Há muitas outras prioridades reais, técnicas e de organização no atual governo de Gaspar. Em uma delas, a cidade está travada por falta de uma atualização para valer do Plano Diretor, atualização exigida em si principalmente pelas circunstâncias para quem quer evoluir, ou seja, necessidade. A outra, é pela Lei em vigor e que está no Estatuto das Cidades. Este atraso vem desde de 2016.
O que o atual governo de Gaspar faz? A parte que ainda está alinhada com o “delegado prefeito” Paulo Noberto Koerich, PL, quer passar uma borracha no passado e livrar tudo e todos. Quer começar do zero, como se esses erros e dúvidas, vejam só, só fossem considerados como tal daqui para a frente. Coisa de doido. Essa forma torta de ver o problema só interessa aos apoiadores dos eleitos, donos da cidade desde há várias décadas e que precisam ver seus negócios travados em várias medidas, legalizados. E quem seria a borracha? O velho CIMVI – Consórcio Intermunicipal do Vale do Itajaí -, de Timbó. Depois de ignorá-lo por anos afio, Gaspar saiu dele ao final do segundo mandato de Kleber Edson Wan Dall, MDB, com aprovação unânime da Câmara, para se ter autonomia para o erro por aqui.
Já a parte que está com multi-titulado engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, que quando estava no esquerdista PV, foi secretário ao equivalente o que hoje é de Planejamento Territorial ao tempo do petista Pedro Celso Zuchi, que o tirou de lá, torce o nariz. Ele, por sua vez, pensa que retirar a recém autonomia legal conquistada pelo corpo de técnicos concursados para a Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável não é um bom negócio. Rodrigo quer continuar com as cartas nas mangas para distribui-las às necessidades de cada caso.
UMA CIDADE QUE DISCUTE PICUINHAS, ARMA VINGANÇAS E POR ISSO NÃO PLANEJA E NÃO AVANÇA
Ora, olhando-se para Blumenau como polo consolidado, olhando-se para Brusque, Itajaí e Navegantes como núcleos em expansão; olhando-se ainda para os novos gestores de Indaial, Timbó, Luiz Alves, mas, principalmente, a nossa vizinha Ilhota, fica-se claro para os investidores de que Gaspar está travada naquilo que é o seu futuro com segurança. O que significa isto? Comprometimento o desenvolvimento sustentável no curto e médio prazo.
Não basta, liberar áreas para implantação de empreendimentos industriais, logísticos, comerciais e prestadores de serviços. É preciso olhar a mobilidade, as rotas de ligações com as rodovias – há casos em que houve a aprovação de mudança de zoneamento para industrias em becos que não possuem condições de estacionamentos, manobras… É preciso olhar a segurança de residências e outras atividades. Assim vai…
E o que fazem os políticos que ganharam as eleições com 52,98% dos votos válidos porque prometeram mudar todo esse quadro de atraso, inércia e superar as dificuldades que eles e a cidade inteira conhecia? Criam-se cortinas de fumaça para que os cidadãos e cidadãs não enxerguem as deficiências de atual gestão.
Neste aspecto, por enquanto, a atual gestão é a continuidade (nas pessoas que empregou, confiou, nas desculpas e os resultados que não entregou) do governo anterior e que na campanha eleitoral prometeu varrer da prefeitura. E a cada dia, por conta disso, o “delegado prefeito” está cada vez mais “pendurado no pincel” pelos que o apadrinharam na campanha; os que cercam em conselhos (na prefeitura e principalmente fora dela); e principalmente por aqueles que deveriam protegê-lo na Câmara. O resultado disso? Ele vai se embrulhando nas incoerências que estão colando nele além de se negar, reiteradamente, à transparência; concluindo: está causando desgastes contra si próprio ao optar pelo insignificante ao que é prioritário e relevante para a cidade. Está construindo uma má marca. Em breve, ela será irreversível.
NOS 120 DIAS HÁ UM SINAL CLARO COM A NEGAÇÃO DELE
Ponto um. Há uma debandada técnicos – rotulados como tal. Eles vieram, entre tantos anúncios, exatamente para dar nova cara ao governo de Paulo. Pontuei isso em SEM DAR O CAVALO DE PAU NECESSÁRIO E ESPERADO, O GOVERNO DA MUDANÇA DE GASPAR VAI RETIRANDO OS TÉCNICOS QUE TROUXE PARA CRIAR DIFERENÇAS DO QUE SE CONDENAVA EM KLEBER. CHEGOU A VEZ DO DESMANCHE DA ÁREA DE MEIO AMBIENTE Paulo que estava silencioso e torcendo para que eu ficasse desacreditado, reagiu: “os que saíram foram por questões familiares e não porque já não aguentavam o tranco e não viam, diante disso, perspectivas de mudanças”. Não vou voltar aqui ao tema neste momento. Ele já foi superado. Falta um espelho para a administração como um todo, como faltou para Jair Messias Bolsonaro, PL.
Ponto dois. Está de volta à Câmara uma bucha. Ela só foi criada por falta de múltiplas competências para livrar o próprio “delegado prefeito” de qualquer culpa; mas ele a tem. Afinal, é ele o tal chefe do Executivo. É dever dele saber o que acontece na cidade, na prefeitura, na Câmara e que lhe afeta diretamente e nos resultados que quer para seu governo e a cidade.
Ao tempo em que a secretaria de Educação movia mundos e fundos para instalar emergencialmente câmeras nas escolas e creches – e fez isso, por quase milagre diante da deterioração do setor e da prefeitura -, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, fazia uma lei com a mesma obrigação. Espetáculo. Mas, é parte legítima do jogo.
Então perguntar mais uma vez, não ofende? O prefeito não viu o que se armava na Câmara? Por que fez ouvido de moucos? O vice não viu? Chefe de gabinete que já era do tempo de Kleber, ou seja, era experiente e não viu? Fez pouco caso? Os presidentes dos partidos da base (PL e União Brasil, antes de se unir com os Progressistas) não viram? A líder do governo, Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, advogada, policial, amiga do prefeito, que neste caso é a presidente da Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação, não viu? O presidente da Câmara, Alexsandro Burnier, PL, que controla a pauta, não viu? Ninguém se se conversa entre eles? Ninguém se articulou para encontrar saídas e evitar debates, desgastes não com um adversário ideológico externo, mas naquilo que está mostrando sem retoques um governo fraturado? E por conta disso, o Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade na Câmara e parou no colo do prefeito.
Ponto três. O “delegado prefeito” e sua turma esperaram, silenciosamente, 15 dias, enquanto nos bastidores gastavam tempo para criar mais um impasse diante de outras prioridades práticas para a cidade. Credo. O “delegado prefeito” vetou. Arrumou culpados. Botou a procuradoria para contrapor o argumento legal. Armou vinganças para atender o discurso ideológico da sua claque. E a cidade, outra vez, parada nas grandes mudanças. Continuamos a discutir picuinhas, vinganças…
Para completar a encenação e ampliar o erro, chamou a sua líder de governo, a vereadora Alyne, formada em direito, que tinha opinião técnica diferente, policial, colega, amiga, para dar um jeito no cavalo de pau na batalha jurídica que terá pela frente para reverter o que por falta de articulação, ação e diálogo – a negação do atual governo. Precisava deste desgaste no fim da linha, quando havia espaços para cortar o suposto mal pela raiz? Quem mesmo orienta essa gente e tem o governo sob o controle?
A matéria em si é polêmica. Os tribunais aqui em Santa Catarina e até no Supremo, estão aceitando este tipo de proposta legislativa. Paulo corre, então sério risco se perder na Câmara e resolver judicializar.
O parecer do relator, o novato Carlos Francisco Bornhausen, MDB, neste PL, é robusta. Ele está mastigadinho por gente que entende do riscado, achava que seria polemizado e assessora tanto o PT e o Dionísio, com vitórias Brasil afora. E este veto pega Dionísio fora da Câmara, porque ele vai ceder espaço para Antônio Carlos Dalçochio. Até isso, foi pensado pela turma do “delegado prefeito”. E mal. Talvez Paulo e os novatos do PL não conheçam Dalçochio. E a nova redatora, escolhida a dedo pelo “delegado prefeito” Paulo: Elisete Amorim Antunes, PL, vai apenas vai ler o que lhe derem. Não será doida ter opinião diferente.
Independente dessa escolha, que a falha e a nova falta de transparência do site da Câmara ainda não mostravam até a publicação deste artigo, é bem possível que vá faltar votos para derrubar o veto do prefeito, se a oposição não lhe resolver dar uma mãozinha, a um custo alto.
O “delegado prefeito” Paulo com tantos problemas em áreas cruciais como saúde, planejamento, obras, educação, controles administrativos, Samae e assistência social, não deveria estar se preocupando em medir forças, naquilo em que foi foi resolvido nas escolas e creches, mas foi omisso na Câmara como negociador pelo diálogo como bem relatou na última sessão o vereador Dionísio. Incrível! Assista o vídeo. O próprio Paulo é a vítima dos que o cercam ou está perdendo tempo com penimbas. Está claro de que há uma trama. Há um desperdício de tempo. E contra os gasparenses.
Ponto quatro. A outra é a troca de farpas públicas, via redes sociais, na própria base aliada: “delegado prefeito” e do vereador Thimoti Thiago Deschamps, União Brasil. Eles “brigam” para um deles ser o pai da criança de quem liberou as flores plásticas com vasos furados com areia no cemitérios.
Sério? É esta a coisa mais importante que se tem em Gaspar para um prefeito e um vereador se preocuparem hoje em dia diante de tantas outras prioridades? É com este varejinho de vaidades que vamos promover as grandes mudanças – que não são fáceis e não vem do dia para a noite – para a qual foram eleitos e se diziam capazes para isso?
E para completar, o campeão de votos, o presidente da Câmara, em baixa perante os seus eleitores e eleitoras, Alexsandro Burnier, PL, entrou na mesma pilha da paternidade dos vasinhos furados para flores de plásticos nos cemitérios de Gaspar.
Nas redes sociais, os políticos ao invés de tratar dos temas menores relevantes daqui – que entulham quase mil indicações na Câmara e que mostram que o governo vai mal na mínima zeladoria da cidade -, preferiu-se escolher temas que já são manchetes no mundo e no Brasil, entre eles o escolha do novo Papa, as peraltices que colocam os estadunidenses em marcha ré, o escandaloso roubo dos idosos pobres, doentes e analfabetos pelo governo petista; a notícia fake plantada pelos bolsonaristas da tal camisa vermelha da seleção brasileira… Incrível. Afinal, quando Gaspar ficará no centro das soluções dessa gente?
Quando os novos gestores e políticos (novos e antigos) de Gaspar vão se dar conta de que a campanha passou, e por conta disso, vão mudar colocar Gaspar e os gasparenses como seus necessitados, organizando a cidade, preocupando-se com o futuro dela, como prometeram no palanque de 2024 para se tornar o novo poder de plantão? Quem os orienta? Faz mais uma enquete fake nas redes sociais enganjada para me desmentir, faz! Muda, Gaspar!
TRAPICHE
A secretária de Assistência Social, Neuza Pasta Felizeatti, PL, foi à Câmara, lotada de convidados de homenagens que fizeram por lá. Ela foi pedir que os gasparenses, na declaração do Imposto de Renda deste ano, destinassem parte do imposto a pagar, para o Fundo da Infância e Adolescência, o FIA. Duas observações. A primeira, é que duas semanas antes, o representante dos contabilistas de Gaspar já tinha fez igual apelo. Neuza chegou atrasada. Mas, é uma boa causa. Vale a pena repetir.
Segundo. A secretária deveria ter ido à Câmara prestar contas de quanto foi arrecadado no ano passado e como o montante do FIA foi aplicado pela secretaria. Deveria ter aproveitado a oportunidade, então, e explicar o rolo da tal Fábrica no ginásio Gilberto Francisco Sabel. A Fábrica consumiu quase todo o FIA, num flagrante desvio de finalidade. Por fim, devia esclarecer como isto está sendo apurado e quem vai ser responsabilizado, se vai. Ou seja, no fundo faltou transparência, pois na cidade, inclusive entre doadores e contabilistas, rola as mais diversas e confusas conversas sobre este assunto mas esclarecido. Neusa, do governo de mudanças, perdeu, como governo, a oportunidade de esclarecer a cidade. E o delegado prefeito, Paulo Norberto Koerich, PL, igualmente, até agora.

Estamos no Maio Amarelo. Muito bem. No TRAPICHE do artigo de quarta-feira, publiquei a preocupação prioritária da secretaria de Obras e Serviços Urbanos em demarcar as vagas dos seus em estacionamento da secretaria. Os afetados, ficaram emputecidos comigo e me esconjuraram porque eu escrevi que prioritariamente, eles e a Ditran, deveriam estar fazendo isso nas ruas de Gaspar em favor da segurança dos pedestres. E dinheiro rubricado para isso na Ditran, há.
Olha só esta foto acima. É uma entre centenas na cidade É preciso escrever mais? Um mutirão do Maio Amarelo, resolveria muito mais do que reclamações com ameaças de punições aos que mostram a realidade de Gaspar. Impressionante!
O poderoso MDB de Gaspar que já fez cinco prefeitos – e tinha planos para mais de 30 anos a partir do esquema de poder do ex-prefeito Kleber Edson Wan Dall -, está com dificuldades para compor o diretório. O grupo raiz, marginalizado e envelhecido, colocou na praça o ex-vereador pelo Bela Vista, ex-secretário e ex-diretor do Hospital de Gaspar, Celso de Oliveira, como nome de consenso do grupo para presidir o diretório. E está pedindo votos nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
Quem se assanhava com a presidência do MDB de Gaspar – e acha que ela iria cair dos céus – era o vereador Ciro André Quintino, que é o homem de confiança do ex-presidente estadual do partido e hoje secretário de Agricultura e Pecuária de Jorginho Melo, PL, o deputado Federal por Jaraguá do Sul, Carlos Chiodini e do secretário de Infraestrutura e Mobilidade, o deputado estadual por Ibirama a quem visita todas as semanas em Florianópolis, Jerry Comper. Pelo jeito, os santos de Ciro, ainda não deram as caras pelo milagre.
E onde está Kleber Edson Wan Dall, MDB nesta história? Vagando. Está olhando se o governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, vai mesmo esclarecer o que não está esclarecido, e que segundo se falava na própria campanha eleitoral, estava debaixo do tapete. Kleber está esperando uma janela de oportunidade e será uma carta na manga não do MDB que ele jurou sempre ser, mas do que o deputado Federal por Blumenau e irmão de templo, Ismael dos Santos, PSD, dirá a ele para fazer. Nem mais. Nem menos.
E o PSD de Gaspar cujo diretório já está desfeito à espera de uma nova composição? Os atuais dirigentes estaduais e regional do partido não querem o ex membro estrela dele, que sonha em retornar, Marcelo de Souza Brick, hoje no PP e que virou União Progressista. Os dirigentes do PSD também querem a renovação do atual diretório, ampliação dele a partir dos nomes ligados a Marcelo.
E devido a isso, não enxergam o vereador Giovano Borges, PSD, como líder deste processo em Gaspar. Os dirigentes estaduais do PSD querem um time para ter candidato competitivo a prefeitura de Gaspar em 2028, mas principalmente cabos eleitorais eficazes para a corrida a prefeito de Chapecó, João Rodrigues a governador no ano que vem.
João Rodrigues e o deputado Ismael dos Santos, neste momento, estão bem alinhados. E é aí que começam as dificuldades por aqui. Isto dificulta a renovação do diretório de Gaspar. Os que foram consultados, não querem nem Kleber Edson Wan Dall, MDB, e nem Giovani Borges, PSD, na direção do “novo diretório do PSD de Gaspar
Está claro. Todo o resto é disfarce. Paulo Norberto Koerich, PL, e o vice Rodrigo Boeing Althoff, Pl, não estão em rota de colisão, mas não falam a mesma língua no governo. O vereador Thimoti Thiago Deschamps, PL, está fechado com Rodrigo e não exatamente com o governo de Paulo. E as divergências até então negadas, ultrapassaram este espaço onde sempre foram refutadas. Elas ganharam as redes sociais deles. Meus quase nenhuns leitores estão de alma lavada. E o destino de ambos, poderá ser o Republicanos, o que nunca foi bolsonarista. E quem está num mato sem cachorro nesta embrulhada, é o vereador Carlos Eduardo Schmidt Sobrinho, PL, ligado a Rodrigo, mas bolsonarista roxo.
Em Blumenau, na semana passada mais gente foi presa por fazer e cobrar o que supostamente não foi feito nas roçadas (e limpezas urbanas) de lá. Em Gaspar, com tudo apurado, a Câmara de Vereadores resolveu revirar o que a Polícia especializada já apurou sobre duas empresas que fizeram este mesmo serviço aqui e onde se constatou indícios de sérios problemas. É incompreensível, até o momento, a razão da instalação da CPI do mato seco na Câmara de Gaspar.
O que faz o governo do “delegado prefeito” Paulo Nohrberto Koerich, PL, e da bancada do PL e União Brasil, é o de atrasar o que está em curso no ambiente de investigação concluída? A cidade pergunta e não entende a razão disso. Também não entende, o silêncio que ronda sobre o propósito desta CPI do capim seco quando já se desvendou o que se fez na investigação especializada. A princípio, tudo está sendo feito para atrasar ainda mais o que já poderia está no Ministério Público e a Justiça para o bem ou mal dos implicados. Se ninguém explicar isso direito à cidade, o “delegado prefeito” tomará bolada nas costa como parceiro daquilo que prometeu e precisa ser esclarecido
Quem vai presidir a CPI do capim seco é Ciro André Quintino, MDB (ele não vota). Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, policial, será relatora. Nela ainda estão a Mara Lúcia Xavier dos Santos, PP, Carlos Eduardo Schmidt Sobrinho, PL, e Thimoti Thiago Deschamps, União Brasil. Tudo em casa. Se este tempo gasto com esta CPI, cujas apurações a polícia anticorrupção já fez, fosse levado para o que se passou no Hospital, nas licenças ambientais arrumadas, nas mudanças do Plano Diretor para favorecer os amigos, nos contratos de serviços sob suspeitas como contratação de equipamentos, materiais e mão de obras, se fosse na tal Fábrica, na reforma o Laboratório da Mônica Norma Sabel, ou de como se criou precatórios entre outros, o governo não só avançaria em casos novos como mostraria que olha para frente.
O Hospital de Gaspar nunca saiu das mentes e manchetes dos que vão lá à procura de perpétuo socorro. Deram um tempo para o novo governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, desse um jeito naquela Casa de Saúde, mas principalmente, que tivesse tempo e coragem para apontar os rolos que há nele e sempre formaram fantasias na cidade sobre o que acontecia lá. Nem desmentiram. Nem confirmaram. Pior de tudo. Não mudaram nada.
Sabe o que aconteceu na última sessão da Câmara? Outro pastelão do atual governo. A líder de “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, cobrada como cidadã e agora como política pelos cidadãos e cidadãs quis saber do seu próprio governo quem é o culpado e quem deve respostas pelas reiteradas cobranças sobre o que o Hospital de Gaspar que não consegue responder aos doentes e ávidos por curas.
Ninguém mais deve perguntar sobre o Hospital ao prefeito, ao vice, ao conselho, ao interventor, mas para as diretora geral dele, Aline Deschamps da Cruz, só porque ela recebe a fortuna de R$4,5 milhões da prefeitura por mês para fazer o Hospital funcionar para a cidade, cidadãos e cidadãs. Com o trocadilho da palavrava: credo! Essa gente está doida, é? Então o Hospital de Gaspar, sob intervenção da prefeitura, sem prestar contas públicas, sem um plano para sair da enrascada em que se meteu com os políticos que interferiram nele, arrumaram a senhora “da Cruz”, para carregar a cruz do Hospital?
Falta é vergonha na cara dessa gente. A primeira é saco roxo para suportar os que fizeram com o Hospital, não nesse governo, mas naquilo que se prometeu esclarecer e saneá-lo para a comunidade. A segunda é a de se livrar da responsabilidade só porque se está repassando recursos insuficientes para mantê-lo funcionando. E eles, parecem que são insuficientes. E os problemas continuam porque os que estão no Hospital de Gaspar não estão dispostas a parar uma máquina doente e feita para comer cada vez mais dinheiro sem que ela responda na mesma proporção em que consome.
E por último: os políticos de hoje são tão iguaizinhos aos de ontem: arrumaram a “cruz e o calvário” para o Hospital e os gasparenses. Aliás são duas cruzes. A da Alice Deschamps da Cruz, e a do interventor, Claudionor da Souza Cruz. Quem será o terceiro que estará Getsêmani, o lugar de agonia e salvação de Cristo, nos próximos discursos? Muda, Gaspar!
O Ministério Público acendeu a luz amarela e passou a investigar à razão desse comportamento da procuradoria geral num ambiente que deveria ter mudado e ser facilitador. Era uma prática no governo passado. A procuradoria geral está passando um pente fino, diminuindo ou dourando, as informações pedidas pelo MP e que vêm das diversas secretarias. Hum!
2 comentários em “UM GOVERNO COM MUITO FUMACÊ PARA ESCONDER A FALTA DE INICIATIVA DELE PRÓPRIO. GOVERNA PARA A GALERA IDEOLÓGICA E A DO BATE-CABEÇA DE EGO. RESULTADOS PRÁTICOS PERCEBIDOS PARA A CIDADE ATÉ AGORA? QUASE NADA”
A MORTE E A MORTE DO PSDB, por Diogo Schelp, no jornal O Estado de S. Paulo
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) considera importante a continuidade de partidos com história, como é o caso do PSDB, pelo qual foi governador de São Paulo. A afirmação foi atribuída a ele pelo ex-senador tucano José Aníbal em reportagem do Estadão. É compreensível o sentimento de melancolia com o iminente desaparecimento da sigla, prestes a se fundir com o Podemos.
O PSDB, tendo Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda e depois como presidente, estabilizou a moeda, implantou o tripé macroeconômico, consolidou o SUS, universalizou o ensino fundamental, livrou-se de estatais ineficientes, criou um programa de distribuição de renda e, não menos importante, ajudou a cristalizar o sistema democrático. Mas a influência e a identidade política do PSDB se dissiparam nos últimos anos.
Como Quincas Berro d’Água, personagem de Jorge Amado, o PSDB já morreu uma vez e prepara-se para morrer de novo. A primeira, a morte política, foi quando, depois de não conseguir evitara reeleição de Dilma Rousseffe deter alguns de seus principais nomes envolvidos em escândalos, parte da legenda resolveu flertar com o bolsonarismo, abandonando o próprio histórico de aversão ao populismo e a comportamentos autoritários. Figuras importantes do partido começaram a sair, o desempenho eleitoral em municípios, Estados e legislativos decaiu e, em 2022, deu-se uma disputa interna inútil pelo direito de disputar a Presidência. O PSDB passou a ser apenas uma sombra do que era no seu auge. A segunda morte, simbólica e proposital como a do “afogamento” de Berro d’Água depois de se atirar ao mar, virá da incorporação com o Podemos. Seus líderes falam em recomeço, mas será outro partido – com pinta e comportamento de Centrão.
O definhamento do PSDB lembra o do Partido Liberal, que ao longo de parte do século 19 e início do 20 teve grande protagonismo no Reino Unido. Os liberais entraram em declínio depois que enfrentaram uma profunda divisão interna durante a Primeira Guerra Mundial. A partir de 1922, quando caiu seu último premiê, o Partido Liberal perdeu membros para os concorrentes ou para agremiações dissidentes, até fundir-se na década de 1980 a outro partido, dando origem ao Liberal Democrata, até hoje um coadjuvante da política britânica.
Quando um agrupamento político deixa de cumprir o papel de representar os interesses, as ideias e as aspirações de uma parte da sociedade, não há razão para preservá-lo. Partido não é museu.
A JOINT VENTURE ENTRE PCC E CV, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Espanta a naturalidade com que se noticiou recentemente o fim de uma “trégua” entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Tão presentes na vida cotidiana de paulistas e fluminenses, as duas principais organizações criminosas do País já não causam mais espécie e são encaradas como são: vastos empreendimentos que eventualmente se juntam numa espécie de joint venture para aproveitar “sinergias” e aumentar a eficiência.
Em fevereiro passado, um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, revelou a existência do suposto acordo. A ideia era unificar a atuação dos advogados dos criminosos, de modo que pudessem obter conjuntamente a flexibilização das atuais medidas de isolamento a que os presos estão submetidos, reduzir os conflitos com mortes entre os dois grupos e fortalecer seus negócios ilícitos.
Um dos motivos para o insucesso da empreitada teria sido uma suposta rejeição do bando paulista às práticas violentas cometidas pela facção do Rio de Janeiro. Não é fácil crer nessa versão: o PCC é conhecido por seu histórico de atrocidades praticadas no “tribunal do crime”, em que bandidos, como se se constituíssem em autoridades de um Estado paralelo, denunciam, julgam e condenam, não raro à morte, seus dissidentes.
Parece mais crível o fato de que o PCC e o CV não chegaram a um acordo naquilo que mais entendem: o cometimento de crimes. Pois é isso o que sabem fazer e pretendem monopolizar. Como afirmou o promotor Lincoln Gakiya, que há 20 anos investiga a facção paulista, não dava para acreditar que “essa trégua seguiria adiante, porque tanto o PCC quanto o Comando Vermelho têm interesses comuns”. E os interesses comuns dessas organizações são, além dos pontos de venda de drogas País afora, as rotas de tráfico internacional, com destino sobretudo para a Europa.
Gakiya disse também que “dificilmente” os bandidos que atuam nas ruas abririam mão de poder, digamos assim, por ter havido uma determinação dos líderes de dentro das penitenciárias. E, como mostrou a reportagem do Estadão, um integrante da alta cúpula da Polícia Militar do Estado de São Paulo afirmou que a aproximação dos bandos gerou dúvidas nos membros do PCC e do CV. Sem o mínimo de coesão entre os faccionados, as organizações, “pacificamente”, como alguns querem fazer crer, decidiram romper a tal aliança.
Mas o que muitos chamam de aliança, acordo ou parceria – seja lá que nome queira se dar – não passa de complô. Esse é o termo adequado para se referir quando criminosos se juntam para atacar os cidadãos, o Estado e as suas instituições. Não se trata da fusão de dois grupos empresariais para a formação de um conglomerado, muito embora ambos movimentem cifras bilionárias e se infiltrem nas estruturas legais para contaminá-las. Trata-se de organizações mafiosas que aterrorizam os cidadãos e continuarão a fazê-lo – juntas ou separadas.