A ESPERTEZA DO MDB DE GASPAR E A AVENTURA DE KLEBER COMEÇAM DAR SINAIS CLAROS DE DESGASTES

O primeiro sinal claro de desgaste do político Kleber Edson Wan Dall, como administrador, foi o de se inviabilizar como candidato a deputado estadual dentro do próprio MDB estadual. E teve quase seis anos de mandato de prefeito para conseguir esta meta, somados aos empregos públicos comissionados, de ter sido vereador e presidente da Câmara antes, sem falar na presidência da tal Associação dos Municípios do Vale Europeu.

Achou que seria carregado em procissão, sob incenso, no andor dourado e por um séquito de iludidos, adoradores e espertos.

O segundo sinal, este o pior de todos para um político carreirista e sem outra profissão, foi o de não cumprir uma promessa no arranjo que o MDB daqui fez para lhe salvar e se reeleger sem ser ameaçado nesta intenção. “Casou” um vice na chapa que compôs na laçada de última hora, Marcelo de Souza Brick, PSD.

Qual o perigo que supostamente se eliminou no “casamento por conveniência”? O de Marcelo ser um concorrente de fato nas urnas ameaçando os planos de poder do MDB. Em troca do então “jogo perfeito”, o MDB ofereceu para Marcelo dobradinha eterna e titularidade da prefeitura de Gaspar a partir deste abril.

O MDB e Kleber roeram a corda. Isto, na época foi previsto aqui por várias vezes. E por isso, como sempre, fui praguejado.

Aliás, ontem, Marcelo estava em Brasília cumprindo uma agenda que armou para servir de propaganda como prefeito que achava que seria. Teve que cumpri-la quase como um passeio recheado de diárias pagas pelo povo. E estava todo pimpão. Meu Deus!

O terceiro sinal, é o enfraquecimento de comando e liderança a olhos vistos do MDB de Gaspar. A desconfiança está assombrando contra a aliança construída com o PSD, PP, PDT e PSDB. Pior: poderá sofrer ainda mais fraturas em decorrência da campanha eleitoral, a qual se inicia para a coleta de votos nas urnas de dois de outubro.

O presidente do MDB, até então o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, saiu do governo fingindo ser um jogo combinado. Não era. Ele está longe e em atividade que não é política. E quando raramente aparece por aqui, de Rei Salomão que dizia ser, está admitindo que se tornou um Davi a procura de um Golias para se safar de parte da culpa que tem nisso tudo e naquilo que criou e dependia dele para Kleber funcionar.

O quarto sinal, é a notória insatisfação dos empresários e riquinhos da cidade, e alhures, com interesses aqui e que apostaram nesta aventura – beneficiaram-se dela até então – mesmo sob o descontrole gerencial e de resultados para eles e a cidade, sinais que estão tomando conta cada vez mais do governo Kleber.

Aliás, isto ficou claro em algumas intervenções na última reunião do conselho fake da cidade, feita longe da prefeitura para que as paredes do paço municipal não fossem testemunhas de nada.

O quinto não é exatamente um sinal, mas uma advertência ao pragmatismo tanto político quanto dos que apostaram no projeto Kleber: quem verdadeiramente vai liderar esta “consertação”, em quanto e que tempo, a que preço e com quais consequências desse novo cavalo de pau?

O atual secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Jorge Luiz Prucinio Pereira, que nem do MDB é? A família? A igreja? Algum novo salvador da pátria?

Na política e nos negócios, o presente é uma necessidade, mas o futuro é o que mais interessa como sobrevivência aos envolvidos nelas. E é sobre o futuro que está a maior interrogação neste momento dos apostadores e dos possíveis aliados. Nem mais, nem menos.

Sabe-se que Kleber, por si só, não conseguirá essa “consertação”, não possui habilidade, não tem articulação e estômago, não possui visão de futuro, é um produto de marketing barato nas mídias sociais que paga – com dinheiro público – para torná-lo um gênero sem conteúdo e importância tática.

Suponho que o próprio Kleber não tenha noção do que está acontecendo neste ambiente contra ele. Se a possui, merece o destino que trilha e traça.

Olhem só os desafios mínimos.

Kleber terá que montar uma nova equipe, terá que dialogar com os políticos – e particulares – que cooptou e principalmente com os que traiu, ou para quem está dando sinais explícitos de que poderá traí-los, ou ser “ingrato”.

Kleber precisa se livrar de verdadeiros encostos trazidos por ele, ou com a benção dele, para dentro do governo, frutos de indicações familiares, de políticos com interesses de poder e que precisam ser esclarecidos pela falta de resultados para o governo, e até indicações religiosas, na incontrolável máquina de empregos que se criou na prefeitura para lhe dar sustentação política, votos e popularidade.

Incrivelmente, hoje, tudo está sob ameaça. E quanto mais frágil, desorganizado, sem planos, mais e liderança com objetivos, os aproveitadores percebem, achegam-se e se aproveitam. Simples assim!

Kleber terá ainda que lidar neste processo de transição com coisas mal explicadas, assombrações e demônios. E aí é que está o nó do que o “prende” ao que não funciona, enfraquece e que pode deixá-lo exposto.

E tudo isso, a beira de uma campanha eleitoral, onde Kleber – um dos maiores salários como prefeito de Santa Catarina, R$31.929,68 – não poderá ficar alheio, ao contrário, terá que ser um ator, se quiser consertar e ir adiante.

De verdade? É muito para quem não soube o que fazer com o poder que tinha nas suas mãos até dizer que não conseguia se viabilizar candidato a deputado estadual. Repartiu o poder com gente que o enfraqueceu e neste momento lhe resta reclamar da sorte.

E por que?

Os mesmos que o levaram a ser candidato derrotado a prefeito, depois prefeito vencedor por duas vezes, pensam que Kleber não é a pessoa certa para seus planos como parceiro político e gestor.

E por que?

Na verdade, eles se sentem tão enfraquecidos quanto Kleber. Para piorar, instalou-se um clima de desconfiança. Mais. Será “uma eternidade” esperar o resultado das eleições de outubro para recomeçar a vida política em Gaspar visando as eleições de outubro de 2024, sem que nesta espera haja mais desgastes contra o próprio Kleber. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Depois da janela partidária, há quem jure que o governo de Carlos Moisés da Silva, Republicanos, ficou em minoria na Assembleia Legislativa: 18 contra 22. Estaria em processo de fritura, exposição e desgaste progressivamente.

De verdade, aos de memória curta, principalmente na imprensa viciada de Florianópolis, o governador sempre esteve em minoria desde a sua eleição. Seja pelo seu comportamento de isolamento ou por falta inicial de articulação. Contraditoriamente,

Carlos Moisés rompeu esta inércia com um golpe armado pela ampla maioria oposicionista ao governo na Alesc.

Foram dois impeachments e uma CPI que mudaram este cenário. Veio pelo sofrimento. E não foi pouco.

Nada deu certo aos que armaram o enterro político do governador e ar liderado por Júlio Garcia, PSD, que acabou sendo pego de calças curtas naquilo que queria colar em Carlos Moisés. Esta a jogada, ao contrário do que se armou Júlio Garcia, armou a própria sobrevida de Carlos Moisés. E a partir daí, o governador conseguiu gerenciar minimamente a tramitação dos projetos governamentais no Palácio Barriga-Verde.

A nova cara da Assembleia depois do fechamento das trocas de partidos na janela partidária está assim: o MDB com nove deputados: Ada de Lucca, Fernando Krelling, Jerry Comper, Luiz Fernando Vampiro, Mauro de Nadal, Moacir Sopelsa, Romildo Titon, Valdir Cobalchini e Volnei Weber.

E é aí que mora o nó desta eleição ao governo do estado e pode inviabilizar o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Aleixo Lunelli, como candidato a governador pelo seu MDB. A bancada é responsável por esta sobrevida de Carlos Moisés e entende que ficar ao seu lado pode lhe preservar na quantidade de eleitos.

A mesma bancada, por enquanto, entende que um candidato próprio do MDB, poderia fragilizar ainda mais o partido e a próxima bancada poderia se limitar a cinco deputados. Contas e fundamentos para todos os gostos. Na política, a razão não é algo preponderante.

O PL de Jair Messias Bolsonaro e Jorginho Mello tem sete deputados: Ana Campagnolo, Ivan Naatz, Jessé Lopes, Marcius Machado, Mauricio Eskudlark, Nilso Berlanda e Sargento Lima. O PSD com quatro deputados: Ismael dos Santos, Júlio Garcia, Marlene Fengler, Milton Hobus.

O PT também com quatro deputados: Fabiano da Luz, Luciane Carminatti (em licença e substituída por Adriano Pereira) Neodi Saretta e Padre Pedro Baldissera (em licença, substituído até sábado por Pedro Celso Zuchi). Outro com quatro deputados é o União Brasil: Felipe Estevão, Jair Miotto, Laércio Schuster, e Ricardo Alba.

O PP está com três deputados: Altair Silva, João Amin e José Milton Scheffer. O Podemos com dois deputados: Nazareno Martins e Paulinha. E com dois deputado cada estão o PSDB com Vicente Caropreso e Marcos Vieira, bem como o Republicanos com os deputados

Coronel Mocellin e Sergio Motta.

Fechando a fila do eu só estão o Novo com Bruno Souza; PDT com Rodrigo Minotto e o PTB com Kennedy Nunes.

Quantos destes, e tantos outros candidatos a deputado estadual e a federal e outros sem mandatos virão a Gaspar pedir votos para retornar ou serem novos na Assembleia? Isto completa o comentário principal do blog sobre o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e a sua desistência.

É que a sua base de apoio no próprio MDB em Gaspar não fechava com Kleber na intenção de ser candidato, pois Gaspar sempre foi conhecida pelo paraquedismo onde dois ou três levam um terço dos votos válidos e os outros dois terços são repartidos por mais de uma centena os candidatos, num colégio eleitoral que em 2020 tinha 47.438 eleitores.

E o grupo de Kleber, está se ensaiando com Dirced Heidercheit, de Palhoça. Virou assídua por aqui depois da desistência de Kleber. Já era em 2018. Foi traída. Ficou suplente. Bufou. Agora é só sorriso.

Kleber não enxergou apenas o ex-prefeito por três mandatos Pedro Celso Zuchi, PT, investido de deputado estadual até sábado, como um concorrente, mas sem apoio no PP, PDT e PSDB na sua suposta base, bem como dentro do ambiente das igrejas neopentecostais que se dividiram em candidatos regionais mais bem posicionados.

O PSD de Gaspar – que nos principais cargos na prefeitura – incluindo a secretaria de maior orçamento, a Educação, já tinha cedido ao PSD de Blumenau e do deputado Ismael dos Santos, ficou quietinho, no canto dele, esperando o presente comprometido durante a campanha. Não veio.

Estranhamente, o PSD de Gaspar ainda está quieto.

A turma do partido de Gaspar, que é mínima e cabe numa Kombi, está irritada e tentando entender a razão pela qual Marcelo de Souza Brick também está quieto e posando nas fotos como se tudo tivesse sido cumprido naquilo que se comprometeu em agosto de 2018.

A sorte de Kleber é que Marcelo não inspira confiança nos políticos e empresários para um projeto solo. E ele acaba de dar exemplo disso ao aceitar a situação humilhante na qual está metido e salvando-se a si próprio. Acorda, Gaspar!

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