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GOVERNO FRACO ATÉ ALIMENTA CACHORRO NO GRITO

O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, um coronel bombeiro militar da reserva, ficou enfraquecido por dois processos de impeachment. Eles ainda tramitam na Assembleia Legislativa. Não está livre deles. O governador eleito voltou a ser governador. É que os políticos que tramaram por seu escalpo, no falsete da jogada, preferem-no fraco, à vice, Daniela Cristina Reinehr, sem partido, em definitivo. Simples, assim!

Carlos Moisés, então, respira por aparelhos. Todos controlados pelos políticos matreiros que o enquadraram com esses dois processos. Sem falar na CPI. Ele está nas cordas! Em decorrência e tentando salvar parte da biografia e à própria pele, Moisés mudou o seu estilo isolado de governar. Está mais interativo, digamos assim. Está correndo atrás do prejuízo que ele mesmo criou para si, prejuízo político que dificilmente reverterá se chegar ao fim do mandato.

Esta semana Carlos Moisés sancionou duas leis e fez propaganda para um público bem crítico e consciente: o que lida com a proteção de animais (de rua e silvestres).

Uma lei é para aumentar à conscientização no ambiente escolar. É assim que se educa. Excelente! A outra, “autoriza” e disciplina particulares alimentarem, sob determinadas condições, animais ditos como de rua. Também excelente. Entretanto, ela é um tanto inócua e explico o porquê.

Esta ideia, aliás, é de há muito defendida pelo presidente da Agapa – Associação Gasparense de Proteção aos Animais -, o cabo bombeiro militar, Rafael Araújo de Freitas. Já escrevi aqui sobre isso. Entretanto, ela não ecoou até agora no ambiente público. Ao menos em Gaspar.

Os animais zanzando por ai – quando não aceitos preferencialmente na adoção em campanhas pelas redes sociais promovidas pela Agapa e seus membros – vão dar aos “abrigos” particulares. Eles são mantidos por abnegados pela causa. No “abrigo”, os animais esperam por almas caridosas, seja pela adoção ou à manutenção deles, alguns doentes, velhos ou mutilados.

Tudo isso devido à ausência total do poder público, seja na política protetiva, seja na falta de uma política de zoonoses via a secretaria de Agricultura e Aquicultura, ou da Saúde.

Falta uma supervisão técnica mínima. Depende-se de favores, doações e esmolas particulares e públicas. Isto sem falar de que muitas das vezes, no ambiente público, a promessa ou a “ajuda” é usada como moeda para as trocas politiqueiras. Dessa forma, os abrigos ficam vulneráveis à sorte. E as perspectivas dos animais, em alguns casos, sofrerem são maiores do que se estivessem soltos e vadios. “É uma angústia sufocante e permanente”, salienta Rafael.

Para ele muitos desses animais são “entes comunitários”. São “vizinhos” conhecidos e mansos. E se castrados, se cadastrados (chipados), se vacinados, se alimentados, se mansos, se lhes ofertado assistência veterinária mínima, se oferecido um abrigo (local para descansar, tipo uma casinha), poderiam viver soltos nas comunidades, cuidados e interação com as pessoas da própria localidade.

Rafael concorda com a lei estadual, mas ao mesmo tempo, para ele, no atual cenário vivido nos municípios, há pouco efeito prático. A experiência da Agapa – nesta e outras administrações – segundo Rafael, mostra uma distância do poder público para parceira, mitigação e solução desse grave problema de saúde pública, principalmente nas periferias, regiões empobrecidas e já carentes do aparelho estatal.

Rafael vai mais longe neste assunto. Para ele, não basta editar e propagar uma lei estadual, boa, bem intencionada, como se ela fosse mágica na promoção da solução de problemas neste ambiente dos animais de rua. Para o presidente da Agapa é preciso uma ação efetiva do Ministério Público sobre o poder público para cumprir minimamente a parte dele neste assunto.

E como exemplo, Rafael cita que a Agapa precisou ir à Justiça para obter este mínimo do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, para os animais abandonados em Gaspar. E o processo se enrola por quase dois anos na Justiça local. E sabendo da morosidade da Justiça, os políticos a tem como aliada para o descaso e desmando naquilo que está obrigado.

E qual era o mínimo que se queria ver garantido na ação patrocinada na Justiça pela Agapa? Um plano de castração, um quantidade mínima de rações para os abrigos, um efetivo projeto de educação nas escolas (municipais), reconhecimento para a Agapa atuar devido a ausência do poder público, um estagiário, um veículos para as remoções e atendimento…

Como se vê, o político enfraquecido alimenta até cachorro no grito. Quem está forte no poder, silenciosamente, mata o cachorro e zomba de quem os cuida por dedicação e

amor. Acorda, Gaspar!

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