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UM GOVERNO COM MUITO FUMACÊ PARA ESCONDER A FALTA DE INICIATIVA DELE PRÓPRIO. GOVERNA PARA A GALERA IDEOLÓGICA E A DO BATE-CABEÇA DE EGO. RESULTADOS PRÁTICOS PERCEBIDOS PARA A CIDADE ATÉ AGORA? QUASE NADA

Há muitas outras prioridades reais, técnicas e de organização no atual governo de Gaspar. Em uma delas, a cidade está travada por falta de uma atualização para valer do Plano Diretor, atualização exigida em si principalmente pelas circunstâncias para quem quer evoluir, ou seja, necessidade. A outra, é pela Lei em vigor e que está no Estatuto das Cidades. Este atraso vem desde de 2016. 

O que o atual governo de Gaspar faz? A parte que ainda está alinhada com o “delegado prefeito” Paulo Noberto Koerich, PL, quer passar uma borracha no passado e livrar tudo e todos. Quer começar do zero, como se esses erros e dúvidas, vejam só, só fossem considerados como tal daqui para a frente. Coisa de doido. Essa forma torta de ver o problema só interessa aos apoiadores dos eleitos, donos da cidade desde há várias décadas e que precisam ver seus negócios travados em várias medidas, legalizados. E quem seria a borracha? O velho CIMVI – Consórcio Intermunicipal do Vale do Itajaí -, de Timbó. Depois de ignorá-lo por anos afio, Gaspar saiu dele ao final do segundo mandato de Kleber Edson Wan Dall, MDB, com aprovação unânime da Câmara, para se ter autonomia para o erro por aqui. 

Já a parte que está com multi-titulado engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, que quando estava no esquerdista PV, foi secretário ao equivalente o que hoje é de Planejamento Territorial ao tempo do petista Pedro Celso Zuchi, que o tirou de lá, torce o nariz. Ele, por sua vez, pensa que retirar a recém autonomia legal conquistada pelo corpo de técnicos concursados para a Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável não é um bom negócio. Rodrigo quer continuar com as cartas nas mangas para distribui-las às necessidades de cada caso.

UMA CIDADE QUE DISCUTE PICUINHAS, ARMA VINGANÇAS E POR ISSO NÃO PLANEJA E NÃO AVANÇA

Ora, olhando-se para Blumenau como polo consolidado, olhando-se para Brusque, Itajaí e Navegantes como núcleos em expansão; olhando-se ainda para os novos gestores de Indaial, Timbó, Luiz Alves, mas, principalmente, a nossa vizinha Ilhota, fica-se claro para os investidores de que Gaspar está travada naquilo que é o seu futuro com segurança. O que significa isto? Comprometimento o desenvolvimento sustentável no curto e médio prazo.

Não basta, liberar áreas para implantação de empreendimentos industriais, logísticos, comerciais e prestadores de serviços. É preciso olhar a mobilidade, as rotas de ligações com as rodovias – há casos em que houve a aprovação de mudança de zoneamento para industrias em becos que não possuem condições de estacionamentos, manobras… É preciso olhar a segurança de residências e outras atividades. Assim vai…

E o que fazem os políticos que ganharam as eleições com 52,98% dos votos válidos porque prometeram mudar todo esse quadro de atraso, inércia e superar as dificuldades que eles e a cidade inteira conhecia? Criam-se cortinas de fumaça para que os cidadãos e cidadãs não enxerguem as deficiências de atual gestão.

Neste aspecto,  por enquanto, a atual gestão é a continuidade (nas pessoas que empregou, confiou, nas desculpas e os resultados que não entregou) do governo anterior e que na campanha eleitoral prometeu varrer da prefeitura. E a cada dia, por conta disso, o “delegado prefeito” está cada vez mais “pendurado no pincel” pelos que o apadrinharam na campanha; os que cercam em conselhos (na prefeitura e principalmente fora dela); e principalmente por aqueles que deveriam protegê-lo na Câmara. O resultado disso? Ele vai se embrulhando nas incoerências que estão colando nele além de se negar, reiteradamente, à transparência; concluindo: está causando desgastes contra si próprio ao optar pelo insignificante ao que é prioritário e relevante para a cidade. Está construindo uma má marca. Em breve, ela será irreversível.

NOS 120 DIAS HÁ UM SINAL CLARO COM A NEGAÇÃO DELE

Ponto um. Há uma debandada técnicos – rotulados como tal. Eles vieram, entre tantos anúncios, exatamente para dar nova cara ao governo de Paulo. Pontuei isso em SEM DAR O CAVALO DE PAU NECESSÁRIO E ESPERADO, O GOVERNO DA MUDANÇA DE GASPAR VAI RETIRANDO OS TÉCNICOS QUE TROUXE PARA CRIAR DIFERENÇAS DO QUE SE CONDENAVA EM KLEBER. CHEGOU A VEZ DO DESMANCHE DA ÁREA DE MEIO AMBIENTE Paulo que estava silencioso e torcendo para que eu ficasse desacreditado, reagiu: “os que saíram foram por questões familiares e não porque já não aguentavam o tranco e não viam, diante disso, perspectivas de mudanças”. Não vou voltar aqui ao tema neste momento. Ele já foi superado. Falta um espelho para a administração como um todo, como faltou para Jair Messias Bolsonaro, PL.

Ponto dois. Está de volta à Câmara uma bucha. Ela só foi criada por falta de múltiplas competências para livrar o próprio “delegado prefeito” de qualquer culpa; mas ele a tem. Afinal, é ele o tal chefe do Executivo. É dever dele saber o que acontece na cidade, na prefeitura, na Câmara e que lhe afeta diretamente e nos resultados que quer para seu governo e a cidade.

Ao tempo em que a secretaria de Educação movia mundos e fundos para instalar emergencialmente câmeras nas escolas e creches – e fez isso, por quase milagre diante da deterioração do setor e da prefeitura -, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, fazia uma lei com a mesma obrigação. Espetáculo. Mas, é parte legítima do jogo.

Então perguntar mais uma vez, não ofende? O prefeito não viu o que se armava na Câmara? Por que fez ouvido de moucos? O vice não viu? Chefe de gabinete que já era do tempo de Kleber, ou seja, era experiente e não viu? Fez pouco caso? Os presidentes dos partidos da base (PL e União Brasil, antes de se unir com os Progressistas) não viram? A líder do governo, Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, advogada, policial, amiga do prefeito, que neste caso é a presidente da Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação, não viu? O presidente da Câmara, Alexsandro Burnier, PL, que controla a pauta, não viu? Ninguém se se conversa entre eles? Ninguém se articulou para encontrar saídas e evitar debates, desgastes não com um adversário ideológico externo, mas naquilo que está mostrando sem retoques um governo fraturado? E por conta disso, o Projeto de Lei foi aprovado por unanimidade na Câmara e parou no colo do prefeito.

Ponto três. O “delegado prefeito” e sua turma esperaram, silenciosamente, 15 dias, enquanto nos bastidores gastavam tempo para criar mais um impasse diante de outras prioridades práticas para a cidade. Credo. O  “delegado prefeito” vetou. Arrumou culpados. Botou a procuradoria para contrapor o argumento legal. Armou vinganças para atender o discurso ideológico da sua claque. E a cidade, outra vez, parada nas grandes mudanças. Continuamos a discutir picuinhas, vinganças… 

Para completar a encenação e ampliar o erro, chamou a sua líder de governo, a vereadora Alyne, formada em direito, que tinha opinião técnica diferente, policial, colega, amiga, para dar um jeito no cavalo de pau na batalha jurídica que terá pela frente para reverter o que por falta de articulação, ação e diálogo – a negação do atual governo. Precisava deste desgaste no fim da linha, quando havia espaços para cortar o suposto mal pela raiz? Quem mesmo orienta essa gente e tem o governo sob o controle?

A matéria em si é polêmica. Os tribunais aqui em Santa Catarina e até no Supremo, estão aceitando este tipo de proposta legislativa. Paulo corre, então sério risco se perder na Câmara e resolver judicializar.

O parecer do relator, o novato Carlos Francisco Bornhausen, MDB, neste PL, é robusta. Ele está mastigadinho por gente que entende do riscado, achava que seria polemizado e assessora tanto o PT e o Dionísio, com vitórias Brasil afora. E este veto pega Dionísio fora da Câmara, porque ele vai ceder espaço para Antônio Carlos Dalçochio. Até isso, foi pensado pela turma do “delegado prefeito”. E mal. Talvez Paulo e os novatos do PL não conheçam Dalçochio. E a nova redatora, escolhida a dedo pelo “delegado prefeito” Paulo: Elisete Amorim Antunes, PL, vai apenas vai ler o que lhe derem. Não será doida ter opinião diferente.

Independente dessa escolha, que a falha e a nova falta de transparência do site da Câmara ainda não mostravam até a publicação deste artigo, é bem possível que vá faltar votos para derrubar o veto do prefeito, se a oposição não lhe resolver dar uma mãozinha, a um custo alto.

O “delegado prefeito” Paulo com tantos problemas em áreas cruciais como saúde, planejamento, obras, educação, controles administrativos, Samae e assistência social, não deveria estar se preocupando em medir forças, naquilo em que foi foi resolvido nas escolas e creches, mas foi omisso na Câmara como negociador pelo diálogo como bem relatou na última sessão o vereador Dionísio. Incrível! Assista o vídeo. O próprio Paulo é a vítima dos que o cercam ou está perdendo tempo com penimbas. Está claro de que há uma trama. Há um desperdício de tempo. E contra os gasparenses.

Ponto quatro. A outra é a troca de farpas públicas, via redes sociais, na própria base aliada: “delegado prefeito” e do vereador Thimoti Thiago Deschamps, União Brasil. Eles “brigam” para um deles ser o pai da criança de quem liberou as flores plásticas com vasos furados com areia no cemitérios.

Sério? É esta a coisa mais importante que se tem em Gaspar para um prefeito e um vereador se preocuparem hoje em dia diante de tantas outras prioridades? É com este varejinho de vaidades que vamos promover as grandes mudanças – que não são fáceis e não vem do dia para a noite – para a qual foram eleitos e se diziam capazes para isso?

E para completar, o campeão de votos, o presidente da Câmara, em baixa perante os seus eleitores e eleitoras, Alexsandro Burnier, PL, entrou na mesma pilha da paternidade dos vasinhos furados para flores de plásticos nos cemitérios de Gaspar.

Nas redes sociais, os políticos ao invés de tratar dos temas menores relevantes daqui – que entulham quase mil indicações na Câmara e que mostram que o governo vai mal na mínima zeladoria da cidade -, preferiu-se escolher temas que já são manchetes no mundo e no Brasil, entre eles o escolha do novo Papa, as peraltices que colocam os estadunidenses em marcha ré, o escandaloso roubo dos idosos pobres, doentes e analfabetos pelo governo petista; a notícia fake plantada pelos bolsonaristas da tal camisa vermelha da seleção brasileira… Incrível. Afinal, quando Gaspar ficará no centro das soluções dessa gente?

Quando os novos gestores e políticos (novos e antigos) de Gaspar vão se dar conta de que a campanha passou, e por conta disso, vão mudar colocar Gaspar e os gasparenses como seus necessitados, organizando a cidade, preocupando-se com o futuro dela, como prometeram no palanque de 2024 para se tornar o novo poder de plantão? Quem os orienta? Faz mais uma enquete fake nas redes sociais enganjada para me desmentir, faz! Muda, Gaspar!

TRAPICHE

A secretária de Assistência Social, Neuza Pasta Felizeatti, PL, foi à Câmara, lotada de convidados de homenagens que fizeram por lá. Ela foi pedir que os gasparenses, na declaração do Imposto de Renda deste ano, destinassem parte do imposto a pagar, para o Fundo da Infância e Adolescência, o FIA. Duas observações. A primeira, é que duas semanas antes, o representante dos contabilistas de Gaspar já tinha fez igual apelo. Neuza chegou atrasada. Mas, é uma boa causa. Vale a pena repetir.

Segundo. A secretária deveria ter ido à Câmara prestar contas de quanto foi arrecadado no ano passado e como o montante do FIA foi aplicado pela secretaria. Deveria ter aproveitado a oportunidade, então, e explicar o rolo da tal Fábrica no ginásio Gilberto Francisco Sabel. A Fábrica consumiu quase todo o FIA, num flagrante desvio de finalidade. Por fim, devia esclarecer como isto está sendo apurado e quem vai ser responsabilizado, se vai. Ou seja, no fundo faltou transparência, pois na cidade, inclusive entre doadores e contabilistas, rola as mais diversas e confusas conversas sobre este assunto mas esclarecido. Neusa, do governo de mudanças, perdeu, como governo, a oportunidade de esclarecer a cidade. E o delegado prefeito, Paulo Norberto Koerich, PL, igualmente, até agora.

Estamos no Maio Amarelo. Muito bem. No TRAPICHE do artigo de quarta-feira, publiquei a preocupação prioritária da secretaria de Obras e Serviços Urbanos em demarcar as vagas dos seus em estacionamento da secretaria. Os afetados, ficaram emputecidos comigo e me esconjuraram porque eu escrevi que prioritariamente, eles e a Ditran, deveriam estar fazendo isso nas ruas de Gaspar em favor da segurança dos pedestres. E dinheiro rubricado para isso na Ditran, há.

Olha só esta foto acima. É uma entre centenas na cidade É preciso escrever mais? Um mutirão do Maio Amarelo, resolveria muito mais do que reclamações com ameaças de punições aos que mostram a realidade de Gaspar. Impressionante!

O poderoso MDB de Gaspar que já fez cinco prefeitos – e tinha planos para mais de 30 anos a partir do esquema de poder do ex-prefeito Kleber Edson Wan Dall -, está com dificuldades para compor o diretório. O grupo raiz, marginalizado e envelhecido, colocou na praça o ex-vereador pelo Bela Vista, ex-secretário e ex-diretor do Hospital de Gaspar, Celso de Oliveira, como nome de consenso do grupo para presidir o diretório. E está pedindo votos nas redes sociais e aplicativos de mensagens.

Quem se assanhava com a presidência do MDB de Gaspar – e acha que ela iria cair dos céus – era o vereador Ciro André Quintino, que é o homem de confiança do ex-presidente estadual do partido e hoje secretário de Agricultura e Pecuária de Jorginho Melo, PL, o deputado Federal por Jaraguá do Sul, Carlos Chiodini e do secretário de Infraestrutura e Mobilidade, o deputado estadual por Ibirama a quem visita todas as semanas em Florianópolis, Jerry Comper. Pelo jeito, os santos de Ciro, ainda não deram as caras pelo milagre.

E onde está Kleber Edson Wan Dall, MDB nesta história? Vagando. Está olhando se o governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, vai mesmo esclarecer o que não está esclarecido, e que segundo se falava na própria campanha eleitoral, estava debaixo do tapete. Kleber está esperando uma janela de oportunidade e será uma carta na manga não do MDB que ele jurou sempre ser, mas do que o deputado Federal por Blumenau e irmão de templo, Ismael dos Santos, PSD, dirá a ele para fazer. Nem mais. Nem menos.

E o PSD de Gaspar cujo diretório já está desfeito à espera de uma nova composição? Os atuais dirigentes estaduais e regional do partido não querem o ex membro estrela dele, que sonha em retornar, Marcelo de Souza Brick, hoje no PP e que virou União Progressista. Os dirigentes do PSD também querem a renovação do atual diretório, ampliação dele a partir dos nomes ligados a Marcelo.

E devido a isso, não enxergam o vereador Giovano Borges, PSD, como líder deste processo em Gaspar. Os dirigentes estaduais do PSD querem um time para ter candidato competitivo a prefeitura de Gaspar em 2028, mas principalmente cabos eleitorais eficazes para a corrida a prefeito de Chapecó, João Rodrigues a governador no ano que vem.

João Rodrigues e o deputado Ismael dos Santos, neste momento, estão bem alinhados. E é aí que começam as dificuldades por aqui. Isto dificulta a renovação do diretório de Gaspar. Os que foram consultados, não querem nem Kleber Edson Wan Dall, MDB, e nem Giovani Borges, PSD, na direção do “novo diretório do PSD de Gaspar

Está claro. Todo o resto é disfarce. Paulo Norberto Koerich, PL, e o vice Rodrigo Boeing Althoff, Pl, não estão em rota de colisão, mas não falam a mesma língua no governo. O vereador Thimoti Thiago Deschamps, PL, está fechado com Rodrigo e não exatamente com o governo de Paulo. E as divergências até então negadas, ultrapassaram este espaço onde sempre foram refutadas. Elas ganharam as redes sociais deles. Meus quase nenhuns leitores estão de alma lavada. E o destino de ambos, poderá ser o Republicanos, o que nunca foi bolsonarista. E quem está num mato sem cachorro nesta embrulhada, é o vereador Carlos Eduardo Schmidt Sobrinho, PL, ligado a Rodrigo, mas bolsonarista roxo.

Em Blumenau, na semana passada mais gente foi presa por fazer e cobrar o que supostamente não foi feito nas roçadas (e limpezas urbanas) de lá. Em Gaspar, com tudo apurado, a Câmara de Vereadores resolveu revirar o que a Polícia especializada já apurou sobre duas empresas que fizeram este mesmo serviço aqui e onde se constatou indícios de sérios problemas. É incompreensível, até o momento, a razão da instalação da CPI do mato seco na Câmara de Gaspar. 

O que faz o governo do “delegado prefeito” Paulo Nohrberto Koerich, PL, e da bancada do PL e União Brasil, é o de atrasar o que está em curso no ambiente de investigação concluída? A cidade pergunta e não entende a razão disso. Também não entende, o silêncio que ronda sobre o propósito desta CPI do capim seco quando já se desvendou o que se fez na investigação especializada. A princípio, tudo está sendo feito para atrasar ainda mais o que já poderia está no Ministério Público e a Justiça para o bem ou mal dos implicados. Se ninguém explicar isso direito à cidade, o “delegado prefeito” tomará bolada nas costa como parceiro daquilo que prometeu e precisa ser esclarecido

Quem vai presidir a CPI do capim seco é Ciro André Quintino, MDB (ele não vota). Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, policial, será relatora. Nela ainda estão a Mara Lúcia Xavier dos Santos, PP, Carlos Eduardo Schmidt Sobrinho, PL, e Thimoti Thiago Deschamps, União Brasil. Tudo em casa. Se este tempo gasto com esta CPI, cujas apurações a polícia anticorrupção já fez, fosse levado para o que se passou no Hospital, nas licenças ambientais arrumadas, nas mudanças do Plano Diretor para favorecer os amigos, nos contratos de serviços sob suspeitas como contratação de equipamentos, materiais e mão de obras, se fosse na tal Fábrica, na reforma o Laboratório da Mônica Norma Sabel, ou de como se criou precatórios entre outros, o governo não só avançaria em casos novos como mostraria que olha para frente.

O Hospital de Gaspar nunca saiu das mentes e manchetes dos que vão lá à procura de perpétuo socorro. Deram um tempo para o novo governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, desse um jeito naquela Casa de Saúde, mas principalmente, que tivesse tempo e coragem para apontar os rolos que há nele e sempre formaram fantasias na cidade sobre o que acontecia lá. Nem desmentiram. Nem confirmaram. Pior de tudo. Não mudaram nada.

Sabe o que aconteceu na última sessão da Câmara? Outro pastelão do atual governo. A líder de “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, cobrada como cidadã e agora como política pelos cidadãos e cidadãs quis saber do seu próprio governo quem é o culpado e quem deve respostas pelas reiteradas cobranças sobre o que o Hospital de Gaspar que não consegue responder aos doentes e ávidos por curas.

Ninguém mais deve perguntar sobre o Hospital ao prefeito, ao vice, ao conselho, ao interventor, mas para as diretora geral dele, Aline Deschamps da Cruz, só porque ela recebe a fortuna de R$4,5 milhões da prefeitura por mês para fazer o Hospital funcionar para a cidade, cidadãos e cidadãs. Com o trocadilho da palavrava: credo! Essa gente está doida, é? Então o Hospital de Gaspar, sob intervenção da prefeitura, sem prestar contas públicas, sem um plano para sair da enrascada em que se meteu com os políticos que interferiram nele, arrumaram a senhora “da Cruz”, para carregar a cruz do Hospital?

Falta é vergonha na cara dessa gente. A primeira é saco roxo para suportar os que fizeram com o Hospital, não nesse governo, mas naquilo que se prometeu esclarecer e saneá-lo para a comunidade. A segunda é a de se livrar da responsabilidade só porque se está repassando recursos insuficientes para mantê-lo funcionando. E eles, parecem que são insuficientes. E os problemas continuam porque os que estão no Hospital de Gaspar não estão dispostas a parar uma máquina doente e feita para comer cada vez mais dinheiro sem que ela responda na mesma proporção em que consome. 

E por último: os políticos de hoje são tão iguaizinhos aos de ontem: arrumaram a “cruz e o calvário” para o Hospital e os gasparenses. Aliás são duas cruzes. A da Alice Deschamps da Cruz, e a do interventor, Claudionor da Souza Cruz. Quem será o terceiro que estará Getsêmani, o lugar de agonia e salvação de Cristo, nos próximos discursos? Muda, Gaspar!

O Ministério Público acendeu a luz amarela e passou a investigar à razão desse comportamento da procuradoria geral num ambiente que deveria ter mudado e ser facilitador. Era uma prática no governo passado. A procuradoria geral está passando um pente fino, diminuindo ou dourando, as informações pedidas pelo MP e que vêm das diversas secretarias. Hum!

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8 comentários em “UM GOVERNO COM MUITO FUMACÊ PARA ESCONDER A FALTA DE INICIATIVA DELE PRÓPRIO. GOVERNA PARA A GALERA IDEOLÓGICA E A DO BATE-CABEÇA DE EGO. RESULTADOS PRÁTICOS PERCEBIDOS PARA A CIDADE ATÉ AGORA? QUASE NADA”

  1. Há uma lista de escândalos em curso no governo Lula 0,3. Mas, esta de facilitar o roubo continuado por sindicatos e falsas entidades assistenciais de bilhões de reais contra idosos pobres, doentes e analfabetos revelou a perfeita hipocrisia de um partido e de uma ideologia, a da esquerda do atraso, que vivem dizendo que taxa os ricos para dar aos pobres, trabalhadores e vulneráveis. É a criminosa miséria humana dominando a política brasileira

    GOVERNO PERDIDO NA CRISE DO INSS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

    Parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende devolver de modo antecipado o dinheiro roubado de aposentados e pensionistas do INSS, como noticiou esta Folha. Tentaria recuperar o prejuízo depois, fazendo a quadrilha devolver o fruto da roubança —hum.

    Tal providência ajudaria também a colocar um esparadrapo na sangria de imagem provocada pela facada do escândalo. É no que acreditam pessoas próximas de Lula, a turma do Planalto, digamos assim.

    Parte do governo Lula acha que isso não chega a ser uma má ideia, pois não é uma ideia. Além de dúvidas sobre os meios legais de implementação da medida, não se sabe qual o tamanho do esbulho, quem tem direito a receber o que foi roubado, como serão definidos os critérios para tomar tal decisão, como será o processo (governo decide? Lesados podem recorrer?), qual período de descontos entrará no cálculo etc. A providência pode resultar em confusão e insatisfações extras. Foi imprudência vazar o plano, diz esta parte do governo.

    O caldo do escândalo ainda ferve e pode escorrer da panela, fazendo mais sujeira —aparecem os cadernos de anotação da propina, aprovação de descontos em massa. Mesmo depois que o caso foi parar na Polícia Federal, o governo reagiu de modo tardio, burocrático e politiqueiro. O descalabro no INSS, porém, é antigo, vai além da roubança.

    É mais um pneu careca do governo Lula: uma instituição importante é largada na mão de um agregado político, sem projeto de reforma e modernização. A turma do “Careca do INSS” apenas estourou esse pneu. Há outros pneus lisos, vide o caso do setor elétrico, para citar apenas um que pode dar rolo grande ainda sob Lula 3. Tomara que chova neste 2025.

    As notícias policiais jorram. O escândalo pode ficar ainda mais midiático —já tem “carrão”, daqui a pouco aparece mala de dinheiro e sabe-se lá quem mais meteu a mão.

    Vai se descobrindo como mais autoridades da Previdência eram omissas; como o Congresso, petistas inclusive, não deu a mínima para tentativas de conter os descontos não autorizados.

    O governo trocou seis por meia dúzia no comando do ministério da Previdência, mais um esparadrapo, em vez de aproveitar a ocasião para virar o jogo e fazer reorganização geral do INSS. Talvez daqui a pouco seja preciso trocar o ministro.

    No cálculo político pequeno ou sem imaginação, o governo achou que pudesse manter o PDT na órbita política. Nem isso. O PDT não pode fazer lá grande estrago, mas diz que agora é “independente”. Mais um vexame e sinal de fraqueza, como gente do União Brasil esnobando nomeação para ministério.

    A oposição, claro, quer faturar o caso com CPI, que não costuma dar em nada de prático e decente, mas rende avacalhação do governo. Por ora, dizem líderes da Câmara, é quase impossível haver investigação. Mas o show não terminou, o que pode incentivar uma CPI mista, com deputados e senadores.

    Vai ter barganha para barrar tal CPI, ainda mais se aparecer mais podre e a revolta pode ferver nas redes. Até agora, dizem entendidos, a repercussão não era grande. Nesta semana, o clima começou a mudar.

    Por sorte do governo, por assim dizer, a extrema direita e o direitão não foram a fundo na campanha, pois a roubança vem de 2016, o que inclui na lambança o INSS sob Michel Temer e sob Jair Bolsonaro.

    Enquanto isso, Lula viaja. Depois da Rússia, Lula irá à China.

  2. A razão de escolhermos tão mal os nossos políticos e gestores públicos, de tanta corrupção e impunidade rolando solta. Eles precisam de analfabetos, fanáticos e gente sem o mínimo de discernimento que caem fácil na lábia deles

    ANALFABETISMO FUNCIONAL ENVERGONHA O BRASIL, editorial do jornal O Globo

    O Brasil tem avançado na educação em ritmo muito aquém do razoável — e do necessário. Em 2001, quatro em dez brasileiros de 15 a 64 anos eram considerados analfabetos funcionais, condição em que o indivíduo tem pouca ou nenhuma capacidade de selecionar informações em textos médios e de lidar com operações matemáticas básicas. Passados 23 anos, três em dez ainda estavam nessa situação inaceitável, revela o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), coordenado pela organização Ação Educativa, pela consultoria Conhecimento Social e pela Fundação Itaú, em parceria com Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Unesco e Unicef. Apenas 10% são considerados proficientes em leitura e escrita.

    Um dado é particularmente preocupante: não houve melhora desde 2018. Em tempos de inteligência artificial, cerca de 78% têm desempenho baixo ou médio em atividades digitais. Para ter uma ideia de quão desesperadora é a situação do nosso sistema educacional, um em cada dez brasileiros com diploma universitário (12%) é considerado analfabeto funcional.

    A pesquisa não se baseia em testes de conteúdo, mas mede o uso de leitura, escrita e matemática. Feita por amostra, é resultado de mais de 2 mil entrevistas presenciais em zonas rurais e urbanas de todas as regiões, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Separa a população em cinco categorias: analfabetos, aqueles com conhecimento rudimentar, elementar, intermediário ou proficiente. Analfabetos funcionais são os classificados como analfabetos ou com conhecimentos rudimentares. Os de nível intermediário ou proficiente formam o grupo com alfabetização consolidada.

    O levantamento expõe desníveis geracionais e regionais. Na faixa etária dos 15 aos 24 anos, os analfabetos funcionais são 16%, e os que compõem o grupo de alfabetização consolidada 43%. Dos 50 aos 64 anos, a situação se inverte: as proporções são 51% e 20%. Tais números revelam a necessidade de programas educacionais para quem saiu da escola. Em todo o país, cerca de 68 milhões com 18 anos ou mais não concluíram a educação básica.

    As iniciativas do Ministério da Educação (MEC) para ampliar e melhorar a oferta de cursos voltados à educação de adultos têm sido incapazes de mudar o quadro. É preciso engajar empresas, estados e municípios, considerando o contexto de vida da população-alvo. O Nordeste, com o maior percentual de analfabetos funcionais, deve receber atenção especial. Quatro em dez nordestinos estão nessa categoria. A região também tem a menor parcela de alfabetizados consolidados (27%).

    O desempenho melhor dos mais jovens é consequência da progressiva inclusão educacional desde o início do século. Embora acesso, permanência e qualidade do ensino tenham melhorado, há muito mais por fazer. Alguns estados apresentam desempenho vexatório. Amapá, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte conseguiram a façanha de ficar entre os cinco piores colocados nas três categorias do ranking brasileiro que mede qualidade do ensino. Estão nos últimos lugares do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nos anos iniciais (primeiro ao quinto ano), nos anos finais (do sexto ao nono ano) e no ensino médio. É preciso muita negligência e muito descaso para obter tal desempenho.

  3. Aumenta-se o salário mínimo no canetaço. Razoável. As contas públicas que se danem. No outro lado, amigos do mesmo governo que dá com uma mão aos aposentados e necessitados, tiram parte deste aumento, com disfarces, contrariando a lei naquilo que devem recolher como impostos. Incrível!

    ONDE MASTER E INSS SE ENCONTRAM SE ENCONTRAM, por Maria Cristina Fernandes, no Jornal Valor Econômico

    Há uma intersecção crescente entre duas crises que envolvem instituições financeiras avantajadas, além de seus aliados no Congresso e no Executivo. A crise no INSS ameaça invadir o processo em curso de alienação dos ativos do banco Master. No pano de fundo está a disputa pelo orçamento público.

    Em pleno feriado de 1º de Maio, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na companhia de dois outros diretores, concedeu uma audiência a Joesley Batista, do grupo J&F. Foi a segunda, em menos de um mês. O sigilo da audiência, atribuído às “regras do silêncio do Copom”, não permitiu que dela se tenha informações oficiais.

    Relatos de agentes que acompanham de perto as transações permitem saber que o J&F, por meio de seu banco digital PicPay, levou à autoridade monetária seu interesse na aquisição de ativos do Master, notadamente o Credcesta, cartão de benefício consignado, focado em servidores, além da carteira de precatórios e alguns ativos do patrimônio de seu controlador, Daniel Vorcaro. O interesse bate de frente com o de outras instituições financeiras, como o BRB e o BTG. Mas não apenas.

    Dois dias antes, a Federação dos Bancos do Brasil havia encaminhado ofício a quatro destinatários: Carlos Lupi (Previdência), Debora Floriano (INSS), Ailton Santos (BC) e Izabela Correa (BC). Neste ofício, cujo conteúdo acabaria por convergir com outro, da Associação Brasileira de Bancos, enviado cinco dias depois para os mesmos cargos, dois deles com novos titulares, o ministro Wolney Queiroz (Previdência) e Gilberto Waller Júnior (INSS), as instituições financeiras reportam o que entendem por irregularidades na gestão do programa “Meu INSS Vale +”.

    Este programa permite que aposentados e pensionistas antecipem parte de seu benefício. A portaria do INSS que criou o programa, em 10 de novembro de 2024, previa uma antecipação de até R$ 150 por meio de um cartão físico, com chip e senha. Esta portaria proibia expressamente a cobrança de taxa e juro.

    Em 6 de dezembro veio outra portaria prevendo o fornecimento do cartão sem ônus aos beneficiários. Em 17 de janeiro uma terceira portaria viabilizou a antecipação por outros meios, desde que contratada mediante biometria, como aplicativo de banco. Em 26 de fevereiro, uma quarta portaria aumentou o valor da antecipação para R$ 450.

    Duas instituições se interessaram em oferecer o produto mas apenas o PicPay começou a operá-lo. Lançado em 2012, o banco digital do grupo J&F tem 39 milhões de contas ativas. Em 2024 reportou uma receita de R$ 5,6 bilhões. Nas operações digitais com biometria, em que o beneficiário recebe o valor antecipado na sua conta corrente, há uma cobrança que pode chegar a R$ 21. Numa antecipação de R$ 450, isso significa 4,6%. O juro do consignado é de 1,85%.

    No mesmo dia em que a primeira portaria foi publicada, bancos procuraram a Febraban. Queriam saber se a entidade havia sido consultada sobre a formatação do produto. Nem a Febraban nem a ABBC o foram. Os departamentos jurídicos dos bancos enumeraram os questionamentos que, depois, seriam contemplados pelos ofícios das entidades.

    O primeiro é o da natureza da operação. Operações de crédito e prestação de serviços são remuneradas, respectivamente, por juro e cobrança de tarifa. Além disso, a autorização de crédito precisa de lei, além de recolhimento de IOF e de alocação de capital para este fim. A prestação de serviço requer recolhimento de ISS.

    Os questionamentos levaram a Febraban e a ABBC a pedir, em seus ofícios, a suspensão do programa. A Advocacia-Geral da União concordou e Lupi garantiu que encaminharia o tema antes de sair. O PicPay informa que continua a operar, mas uma fonte da Dataprev assegura que há uma ordem de suspensão.

    Colhe-se, informalmente, do INSS que o programa teve a adesão de 492 mil pessoas. O PicPay não as confirma, tampouco o percentual de operações feitas por cartão físico (sem tarifa) e por aplicativo (com tarifa). Defensores do programa atribuem a resistência dos bancos à ofensiva do PicPay pela base de beneficiários do INSS.

    O PicPay contesta a natureza de “operação de crédito” do programa e reafirma a ausência de ônus para operações com cartão, sem citar aquelas por biometria – “É uma solução inovadora e gratuita, pensada para facilitar a vida do beneficiário. Uma alternativa mais vantajosa do que as opções de tomada de crédito disponíveis”.

    O que levou à saída de Lupi foi a omissão em relação a uma fraude que ainda não encontrou alternativas de ressarcimento e gerou um desgaste para o governo que está longe de se esgotar. A antecipação do benefício dos aposentados é de outra natureza. Potencializou a disputa pelas margens de lucro de operações que têm por base beneficiários do maior programa social do governo.

    Envolve instituições financeiras e grupos econômicos com diferentes graus de acesso ao Executivo e ao Congresso. Na fraude do INSS o governo é pressionado a cortar na carne, inclusive, de sindicatos, e de seus operadores. Na antecipação do benefício previdenciário o que está em jogo é uma arbitragem que tem consequências diretas sobre o custo do crédito popular.

    A política de valorização do salário mínimo, que é responsabilizada até hoje pelo alargamento do déficit, serviu de anabolizante para o mercado em disputa. É a dialética tupiniquim.

  4. Uma amostra de como os nossos deputados federais que foram eleitos para serem nossos representantes na Câmara na proporcionalidade da população, e os políticos, de um modo geral, não são sérios e trabalham contra nós e comem cada vez mais os nossos pesados impostos.

    UMA DISTORÇÃO PARA CORRIGIR OUTRA DISTORÇÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), recorreu a um “esforço concentrado” para votar o requerimento que acelera o andamento do projeto de lei que redistribui o número de deputados federais no Brasil. Uma vez aprovado o regime de urgência, o projeto, de autoria da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ), pode ser votado no plenário da Câmara sem necessidade de passar pelas comissões da Casa. A proposta cria 14 novas vagas de deputados, passando das atuais 513 cadeiras para 527.

    A pressa de Hugo Motta se explica: em 2023, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser necessária uma redistribuição no número de parlamentares, de acordo com aumento populacional demonstrado no Censo Demográfico de 2022, e deu até o próximo dia 30 de junho para que a Câmara faça a devida atualização do número de cadeiras. Caso contrário, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral fazê-lo.

    O que não se explica é a marotagem em curso. A Constituição federal determina que o número de deputados deve ser proporcional à população, com mínimo de oito e máximo de 70 parlamentares por Estado. A distribuição das atuais 513 cadeiras foi feita em 1993, mas a atualização periódica prevista em lei nunca ocorreu. Ao pé da letra, a redistribuição significaria a abertura de novas vagas para Estados em que a população cresceu, e a consequente redução de cadeiras para Estados que sofreram queda no número de habitantes. Com efeito, sete Estados ganhariam deputados (Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Santa Catarina) e outros sete perderiam representantes (Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e a Paraíba de Hugo Motta).

    Mas seria esperar demais de deputados que fechem vagas na Câmara – sobretudo no caso de parlamentares eleitos nos Estados que perderiam assentos – apenas porque assim manda a Constituição. Tanto que se produziu a manobra expressa no projeto da deputada Dani Cunha, com a anuência do presidente da Câmara e de todos os partidos com representação na Casa, exceto o Novo: ampliam-se as vagas para os casos em que houve crescimento da população, mas se preservam as cadeiras que deveriam ser fechadas. E assim a Câmara dos Deputados, que já não é pequena se considerada a proporção em relação à população do País, ficaria ainda mais desigual. Os EUA, por exemplo, têm população maior e menos parlamentares, com 435 deputados para cerca de 340 milhões de habitantes.

    Esse, porém, é o menor dos problemas, assim como o custo anual adicional: segundo o Instituto Millenium, o orçamento da Câmara, considerando cotas parlamentares, salários, ajuda de custo, encargos trabalhistas com assessores e outros benefícios, deve aumentar de R$ 1,68 bilhão para R$ 1,73 bilhão anual. O mais grave é o casuísmo escolhido para driblar as regras da redistribuição de cadeiras, além da pressa para corrigir uma inação de anos. Além disso, o projeto agravaria o que já é um desvio histórico do sistema representativo brasileiro: a distorção entre a população (ou eleitorado) e o número de representantes.

    Trata-se de uma patologia institucional de longa data. Desde as primeiras legislaturas, do Império e início da República, viola-se no País o princípio democrático de que todos os cidadãos tenham votos com valores iguais – em suma, a máxima “uma pessoa, um voto”. Tanto a definição de um número mínimo de representantes (oito por Estado) quanto a ausência de atualização periódica fizeram com que Estados mais populosos, especialmente São Paulo, ficassem sub-representados, enquanto Estados menores, sobretudo aqueles da Região Norte e alguns do Nordeste, tornaram-se sobre-representados.

    Na matemática da representação brasileira, nem sempre um voto num lugar vale o mesmo que um voto em outro. O saldo final é o evidente prejuízo imposto a alguns em detrimento de outros. Mas, no universo singular da Câmara dos Deputados do Brasil, uma distorção se corrige com outra distorção.

  5. Carlos Eduardo Bornhausen

    A câmara de vereadores deveria aproveitar que um novo contrato foi firmado e exigir transparência no serviço de roçada pra acabar de vez com as chances de novas falcatruas. Primeiro ponto é divulgar quem será o fiscal (funcionário de carreira ou suplente de algum partido da coligação), depois semanalmente ou mensalmente divulgar a relação das ruas com suas respectivas metragens. Por último disponibilizar um número na secretaria de obras para denúncias caso a população do bairro “privilegiado” pela roçada identifique que o serviço não foi feito. Bem fácil de resolver, basta tornar pública a listinha que o prestador de serviços entregar no obras pra cobrar pelo serviço. Economia de tempo e dinheiro, além de não deixar margem pra falcatrua.

    1. Excelente. Simples. Óbvio. Então, por quê, um governo que se diz de mudança, foi eleito com esta expectativa e discurso, que jurou transparência, não faz este mínimo do mínimo para a população que elegeu e governa para ela reclamando de um passado torto e de um caos inadministrável? Em Gaspar todos enxergam isso. Na prefeitura, já começaram as reclamações (e perseguições) dos que cobram os discursos dos vencedores

  6. A MORTE E A MORTE DO PSDB, por Diogo Schelp, no jornal O Estado de S. Paulo

    O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) considera importante a continuidade de partidos com história, como é o caso do PSDB, pelo qual foi governador de São Paulo. A afirmação foi atribuída a ele pelo ex-senador tucano José Aníbal em reportagem do Estadão. É compreensível o sentimento de melancolia com o iminente desaparecimento da sigla, prestes a se fundir com o Podemos.

    O PSDB, tendo Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda e depois como presidente, estabilizou a moeda, implantou o tripé macroeconômico, consolidou o SUS, universalizou o ensino fundamental, livrou-se de estatais ineficientes, criou um programa de distribuição de renda e, não menos importante, ajudou a cristalizar o sistema democrático. Mas a influência e a identidade política do PSDB se dissiparam nos últimos anos.

    Como Quincas Berro d’Água, personagem de Jorge Amado, o PSDB já morreu uma vez e prepara-se para morrer de novo. A primeira, a morte política, foi quando, depois de não conseguir evitara reeleição de Dilma Rousseffe deter alguns de seus principais nomes envolvidos em escândalos, parte da legenda resolveu flertar com o bolsonarismo, abandonando o próprio histórico de aversão ao populismo e a comportamentos autoritários. Figuras importantes do partido começaram a sair, o desempenho eleitoral em municípios, Estados e legislativos decaiu e, em 2022, deu-se uma disputa interna inútil pelo direito de disputar a Presidência. O PSDB passou a ser apenas uma sombra do que era no seu auge. A segunda morte, simbólica e proposital como a do “afogamento” de Berro d’Água depois de se atirar ao mar, virá da incorporação com o Podemos. Seus líderes falam em recomeço, mas será outro partido – com pinta e comportamento de Centrão.

    O definhamento do PSDB lembra o do Partido Liberal, que ao longo de parte do século 19 e início do 20 teve grande protagonismo no Reino Unido. Os liberais entraram em declínio depois que enfrentaram uma profunda divisão interna durante a Primeira Guerra Mundial. A partir de 1922, quando caiu seu último premiê, o Partido Liberal perdeu membros para os concorrentes ou para agremiações dissidentes, até fundir-se na década de 1980 a outro partido, dando origem ao Liberal Democrata, até hoje um coadjuvante da política britânica.

    Quando um agrupamento político deixa de cumprir o papel de representar os interesses, as ideias e as aspirações de uma parte da sociedade, não há razão para preservá-lo. Partido não é museu.

  7. A JOINT VENTURE ENTRE PCC E CV, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Espanta a naturalidade com que se noticiou recentemente o fim de uma “trégua” entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Tão presentes na vida cotidiana de paulistas e fluminenses, as duas principais organizações criminosas do País já não causam mais espécie e são encaradas como são: vastos empreendimentos que eventualmente se juntam numa espécie de joint venture para aproveitar “sinergias” e aumentar a eficiência.

    Em fevereiro passado, um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, revelou a existência do suposto acordo. A ideia era unificar a atuação dos advogados dos criminosos, de modo que pudessem obter conjuntamente a flexibilização das atuais medidas de isolamento a que os presos estão submetidos, reduzir os conflitos com mortes entre os dois grupos e fortalecer seus negócios ilícitos.

    Um dos motivos para o insucesso da empreitada teria sido uma suposta rejeição do bando paulista às práticas violentas cometidas pela facção do Rio de Janeiro. Não é fácil crer nessa versão: o PCC é conhecido por seu histórico de atrocidades praticadas no “tribunal do crime”, em que bandidos, como se se constituíssem em autoridades de um Estado paralelo, denunciam, julgam e condenam, não raro à morte, seus dissidentes.

    Parece mais crível o fato de que o PCC e o CV não chegaram a um acordo naquilo que mais entendem: o cometimento de crimes. Pois é isso o que sabem fazer e pretendem monopolizar. Como afirmou o promotor Lincoln Gakiya, que há 20 anos investiga a facção paulista, não dava para acreditar que “essa trégua seguiria adiante, porque tanto o PCC quanto o Comando Vermelho têm interesses comuns”. E os interesses comuns dessas organizações são, além dos pontos de venda de drogas País afora, as rotas de tráfico internacional, com destino sobretudo para a Europa.

    Gakiya disse também que “dificilmente” os bandidos que atuam nas ruas abririam mão de poder, digamos assim, por ter havido uma determinação dos líderes de dentro das penitenciárias. E, como mostrou a reportagem do Estadão, um integrante da alta cúpula da Polícia Militar do Estado de São Paulo afirmou que a aproximação dos bandos gerou dúvidas nos membros do PCC e do CV. Sem o mínimo de coesão entre os faccionados, as organizações, “pacificamente”, como alguns querem fazer crer, decidiram romper a tal aliança.

    Mas o que muitos chamam de aliança, acordo ou parceria – seja lá que nome queira se dar – não passa de complô. Esse é o termo adequado para se referir quando criminosos se juntam para atacar os cidadãos, o Estado e as suas instituições. Não se trata da fusão de dois grupos empresariais para a formação de um conglomerado, muito embora ambos movimentem cifras bilionárias e se infiltrem nas estruturas legais para contaminá-las. Trata-se de organizações mafiosas que aterrorizam os cidadãos e continuarão a fazê-lo – juntas ou separadas.

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