanha e na nomeação do chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen. Ele já teve esta função no início do governo de Kleber e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Agora, quem tem voz ativa é o mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP. Com ele, no pacote, veio Mara Lucia Xavier da Costa dos Santos. No mesmo sentido, alegando que está no MDB que apoia o governador Jorginho Melo, PL, o presidente do MDB de Gaspar, vereador Ciro André Quintino, também resolveu aderir com discrição a Bancada iô iô sob o comando de Melato. Ou seja, no pacote de Ciro, veio Carlos Francisco Bornhausen.
Noves fora: os quatro votos têm um preço: os dedos do “delegado prefeito”, devidamente enquadrado diante de tantos erros táticos que cometeu por inexperiência, mal assessorado no aspecto ingênuo o da má intenção. Ou seja, nada vai mudar. Os que sempre mandaram em Gaspar por décadas continuam na boleia. Muda, Gaspar!
TRAPICHE
É esperada para esta semana mais uma “exoneração a pedido” no governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich e do engenheiro multititulado Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL. A secretária de Planejamento Territorial, Ana Paula Lapolli Isensee, trazida de Blumenau como a “solução de um novo tempo”, está sob bombardeio implacável e sem sentido, maior do que a Rússia faz contra a Ucrânia.
Só para lembrar: Ivan Burgonovo, também vindo de Blumenau e pelas mesmas razões, já saiu da superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que é ligada à secretaria de Planejamento Territorial. Não aguentou as pressões dos empresários, empreendedores e investidores para resolver fora da legislação, coisas que estão pendente, ou por falta de um Plano Diretor atualizado. Oficialmente, o governo nega. Mas, tudo ferve e vaza, como em chaleira fervendo. E pelos que estão desesperados e contrariados a procura de soluções bem particulares que o antigo governo arrumou na confusão ou que prometeu resolver, não resolveu ou até piorou.
Até o Núcleo de Engenheiros da Associação das Médias e Pequenas Empresa entrou na parada para a derrubada de Ana Paula Lapolli Isensee. O Núcleo não explicitou, mas trabalha pelo nome do vice Rodrigo Boeing Althoff, PL, que já ocupou esta função tempo do ex-prefeito petista, Pedro Celso Zuchi, quando o PV de Rodrigo fazia parte da coligação com o PT. Há resistências dentro do governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, que já viu seu vice ocupando espaços como se prefeito fosse.
Mas, este pode ser um acordão para não perder um vereador da base e se tornar ainda mais dependente de José Hilário Melato PP e Ciro André Quintino, MDB, além de não deixar, sorrateiramente o vice, ser o fogo amigo e concorrente, mesmo ele estando no PL, ou no Republicanos, que deverá ser o seu destino que alinhava nos bastidores com o deputado Federal Jorge Goetten. É um nó, que só um governo tropeçando nas próprias pernas criou. Neste caso, qualquer ajuste,ou resultado terá que passar por Melato ou Ciro. Nem mais, nem menos. O mesmo PP e MDB que fez Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brik, PP, serem rejeitados nas urnas.
O dedo de José Hilário Melato, PP, nesta área, apareceu e ele não fez questão nenhuma de esconder isto na última sessão. Foi na aprovação rápida e unânime do Projeto de Lei 25/2025, que permutou áreas de terras no Distrito Industrial do Gaspar Mirim e pertencentes a Altosul Indústria de Equipamentos. Este assunto, que Melato qualificou de antigo, necessário e urgente, não foi tratado na secretaria de Planejamento Territorial como poderia se pressupor, mas na procuradoria geral do município.
Não é a toa que o suplente de vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, trata José Hilário Melato, de líder de fato do governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, e a líder de direito do governo, Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, diminuiu o ímpeto e faz ouvidos de mouco. “Ô vereador. O senhor sabe que eu trabalho pela cidade. E no governo do seu prefeito [Pedro Celso Zuchi, PT] o senhor sabe que eu também fui convidado para ser líder. E fiquei na minha”, esclareceu Melato à insinuação de adaptação de Melato que fez Dalsochio esbanjar ironias. Constrangida Alyne só assistiu às farpas.
O tamanho da lentidão e mesmice. Quase seis meses de governo, nenhuma prestação de contas e novo rumo para o Hospital de Gaspar sob intervenção municipal. Ele continua sendo um saco sem fundos de recursos públicos e de graves desgastes da imagem do atual governo nas redes sociais, por quem o procura em desespero para socorro, esperança e cura.
E para completar: o governo atual governo de Gaspar está há quase dois meses sem o titular da área de comunicação. Espalhou-se por aí que a arapongagem, interferência de quem não entende do assunto e a fofoca são prevalentes em área tão crucial, estratégica e necessária nos dias de hoje para a imagem de gestores e governo. E a imagem da semana fica para o troféu cachaça. Estas são as escolhas do atual governo. Muda, Gaspar!
20 comentários em “DEPOIS DA “BANCADA DO AMÉM” QUE FOI INCONDICIONAL NO SEGUNDO MANDATO DE KLEBER, VEM AÍ A “BANCADA IÔ-IÔ” COM PP e PARTE DO MDB. ELA VAI DAR “ESTABILIDADE INSTÁVEL DE RESULTADOS” NA CÂMARA AO “DELEGADO PREFEITO” PAULO”
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Referente a Publicação: ANÉIS E DEDOS – REFLEXÕES SOBRE O GOVERNO E A POLÍTICA DE GASPAR do Dr AurÉlio Marcos de Souza.
Parabéns, Dr Aurélio Marcos de Souza pela publicação. Vencer uma eleição é somatória de ter bons Candidatos, boas propostas e acima de tudo credibilidade. Agora conseguir Governar é muito diferente, pois muitas vezes os sonhos apresentados na Campanha não se realizam ou pior viram pesadelos. Montar um Colegiado forte e comprometido, acima de tudo, tendo iniciativa, determinação e visão administrativa. Lembrar sempre que quem manda no Município é a Câmara Municipal de Vereadores, pois sem aprovação do PPA, LDO e a LOA nada acontece. Por fim Administração Pública não existe para resolver e ou atender os Amigos do Rei. Por isso eu reafirmo, votei no atual Prefeito Paulo Koerich, pois vejo nele a Coragem necessária para GASPAR CITY se desenvolver. Sempre lembrando da LIMPE ( legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
Agora quem estiver na sua Equipe, caso não esteja correspondendo, faça um grande favor ao Contribuinte, que é o verdadeiro dono do dinheiro público, peça para sair. Gaspar não pode mais esperar, crescimento já!
Adilson Luis Schmitt
Ex Prefeito de Gaspar
NÃO DEIXE A CORTE MORRER, NÃO DEIXE O STF ACABAR, por Conrado Hübner Mendes, no jornal Folha de S. Paulo
Luís Roberto Barroso é dotado de altas habilidades. Simpático, inteligente e cosmopolita, frequenta palcos internacionais como nenhum ministro do STF. Professor e autor, ensinou a mim e a gerações de estudantes a valorizar a Constituição de 1988.
Não temos por que duvidar de suas boas intenções, tão hiperbólicas quanto seus equívocos.
Barroso foi filmado em jantar beneficente na casa do presidente do IFood. Abraçados, cantavam Alcione e Tom Jobim. Nada muito novo em relação ao hábito de confraternizar socialmente, não só de recepcionar institucionalmente, a cúpula do poder corporativo e político. Quase todos os ministros praticam, mas sempre foi e sempre será ilícito ético. Hábito degradante para a autoridade da corte.
A justificativa era fazer captação de recursos privados para concessão de bolsas de estudos a candidatos negros em concursos da magistratura. Boa causa, mas note a configuração política de fundo. Um vício de meios, não de fins.
O tribunal resolve se engajar em campanha de arrecadação filantrópica. O “fundraising” é personalizado pelo presidente. Sugere falta de orçamento para bolsas. Terceiriza uma política pública. Não parece faltar orçamento para voos da FAB e outros gastos inovadores. Escolhas estranhas. Não sabemos mais por déficit de transparência.
Podemos admirar ministro que cultiva cultura, samba e festa. Mas não avacalhação e espalhafato: na casa de CEO de empresa interessada na precarização do trabalho que o STF ajudou a aprofundar, o ministro cria explosão de sabores de conflito de interesses.
Não é crítica moralista a estilo de vida ou a gosto duvidoso. Não é preconceito contra empresários. Não é divergência ideológica. É beabá universal de ética judicial em democracias.
Nenhum outro colegiado do STF teve essa ousadia anti-institucional. O não constrangimento em aplicar choques imoralistas à esfera pública mostra incompreensão sobre decoro e rituais de imparcialidade. Nenhum código de ética no mundo permite.
A cartilha da bajulação a ministros tem chamado crítica educada de “ataque à democracia”. Induz confusão maliciosa com a ambição extremista de “fechar o STF”. Recorrer a bajuladores de sempre não vai ajudar.
A crítica é grito de amigos do STF em sua defesa. Não está pensando em honorários. Apela por sobrevivência constitucional. Alerta que a descompostura implode a legitimidade da corte por dentro, serviço gratuito prestado à causa bolsonarista.
Se ministro virou pauta de coluna social, não é por fetiche com magistrados. A irresponsabilidade no manejo da dinamite que têm nas mãos choca pela falta de noção do perigo. Nessa autoimolação orgulhosa, vai se tornando fonte de incredulidade e escárnio. Escárnio indica que recursos de legitimidade evaporaram. Lição de Maquiavel.
O aviso amigo não espera só autocrítica, mas outra conduta. Quer o melhor STF possível para dar conta de guardar a Constituição numa sociedade brutal. Não vai funcionar sem decência pública.
Significa proteger grupos vulneráveis contra abuso de poder político, social e econômico. Significa promover a liberdade daqueles não convidados para cantar. Não a liberdade dos mais fortes, que tem outro nome.
“A incultura é problema difícil de sanar no Brasil”, ele responde.
Tá legal, mas cadê o argumento? Não despreze amigos tanto assim.
As polícias estaduais são contra, porque muitas das apurações feitas ou em curso dão conta que elas são parte do problema, seja por falta de inteligência, seja por sofrerem influência direta da política e poder de plantão local, seja por falta de estrutura, quando não são parte ativa, ou quando dão suporte aos bandos, quadrilhas e facções. Simples assim.
PRESSÃO CONTRA AMPLIAÇÃO DOS PODERES DA PF FAVORECE O CRIME ORGANIZADO
É nefasta a pressão das polícias civis contra a ampliação dos poderes da Polícia Federal (PF) prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. Representantes das forças policiais criticam a intenção de a PF passar a investigar crimes hoje sob responsabilidade da Polícia Civil. Mas a realidade demonstra que o arranjo atual não tem funcionado. O crime organizado segue crescendo. Sem as mudanças da PEC, a PF continuará com poder limitado de enfrentar milícias e facções criminosas. A ampliação de suas atribuições está apoiada em justificativas sólidas.
Em qualquer lugar do mundo, a impunidade é uma das maiores aliadas do crime organizado. Nesse quesito, o desempenho brasileiro é sofrível. Na Bahia, apenas 15% dos homicídios são esclarecidos pela Polícia Civil. No Piauí, 22%, e no Rio 25%, segundo dados do Instituto Sou da Paz. A taxa de esclarecimento em todo o país, 39%, está muito abaixo da média global, 63%. Violência, homicídios, investigação policial deficiente e crime organizado estão interligados. O medo de perda de poder despertado pela PEC em policiais civis é infundado. Com níveis tão baixos de esclarecimento de homicídios, é evidente que há trabalho para todos.
Eleição após eleição, governadores investem pouco ou nada em equipamentos e treinamento das polícias civis e raramente cobram resultados. A corrupção policial incentiva a vista grossa, e a lentidão do Judiciário beneficia os criminosos. Num cenário em que todos esses problemas tivessem sido resolvidos, a Polícia Civil ainda estaria em desvantagem, pois atua apenas dentro dos limites do estado.
Só a PF tem condição de enfrentar organizações criminosas espalhadas por todo o país e também além das fronteiras. Foram os federais que desvendaram a corrupção de policiais de São Paulo por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante investigação sobre o assassinato de um informante no aeroporto de Guarulhos no ano passado. A PF também tem adquirido capacidade cada vez maior em investigações financeiras, necessárias para asfixiar o crime (nesta semana, deflagrou operação para combater pirâmides e lavagem de dinheiro por meio de criptoativos).
Lideranças do agronegócio também têm criticado a intenção de conceder à PF maiores poderes de investigar infrações penais contra o meio ambiente. Argumentam que polícias militares e Ibama já têm poder de fiscalizar propriedades rurais. Mas a devastação e o desmatamento também vicejam num ambiente de impunidade. Basta lembrar a proliferação de incêndios criminosos que raramente são esclarecidos ou punidos.
Caso o Congresso aprove a ampliação das atribuições da PF, será inescapável aumentar seu quadro de pessoal. Mas, apesar do custo, o país precisa de uma corporação com capacidade técnica e amplo alcance para combater o crime organizado.
É PRECISO DAR UM BASTA À SANHA ARRECADATÓRIA, editorial do jornal O Globo
É oportuno e certeiro o manifesto de entidades empresariais defendendo o cancelamento do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), definido pelo governo federal na semana passada. Incapaz de promover um programa confiável de controle de gastos, pressionado pelo crescimento das despesas — em especial as previdenciárias, vinculadas ao crescimento real do salário mínimo — e cioso de despejar recursos públicos em seus projetos de estimação, mais uma vez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para cima do bolso do contribuinte. Para tapar o rombo que se vislumbra no Orçamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aumentou o IOF em várias operações, inclusive empréstimos e câmbio. Tal medida inibe a tomada de crédito, desestimula investimentos e inevitavelmente acarretará repasse aos preços, com impacto na inflação. Diante da taxa de juros já nas alturas — 14,75% —, o setor produtivo decidiu dar um basta à sanha arrecadatória.
O manifesto descreve de forma didática o impacto da alta do IOF. “Com as medidas, os custos das empresas e dos negócios com operações de crédito, câmbio e seguros serão elevados em R$ 19,5 bilhões apenas no que resta do ano de 2025”, afirma o documento. “Para 2026, o aumento de custo chega a R$ 39 bilhões.” A maior tributação sobre o câmbio tem impacto negativo na importação de insumos e máquinas imprescindíveis ao bom funcionamento e à modernização do parque produtivo. A medida também aumenta “a carga tributária do IOF sobre empréstimos para empresas em mais de 110% ao ano”, dizem os empresários.
Assinam o manifesto representantes de praticamente todos os setores que geram riqueza no país: Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) e Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). As entidades exigem que o Congresso invalide o decreto do Executivo. Seria mesmo uma medida acertada. Como menciona o manifesto, o Brasil tem uma das cargas tributárias mais altas do mundo. Se o governo precisa de recursos para cumprir a meta fiscal com que se comprometeu, o caminho recomendável é outro: um programa robusto de corte de gastos, tanto do Executivo quanto do Legislativo — a começar pelas bilionárias emendas parlamentares.
Pressionado, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), prometeu discutir a revogação do decreto em reunião com líderes partidários. O país, disse ele, “não precisa de mais imposto”. Nos próximos dias, ficará claro se Motta convocará mesmo uma votação para descartar o aumento descabido do IOF. Os parlamentares deveriam aproveitar e anunciar cortes nas emendas parlamentares, uma aberração no Orçamento da União sem paralelo no mundo. Juntas, as duas medidas mostrariam um Congresso comprometido com o equilíbrio das contas públicas e o crescimento sustentado da economia.
Os signatários do manifesto lembram que o Brasil precisa de “um ambiente melhor para crescer — e isso se faz com aumento de arrecadação baseado no crescimento da economia, não com mais impostos”. Concluem o texto com um chamado: “É hora de respeitar o contribuinte”. Na verdade, já passou da hora.
ANÉIS E DEDOS: REFLEXÕES SOBRE O GOVERNO E A POLÍTICA EM GASPAR, por Aurélio Marcos de Souza, advogado, ex-procurador geral do município de Gaspar (2005/08), graduado em Gestão Pública, pela Udesc. Este artigo, originalmente foi publicado nas redes sociais do autor.
Inspirado no texto “DEPOIS DA “BANCADA DO AMEM” QUE FOI INCONDICIONAL NO SEGUNDO MANDATO DE KLEBER, VEM AÍ A “BANCADA IÔ- IÔ” COM PP E PARTE DO MDB. ELA VAI DAR “ESTABILIDADE INSTÁVEL DE RESULTADOS” NA CÂMARA AO “DELEGADO PREFEITO” PAULO”, publicado por Herculano Domício em 27 de maio de 2025
Primeira observação, que todo mundo em Gaspar JURA DE PÉ JUNTO que não lê o Herculano Domício. É quase uma tradição local: negar, com convicção, que acompanha as colunas dele — mas, curiosamente, todo mundo sempre sabe o que ele escreveu. Eu mesmo já repeti essa ladainha algumas vezes. Mas a verdade é que li, sim. LEIO, porque, goste-se ou não do estilo dele, GASPAR ANDA CARENTE DE JORNALISMO POLÍTICO DE VERDADE, CRÍTICO, INVESTIGATIVO. E o texto “DEPOIS DA “BANCADA DO AMEM” QUE FOI INCONDICIONAL NO SEGUNDO MANDATO DE KLEBER, VEM AÍ A “BANCADA IÔ- IÔ” COM PP E PARTE DO MDB. ELA VAI DAR “ESTABILIDADE INSTÁVEL DE RESULTADOS” NA CÂMARA AO “DELEGADO PREFEITO” PAULO” me pegou. Não dava pra passar batido.
A verdade é que o governo que prometeu mudanças rápidas e eficientes, com um estilo firme e determinado, hoje se vê com as mãos atadas. A cidade esperava que ele agisse com autonomia e coragem para enfrentar os velhos problemas e quebrar as velhas práticas. Mas a realidade política é outra. O que temos agora é um governo que precisou abrir mão de parte do controle para conseguir governar — uma coalizão política que, na prática, exige concessões constantes.
Quem já tentou montar um quebra-cabeça sabe que algumas peças não encaixam do jeito que a gente gostaria — e é isso que está acontecendo. O prefeito, que foi eleito com uma votação expressiva, está tendo que negociar e ceder espaços para outras forças políticas que não compartilham da mesma agenda de mudanças. Isso porque, no poder, a política não é um jogo de um contra todos, mas sim de muitos contra muitos, com alianças e interesses diversos.
Essa coalizão que se formou na Câmara e nos bastidores exige que o governo faça escolhas difíceis. Para aprovar projetos, é preciso apoio. E esse apoio tem seu preço — às vezes, a entrega de cargos, a adequação das propostas, ou mesmo o silêncio diante de certos temas. É uma dança delicada, onde o governo perde um pouco da força que prometeu ter para conseguir avançar em algum ponto.
O que preocupa, porém, não é essa necessidade de negociar — isso é parte da democracia e da política. O problema é quando o governo, por falta de experiência ou má assessoria, acaba se deixando comandar por forças que, há muito tempo, já dominaram a cena política local. Isso faz com que as mudanças esperadas fiquem mais no discurso do que na prática, e que a população continue vendo os mesmos problemas de sempre, sem solução concreta.
Pior ainda: a OPOSIÇÃO continua sendo oposição, firme em sua postura e pouco disposta a colaborar. Isso coloca a coalizão que deveria governar como o verdadeiro foco dos problemas, pois ela esbarra em seus próprios conflitos e concessões.
Por fim, cabe esclarecer que, se até agora não restou visualizadas ações concretas para conter esses desafios e administrar essa complexa coalizão, o resultado já era esperado. As probabilidades foram calculadas, e elas não são nada animadoras. Isso não é pessimismo, é realismo político.
E fica um recado claro para o eleitor: escolher um candidato que promete mudança apenas no discurso é compreensível — especialmente quando todos os outros também fazem as mesmas promessas. O desafio está em transformar essas palavras em ações reais, porque, na prática, muitos discursos se diluem quando o jogo político começa a valer. É justamente nesse momento que a verdadeira diferença precisa surgir.
Portanto, a mudança de verdade depende de vigilância, cobrança constante e participação ativa do eleitorado. Sem isso, as velhas práticas e os mesmos problemas continuarão, independentemente das promessas feitas.
Por um leitor oculto que nunca lê, e tudo sabe!
Olhando a maré, o Theo Pereira da vida real!
Várias informações sem fundamento, o tal do “achismo”, “vou falar pra ver o circo pegar fogo”..
Enquanto isso a cidade perde com esse que só sabe falar mau.
Gaspar tem muito pra crescer e o nosso Prefeito vem caminhando dentro da lei e não burlando o sistema pra aparecer. Esse é apenas o início de um mandato que foi recebido às migalhas.
Pois é. Se eu sou o Theo Pereira, mas tenho cara, nome e sobrenome, quem está defendendo a verdade e o governo que caminha dentro da lei – e seria o mínimo que alguém decente fizesse quando no poder de plantão -, precisa se esconder e usar um nome fictício, Zuchi, associado a um adversário para se inserir na mentira e desautorizar o seu próprio comentário. Credo!
A pergunta que não quer calar é até agora não respondida. Quem é o comissionado que está fiscalizando a empresa de roçada? Metragem e execução do serviço?
E precisa? A CPI do capim seco, está exatamente atrás desses fiscais do passado. Já o do presente…
O meu querido, se tu tivesse lá, tu ia mudar esse teu discurso de novo 30. Sabem de nada e querem se fazer de gestores públicos. Eu gostaria de ver o que tu ia fazer com a tua experiência contábil se deparando com um rombo fiscal, esquemas de licitação, ladroagem e sem dinheiro pra gerir. Se qualquer um de vocês quisessem começar da maneira certa não iriam fazer a metade do que o Paulo Koerich vem fazendo.
Ao incapaz de se identificar pelo próprio nome. Não tenho procuração de Carlos Eduardo Bornhausen, mas quem foi eleito para “resolver o rombo fiscal, esquemas de licitação e sem dinheiro para gerir” não foi o candidato do Partido Novo, Ednei de Souza. O eleito, Ednei e Oberdan Barni, então no Republicanos, todos os três tinham o mesmo discurso e diziam saber de tudo isso, e melhor, juravam que tinham soluções. Então, não é novidade nenhuma e quem votou majotirariamente (52,98% dos votos válidos) no delegado Paulo, queria esta viradas de chave. Não veio até agora. Já são cinco meses. Parece ser uma continuidade. Então resta se desesperar e se justificar, com nome falso. Impressionante.
Zuchi (comissionado, candidato perdedor da última eleição ou vereador sem coragem de dar o próprio nome) Se tem tudo isso porque não acionou o ministério público ainda? Porque ou não existe nada, ou são frouxos ou estão querendo meter a mão na mesma cumbuca que os outros colocaram. Passe um dia no meu escritório (isso se já não foi) que te falo como se resolve problemas reais sem terceirizar culpa.
É Zucki e não Zuchi.
Apenas eleitor. E mais uma vez digo, vocês se acham donos da verdade e não sabem da missa a metade e ficam colocando palha na fogueira pra queimar a cidade.
Supondo que seja correto o seu nome falso, vamos a outro ao ponto essencial. Vocês? Pensei que só eu era o dono da verdade! Se há mais, fico aliviado.
Se não sei (ou nós, sem você no nós) da missa a metade, a cidade nem sabe da missa.
O que mostra tudo isso? Falha de comunicação. Ou ela é intencional ou trata-se, de puro amadorismo. Ambos são perigosos. Aliás, mais uma profissional de comunicação se mandou da prefeitura.
Se nós (sem você, é claro) estamos colocando palha na fogueira para queima a cidade como assegura, duas coisas estão mais claras ainda: palha não queima uma cidade, mas pode iniciar uma boa queimada não da cidade, mas dos velhos donos que usam os nós como armação, ou seja, no fundo, a sua afirmação, admite, claramente à cidade, que não há bombeiros qualificados no atual governo – que mudaria tudo – para, preventivamente, impedir o fogo e uma vez ele instalado, não consegue combatê-lo com propriedade. E é por isso que a a cidade está ardendo, mais uma vez. Muda, Gaspar!
JANETE SAYS MAES, MATRÍCULA Nº 22331, comissionada na secretaria de obras.
Muito obrigado Josue
HADDAD FAZ O DIABO, por Carlos Andreazza, no jornal O Estado de S. Paulo
Inicio este artigo com a questão com que concluí o último: se o governo Lula já aciona, em maio de 2025, o botão do IOF, ao que estará apelando em maio de 26?
Essa é a questão. Fernando Haddad disse que recuou – revogou parte do decreto – porque o aumento de imposto sobre aplicações no exterior “passava uma mensagem equivocada”. A mensagem foi transmitida de forma claríssima – e captada perfeitamente. Equivocada fora a decisão por instrumentalizar o IOF para estabelecer repressão financeira. Equivocada fora a decisão por instrumentalizar o IOF para elevar a arrecadação.
Um conjunto de medidas que pretendeu controlar capitais. Não flertou com o controle de capitais. Quis mesmo reprimir o trânsito de dinheiros. Essa era a intenção. As iniciativas foram pensadas para segurar a saída de recursos do País. Jogada que o ministro da Fazenda chamou de “pequeno ajuste”. E que era “estudada há bastante tempo” – havia mais de ano. Imagine se a turma não estudasse. Estudando, avaliaram que o lance desvalorizaria o dólar…
Volto à questão fundamental: se o governo encorpa o IOF agora, estará tomando nossa grana de que maneira no ano eleitoral?
Essa é a questão. Questão que fez, ao contrário, o dólar mostrar os dentes; porque o cara preferirá pagar o imposto – perder algum – para tirar os seus dinheiros daqui do que arriscar ter prejuízos ainda maiores. Exemplo melhor do “risco Brasil” não haverá. Por isso Haddad e outros estudiosos decidiram recuar – porque já colhiam a desvalorização do real.
O aumento das alíquotas do IOF não quis somente controlar capitais. O governo Lula ora aplica o Imposto sobre Operações Financeiras – que tem natureza regulatória e cuja utilização deve ser comedida – para fazer política fiscal. Para bater as metas mequetrefes que o próprio governo propôs. Para cumprir as regras frouxas do arcabouço fiscal – este presunto – que o próprio governo criou.
Não corta despesas. Congela gastos e pedala-maquia a conta. Jamais em volume a contento. E então vem tapar o buraco do puxadinho cobrando mais IOF. É disso que se trata. É disto que se trata, afinal: dinheiro extra cobrado de nós para financiar mais uma tentativa de reeleição de presidente.
Haddad, o moderado, aquele que seguraria o ímpeto gastador do Planalto, falou ao PT, na sede do partido em Brasília, na segunda, dia 19. Disse: “No ano que vem, a gente vai dar trabalho para essa extrema direita escrota que está aí. E vamos ver de novo o presidente Lula subir, mais uma vez, a rampa do palácio”.
No dia 22, quinta, anunciaria a mordida via IOF, mais um ato para cumprir a profecia de “dar trabalho”. O mesmo que “fazer o diabo”. Dar trabalho para quem? Quem trabalhará para pagar essa fatura? É isto, repito, o que se quer: grana – nossa – para tentar empurrar Lula rampa acima.
QUEM DEVE TEME, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Durante a campanha eleitoral, Lula da Silva agitou a bandeira da transparência como um dos ativos morais de sua candidatura. Em mais de uma ocasião, fustigou o governo anterior por ocultar informações do cidadão: “Se é bom, não precisa esconder”, disse o petista a Jair Bolsonaro durante um debate. Já instalado no Palácio do Planalto, em maio de 2023, Lula afirmou que a Lei de Acesso à Informação (LAI) havia sido “estuprada” e prometeu recuperá-la: “O povo brasileiro vai ver essa criança se transformar em adulto”.
Dois anos depois, essa criança continua sendo violentada – agora, por aqueles que juraram protegê-la.
Há mais de um ano o governo bloqueia o acesso a cerca de 16 milhões de documentos que, por 17 anos, estiveram abertos ao escrutínio do cidadão: notas fiscais, termos de parceria, relatórios de execução, planos de trabalho – arquivos que revelam como se gastou mais de R$ 600 bilhões do contribuinte em transferências da União para Estados, municípios e ONGs, incluindo emendas parlamentares.
Para justificar o apagão na plataforma Transferegov.br, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos alegou que haveria risco de violação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, haja vista que os documentos conteriam informações “sensíveis”. A argumentação, além de tecnicamente frágil, é juridicamente insustentável: além de existirem soluções técnicas de anonimização, a própria Advocacia-Geral da União afirmou, em parecer oficial, que nada impedia a manutenção da publicidade dos dados. A decisão de opacidade não foi um imperativo legal, mas uma escolha política. O recuo anunciado pelo governo só faz confirmá-la. Mas a promessa de reativar o acesso aos arquivos não apaga o fato central: o sigilo só foi revertido por constrangimento público, e não por convicção republicana. O dano à confiança pública está feito, e o episódio retrata um governo que subverte, à sua conveniência, o princípio da publicidade.
O medo da luz é sistemático. O governo aumentou os gastos sigilosos no cartão corporativo e manteve o segredo de cem anos sobre as despesas, como fez Bolsonaro. O Planalto se recusa a divulgar dados sobre viagens presidenciais, visitas à primeira-dama, relatórios sobre emendas parlamentares e até registros de entrada e saída em edifícios públicos. Ademais, ministros de Estado frequentemente descumprem prazo legal para divulgar suas agendas. Em vários desses casos, recorreu ao artigo 24 da LAI, que trata da segurança do presidente, ou ao artigo 31, sobre dados pessoais – mas em interpretações abusivas, calculadas para esconder o que deve estar exposto.
Um exemplo particularmente ilustrativo veio do Ministério da Justiça. Sob a gestão de Ricardo Lewandowski, a pasta negou três pedidos do Estadão via LAI aos estudos, pareceres e memorandos que embasaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. A justificativa é de que os documentos ainda são “preparatórios” e que o sigilo deve permanecer até a promulgação da PEC. Trata-se de um sofisma: o ato administrativo do Executivo se concluiu com o envio da proposta ao Legislativo, e, portanto, a publicidade já se impõe, por força da própria LAI.
A insistência em manter o sigilo é reveladora da má-fé institucional que anima este governo. Transformou-se em regra o que deveria ser exceção em um processo de poluição dos arquivos públicos engendrado por subterfúgios técnicos, mas motivado por razões políticas. É exatamente a atitude que Lula jurava combater. A diferença está no discurso, e não na prática.
Segundo levantamento da Controladoria-Geral da União, nos dois primeiros anos de Lula, 7,9% dos pedidos via LAI foram negados. Sob Bolsonaro, no mesmo período, foram 7,7%. A média de recusa por “dados pessoais” se manteve alta, revelando que, se o Executivo mudou de cor, não mudou de conduta. Em alguns aspectos, até retrocedeu.
Lula se elegeu prometendo liderar uma “frente ampla” contra o obscurantismo e a opacidade. Prometeu restaurar a verdade, abrir arquivos, democratizar a informação. Entregou o oposto, perpetuando o sigilo e instrumentalizando a legislação para ocultar dados.
Prometer luz e entregar sombras é mais que contradição ou hipocrisia – é estelionato eleitoral.